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segunda-feira, 13 de julho de 2015

CRÍTICA DO PROGRAMA SUPERSTAR 2015

Acabou neste domingo (12) a segunda edição do programa Superstar com a vitória da dupla Lucas e Orelha. Confira nossas impressões acerca do programa e da vitória dos garotos da Bahia.

Por Sandro Bahiense


Um serviço que o povo não quer
Espaço raro e importantíssimo para a nova música brasileira não atrai grande massa brasileira

Fujamos do lugar comum. Comum é lermos críticas e mais críticas à Rede Globo, tratada (com certa verdade em alguns momentos, admitamos), como uma empresa fria, apegada aos lucros e a seus interesses e que, na maioria das vezes, traz desserviços a população brasileira com uma programação quase sempre voltada só a audiência, pouco importando a qualidade do que é exibido.

Uma exceção é o programa Superstar, atração que visa apresentar novas bandas, julgadas, ao vivo pelo próprio público. O que deixa o programa ainda mais interessante, é o fato da grande maioria dos grupos trazer músicas autorais.

Alguém mais exigente dirá que temos muitos e mais eficazes opções para descobrirmos novos talentos, mas convenhamos, a grande população brasileira não tem lá muito interesse em buscar tais grupos. Logo, uma atração como essa na TV aberta brasileira, na maior emissora do país, é um oásis em meio a programas de segunda categoria.

Contudo, apesar dessa benesse, a população brasileira não parece se importar muito com isso. Pouco é o apelo popular e, à galope, a audiência também não é das mais animadoras. Não por acaso que o programa tem como concorrentes poucos artistas de ritmos populares atuais como sertanejos, funkeiros ou pagodeiros.

A despeito disso, porém, na segunda edição do programa uma dupla de "quase" funkeiros venceu. Lucas e Orelha formavam uma dupla que invariavelmente bebia na fonte do ritmo, com direito a duas apresentações regadas a covers da Anitta, por exemplo. Porém, apesar disso, a dupla se mostrava com um bom conteúdo, especialmente quando expunha suas próprias composições. A maioria romântica, ou com temática de relações típicas dos jovens e adolescentes (a dupla é composta por um guri de 19 e outro de 17 anos). 

Vale ressaltar que o conteúdo da dupla não é nenhum primor melódico ou poético, mas dentro do cenário musical atual do país, dá pra dizer que os meninos estão acima da média em seu segmento.


Os favoritos eram os meninos do Scalene (foto acima), boa banda de rock, que se valia de belas melodias em suas canções, e de letras razoavelmente inteligentes. Havia, porém, uma evidente superestimação quanto ao trabalho do grupo, tratando-os com mais reverência do que mereciam.

Em um apanhado geral bons grupos passaram pelo programa que vale um esforço geral para ser mantido mantido no ar, pois é uma das raras boas opções musicais na TV aberta.  

   

domingo, 22 de fevereiro de 2015

URGENTE! MORRE INTEGRANTE DA LEGIÃO URBANA.

Urgente! Integrante da banda Legião Urbana foi encontrado morto nesta manhã. Saiba mais lendo a matéria completa.

Detalhe da capa do álbum "Que país é este', de 1987 (Foto: Reprodução)

Ex-baixista da Legião Urbana é encontrado morto em Guarujá, diz PM
Renato Rocha era conhecido também como Billy ou Negrete e tinha 53 anos. Corpo estava no chão do quarto do hotel onde ele estava hospedado.

O ex-baixista Renato Rocha, integrante da primeira formação da banda Legião Urbana, foi encontrado morto, na manhã deste domingo (22), dentro de um hotel em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Segundo a Polícia Militar, o corpo encontrado encostado na porta de um hotel no bairro da Enseada, por volta das 8h30, era do músico que fez parte da primeira formação da banda. Informações obtidas preliminarmente pela polícia indicam que Renato teria morrido de causa natural.

A irmã do músico, responsável por administrar uma das páginas em homenagem a Renato nas redes sociais, postou uma mensagem falando sobre a morte do músico. "Renato faleceu nesta manhã, de parada cardíaca, em São Paulo. Vai com os anjos, Renato. Força ao seu casal de filhos, sua netinha, ao seu pai e aos seus demais familiares", diz a mensagem.

Na mesma publicação, uma mensagem atribuída ao irmão de Renato, o médico Roberto Rocha, explica que uma mulher foi chamar o músico no quarto e, como ele não respondeu, acabou acionando outras pessoas para abrir a porta. Renato teria sido encontrado caído, já morto.

Roberto da Silva Rocha, também irmão do ex-baxista, escreveu em uma rede social que está de luto. "Meu irmão acaba de falecer em sampa, ele foi baixist do Legião Urbana, Renato Rocha, Negrete". Ele acrescenta ainda que o músico 'deixa um casal de filhos e uma neta que não curtiu'.

Ainda segundo a polícia, o corpo foi removido do hotel e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) do Guarujá. Ainda não há informações sobre local e horário do velório e do enterro do músico.

Legião Urbana
Renato da Silva Rocha, conhecido também como Billy ou Negrete, tinha 53 anos. Ele era baixista e compositor do Legião Urbana, banda da qual fez parte da formação original ao lado de Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.

Renato, que afirmou em entrevistas enfrentar problemas com drogas, foi convidado em 2014 para uma participação no projeto Urbana Legion. Ele voltou aos palcos para tocar os sucessos do Legião Urbana junto com o também ex-integrante Eduardo Paraná.
Retirado de G1

sábado, 13 de dezembro de 2014

LUIZ GONZAGA 102 ANOS: CONFIRA 10 GRANDES CANÇÕES.



Num tempo em que a produção artística era focada no eixo sul - sudeste, coube a uma voz acompanhada de sanfona amolecer a aridez e hostilidade da caatinga em forma de música. Luiz Gonzaga detinha a arte de inserir melodia em enredos sobre a condição desfavorável da terra onde nasceu. Em 2014, o Brasil comemora 102 anos de nascimento de Luiz Gonzaga e celebra o legado deixado por um dos maiores ícones da história artística brasileira. Como homenagem, segue uma seleção de 10 grandes canções do Mestre Lua:




4 – A vida do viajante (https://www.youtube.com/watch?v=XscHO3K-upY)


6 – O xote das meninas (https://www.youtube.com/watch?v=zT8y4brLke0)



9 – No meu pé de serra (https://www.youtube.com/watch?v=JZZycecHqI4)

10 – Juazeiro (https://www.youtube.com/watch?v=7VupcnZJVSg)

LUIZ GONZAGA 102 ANOS: O NORDESTE NO FOLE DA SANFONA.



Luiz Gonzaga levou a cultura nordestina para o Brasil e o mundo


Em 13 de dezembro de 1912, nascia Luiz Gonzaga, o rei do baião. Gonzagão foi sanfoneiro, cantor, compositor e principal responsável pela valorização dos ritmos nordestinos no século XX. Foi ele quem simbolizou o que há de melhor na música nordestina, e primeiro artista a assumir sua nordestinidade (representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro). Cantou as dores e os amores de um povo que não possuía voz. Após se transferir para o Rio de Janeiro em 1939 e passar a se apresentar em bares e cabarés, participa do programa de Calouros da Rádio Tupi (de Ary Barroso) e ganha o primeiro lugar, com a música "Vira e Mexe", o qual tinha influências das canções nordestinas. Luiz até então só tocava tangos e fados, mas após ouvir um conselho de um amigo para apresentar as boas criações do distante nordeste, compõe dois clássicos: "No meu pé de Serra" e "Vira e Mexe". O prêmio da rádio abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional, é descoberto e levado pela gravadora RCA Vitor para gravar seu primeiro disco. O sucesso foi rápido, vários outros discos foram gravados, mas só em 11 de abril de 1945 grava seu primeiro disco como sanfoneiro e cantor, com a música "Dança Mariquinha". O êxito continuou, Luiz Gonzaga dominou o mercado fonográfico brasileiro das décadas de 40 e 50.

Costumes


No livro “Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga” (1996), de Dominique Dreyfus, Gonzaga revelou: “Eu queria cantar o Nordeste. Eu tinha a música, tinha o tema. O que eu não sabia era continuar. Eu precisava de um poeta para escrever aquilo que eu tinha na cabeça, de um homem culto para ensinar as coisas que eu não sabia. Eu sempre fui um bom ouvidor. Cheguei até a enganar que era culto!”. Para representar o povo do nordeste, mostrar sua vida, seus costumes e sua variedade lingüística, Gonzagão se juntou, primeiramente, ao advogadodeputado federal e compositor cearense Humberto Teixeira, e, logo depois, ao compositorpoeta e folcloristapernambucano Zé Dantas. Formado advogado, Humberto Teixeira preferiu trabalhar com música. O sucesso logo viria quando foi chamado por Gonzaga para seu projeto de popularizar a cultura nordestina no Rio de Janeiro. Em pouco tempo, os dois já era conhecidos como rei e doutor do Baião, ritmo que se tornou fenômeno em todo o Brasil e no mundo. Com o Mestre Lua, compôs vários clássicos, tais como “Baião”, “Asa branca” “Assum preto”, “Juazeiro”, “Paraíba”, “Qui nem jiló, “Respeita Januário” e “No meu pé de serra”.


Já Zé Dantas, homem tímido, mostrou suas composições ao ilustre Gonzagão ao conhecê-lo. O Rei do Baião, entusiasmado, aprendeu algumas músicas e prometeu gravá-las. Na década de 50, Dantas vai residir no Rio de Janeiro. Nesse período, atinge o ápice da parceria com Luiz Gonzaga, passando a obter lucros com o sucesso de suas canções. Zé Dantas deixou um amplo e considerável cancioneiro que contribuiu para o grandioso sucesso de Luiz Gonzaga. Suas parcerias são verdadeiros clássicos da música popular brasileira, como “Vem Morena”, “Acauã”, “Riacho do Navio”, “A Volta da Asa Branca”, “O Xote das meninas” e “Sabiá”. Destarte, ambas as parcerias popularizaram o baião e influenciam muitos músicos da música popular brasileira, entre eles: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Belchior, Sivuca, Dominguinhos, Fagner, Zé Ramalho, Raul Seixas, Elba Ramanho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Zeca Baleiro, entre outros.

O baião, em 1950, já era um ritmo conhecido de leste a oeste. Era 'A dança da moda', vide o título do baião de Luiz Gonzaga e Zé Dantas. Ademais, o ritmo atravessou as fronteiras da pátria e ganhou o mundo. Hollywood foi o primeiro a se encantar pelo brilho da dança brasileira, no filme “Nancy Goes to Rio" (“Romance Carioca”), o standart “Baião” (mesmo estrupiado) já aparecia, e alguns países da América Latina e Portugal contagiavam-se, também, pelo toque pau-de-arara. Em 1956, a cantora japonesa Keiko Ikuta gravou as músicas “Baião de dois” e “Paraíba”, aqui mesmo no Brasil, com acompanhamento do próprio Luiz Gonzaga e seu conjunto. Tudo isso foi a consagração mundial do baião, de Luiz Gonzaga e da música brasileira, nem mesmo o samba havia chegado tão longe, conforme revela Assis Ângelo: “O baião ganhou o mundo com a pureza das armas da terra: sanfona, triângulo e zabumba”.


O grupo brasileiro "Forro in the Dark", formado por músicos residentes em Nova York, gravou em 2006 o cd "Bonfires of São João", que traz David Byrne, vocalista da banda Talking Heads, interpretando "Asa Branca". Byrne tem uma relação muito grande com a música brasileira e também faz uma participação no documentário sobre a vida e obra de Humberto Teixeira, "O homem que engarrafava nuvens".

Asa branca


A história mais interessante e pitoresca envolvendo a figura de Luiz Gonzaga foi a de que o grupo britânico The Beatles gravaria “Asa branca”.  Nos anos 60, o Velho Lua andava um tanto apagado. O povo só queria ouvir Jovem Guarda e Tropicália. E, claro, o quarteto inglês. Como não poderia deixar de ser, a novidade atiçou a imprensa. Foi entrevista para todas as mídias, convites para shows, polêmica nas rodas de conversas, porém, os rapazes de Liverpool não estavam entre os intérpretes da canção. A história não passava de fantasia de Carlos Imperial. O fato é que a canção ficou conhecida a partir da gravação de Gonzagão e as de outros 310 intérpretes. Até um grego, Demis Roussos, gravou uma versão de “Asa Branca”, chamada de “White Wings”. O roqueiro brasileiro Raul Seixas também fez uma versão em inglês para “Asa branca” (“White wings”). A canção, composta em parceria com Humberto Teixeira, se transformou no hino do nordeste.


O rei do baião faleceu no dia 2 de agosto de 1989. No entanto, seu legado é imenso e eterno. O Mestre Lua, por sua criatividade, tem lugar cativo na música popular brasileira. Na mais renomada biografia “Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga” (1996), de Dominique Dreyfus, Gonzaga ponderou:  “Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor”.

***

Saudades do Mestre Lua


Luiz Gonzaga teve influência forte e marcante para vários artistas da música popular brasileira e da cultura em geral. Seguem alguns depoimentos famosos sobre o Rei do Baião:

"É assim a música - não só a letra - de Luiz Gonzaga. Ela identifica a geografia física e humana do Nordeste de um modo flagrante e definitivo como um signo, que provoca o reconhecimento tácito por si mesmo evidente. É a evidência do inconsciente coletivo, um padrão arquétipo.


Por isso que a gente fala em raiz quando ouve Luiz Gonzaga. Por isso que a gente ousa empregar até essa palavra terrível: telúrico. Luiz Gonzaga é telúrico. Está na terra de nossa alma, da alma do nosso povo. É eterno."

(Nelson Xavier - ator, autor e diretor brasileiro. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Ele sempre batalhou muito para que a nossa voz fosse ouvida. É o Mestre Maior.Pelo trabalho que fizemos juntos, apenas por aqueles momentos maravilhosos, já me sinto gratificado pela profissão que escolhi. "


(Raimundo Fagner - cantor. Depoimento contido no encarte do disco "Luiz Gonzaga - 50 Anos de Chão")

"Dentre aqueles gêneros diretamente criados a partir da matriz folclórica, está o Baião e toda a sua família. E da família do baião Luiz Gonzaga foi o pai. Seu nome se inscreve na galeria dos grandes inventores da música popular brasileira, como aquele que, graças a uma imaginativa e inteligente utilização de células rítmicas extraídas do pipocar dos fogos, de moléculas melódicas tiradas da cantoria lúdica ou religiosa do povo caatingueiro, e, sobretudo da alquímica associação com o talento poético e musical de alguns nativos nordestinos emigrantes como ele, veio a inventar um gênero musical. Eu, como discípulo e devoto apaixonado do grande mestre do Araripe, associo-me às eternas homenagens que a História continuada prestará ao nosso Rei do Baião."


(Gilberto Gil - cantor e compositor. Prefácio do livro "Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga", de Dominique Dreyfus)

"O mais importante artista criador que esteve na sustentação da música popular nordestina. Ele foi essa figura que, sem atentar muito para isso, deixou uma imensa obra para seguir e aprender para que ele continue sendo lembrado e sua herança jamais se perca."


(Dominguinhos - cantor, compositor e instrumentista em entrevista a André Dib, no Diário de Pernambuco)

"Enquanto Presley foi o "Cavalo de Tróia" da negritude num país racista, Gonzaga colocou o Nordeste, com sua cultura refinada e seus costumes peculiares, no mapa da MPB. Era um momento de urbanização do sudeste, em que nordestino era encarado como peão de obra, cabeça chata, ser inferior. O Rei do Baião desvelou a diversificada cultura deste povo, então encarado de forma pejorativa. Está entre os maiores de todos, os fundadores de escolas: Pixinguinha, Noel Rosa, Dorival Caymmi, Tom Jobim - e não muitos mais."


(Tárik de Souza - jornalista e crítico musical em entrevista a Cristiano Bastos, no site Rolling Stone Brasil)


(Texto de Ricardo Salvalaio publicado no Caderno Pensar, do Jornal A Gazeta, no dia 08/12/2012) - com alterações. 

sábado, 29 de novembro de 2014

A PAIXÃO SEGUNDO GEORGE HARRISON



Há treze anos morria o guitarrista que ajudou a construir a história do pop

Há treze anos a música perdia um dos seus melhores representantes. Em 29 de novembro de 2001 morria George Harrison, o beatle “mais tranqüilo” e que detestava a fama. O músico, que nasceu em Liverpool, Inglaterra, no dia 25 de fevereiro de 1943, deixou saudades e um repertório riquíssimo que influencia e emociona milhões de seres humanos ao redor do mundo. Harrison era, ao mesmo tempo, transcendental, místico, rebelde, tímido, amoroso e dono de um humor muito peculiar. Este artigo versará sobre a vida e a importância do guitarrista que nos fez conhecer o Oriente e que, mesmo sendo um “rockstar”, manteve a serenidade, lucidez e altivez até seus últimos dias.

Um guitarrista discreto que tocava a serviço do grupo. Assim era George Harrison. Ao contrário de seus contemporâneos ingleses – Jimmy Page, Eric Clapton e Jeff Beck – não gostava de se exibir, não fazia cara feia nem grandes solos. Harrison era preocupado com a melodia. Com a harmonia de sons, com sons harmônicos. Harmonia com as músicas que a dupla genial Lennon – McCartney produzia. Seus sons harmônicos nos marcaram. Frases redondas, delicadas, lógicas. Parecem simples, mas não são. Sua guitarra chorava suavemente. Harrison ocupa a 21ª posição da lista "Os 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos", da revista “Rolling Stone”, mas em outras eleições já figurou entre os dez melhores.
Ao conhecer e se encantar pelo trabalho do músico indiano Ravi Shankar, Harrison trouxe um pouco do encantamento oriental para os Beatles. Na música “Norwegian Wood”, do álbum “Rubber Soul” (1965), George introduziu a cítara, dando um toque todo especial à canção. Foi a primeira vez quem um músico do ocidente usou a cítara.

Something

Frank Sinatra, um dos maiores cantores do século XX, gostava particularmente de uma música dos Beatles: “Something”. Ele acreditava que essa era umas das mais belas canções de amor já compostas. Gostava tanto, aliás, que chegou a cantá-la inúmeras vezes e pensou, por um bom tempo, que ela havia sido composta pela dupla dinâmica Lennon – McCartney. “Something” foi composta por George, o mais espiritual entre os Beatles. Talvez por esse motivo, Sinatra possa ser perdoado em seu erro grotesco. “Something” é, depois de "Yesterday" (também dos Beatles), a música mais gravada de todos os tempos. Elvis Presley, James Brown e muitos outros grandes artistas já a gravaram. Muitos a consideram a melhor composição de Harrison.
“Something”, ao lado de “Here comes the Sun”, se encontra no disco dos Beatles, “Abbey Road” (1969). São as melhores músicas do álbum mais vendido dos Beatles. George Harrison também compôs outros temas clássicos dos Beatles, tais como “While my guitar gentle weeps” (a qual ele convidou seu amigo Eric Clapton para fazer a guitarra solo), “I need you”, “Piggies”, “Taxman”, “For you blue”, entre outros.
Ao longo da carreira dos Beatles, Harrison sempre quis gravar seu material. Entretanto, era impossível sobrepujar o cerco formado por John Lennon e Paul McCartney. Assim, George conseguia duas ou três músicas nos álbuns. O guitarrista seria o compositor principal em qualquer banda do mundo. No entanto, para sua sorte (ou azar), tinha ao seu lado, simplesmente, os dois maiores compositores do século XX.
O resultado de anos e mais anos de recusa foi reunido em “All things must pass” (1970), logo após o final dos Beatles. O álbum triplo, um dos melhores álbuns do ex-beatle, reúne as canções recusadas pela banda de maior sucesso do século passado. O álbum possui grandes hits, tais como “My sweet lord”, “What is life”, “All things must pass”, entre outros. O single “My sweet Lord”, um mantra de melodia irresistível, foi alçado ao Olimpo do pop, atingindo o primeiro lugar nas paradas de vários países do mundo, incluindo os EUA. Apesar de não gravar um disco por ano e não ligar para fama, George teve uma carreira solo muita bem sucedida. Lançou mais um disco de enorme sucesso, “Living in the Material World” (1973), com outro número um nas paradas, “Give Me Love (Give Me Peace on Earth)”, e a partir daí, sua carreira teve várias atividades: aprimorou-se na jardinagem zen que praticava, passou a freqüentar corridas de Fórmula um e tornou-se produtor cinematográfico, envolvendo-se com o pessoal do Monty Python, grupo humorístico inglês, para quem produziu “A Vida de Brian” (1979).
Seus outros hits em carreira solo são:  “Crackerbox Palace”, “Poor Little Girl”, “Blow Away”, “That's The Way It Goes”, “Cockamamie Business”, “Dark Horse”, “Wake Up My Love”, “You”, “Life Itself”, “Cheer Down”, “What Is Life”, “Got My Mind Set On You”, “Cloud 9”, “Here Comes The Moon”, “Gone Troppo” e “Love Comes To Everyone”.
Nos fins dos anos 80, George formou, por pouco tempo, outra banda, os Traveling Wilburys, junto com alguns músicos famosos: Bob Dylan, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne.

“Vivendo no mundo material”

Lançado em 2011, “George Harrison: Living in the Material World", documentário dirigido por Martin Scorsese, tem entrevistas com muitos músicos, além de filmagens e fotos caseiras fornecidas pelo arquivo particular da família de Harrison. O filme mostra a carreira do guitarrista nos Beatles, sua bem-sucedida empreitada solo e também sua passagem pelo cinema. A espiritualidade oriental, elemento chave tanto em suas composições como em seu cotidiano, também é central no filme, que é conduzido por narrações do guitarrista. A obra traz o rigor jornalístico de Martin Scorsese para desvendar o personagem, guitarrista, membro da maior banda de rock do mundo.
Harrison, assim como Ringo Starr, nunca desfrutou da idolatria gerada por Paul McCartney e John Lennon. Ao reconstituir seus passos, o cineasta renova o fascínio por alguém que ignorou a posteridade. "Não me importo se eu não for lembrado", disse certa vez, conforme relatou Olivia Harrison ao New York Times. Ela foi casada com o britânico entre 1978 e 2001, ano da morte dele. Olivia, também produtora do filme, foi quem procurou Scorsese para assumir a empreitada. O principal argumento para sensibilizá-lo foi uma afetuosa carta escrita por George para a mãe dele quando tinha um pouco mais de 20 anos. "Ele expressava a ideia de que sabia que a vida não se limitava à riqueza e à fama".
 “Living in the Material World” tem depoimentos dos amigos do guitarrista, incluindo Eric Clapton, Terry Gilliam, Eric Idle, George Martin, Paul McCartney, Yoko Ono, Tom Petty, Phil Spector, Ringo Starr e Jackie Stewart.

My sweet lord

Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do afeto de alguém. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém encontrou finalmente a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa.
No romance “A Paixão Segundo G.H.”, de Clarice Lispector, ocorre na personagem G.H. o fenômeno epifânico quando ela come uma barata e começa enxergar o mundo de uma forma diferente. Como G.H., ocorreu em George Harrison o mesmo fenômeno quando ele se envolveu com a cultura indiana e o hinduísmo no meio dos anos 60. O ex-beatle ajudou a expandir e disseminar, pelo Ocidente, instrumentos como o cítara e o movimento Hare Krishna. A partir desse momento, Harrison passou a ser um compositor mais filosófico, com músicas cada vez mais inspiradas.
Harrison também se engajou em campanhas para chamar a atenção mundial para a Índia, como o “Concerto para Bangladesh” (1971). Nesse tipo de evento, George foi pioneiro. Aí está uma das virtudes mais memoráveis do músico. Harrison sempre foi uma pessoa comprometida com o amor, a harmonia, alguém que desejava e lutava para viver num mundo mais digno e igualitário. Ele não foi tão somente um músico brilhante, mas também um ser humano extraordinário, de ações admiráveis.

(Texto de Ricardo Salvalaio publicado no Caderno Pensar, do jornal A Gazeta, no dia 26/11/2011) – com alterações.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

VILA VELHA RECEBE ORQUESTRA EUROPÉIA HOJE. CONFIRA.

O Santuário Divino Espírito Santo receberá hoje a Orquestra Sinfônica do Cazaquistão. O evento com a companhia de tão inusitado e distante país será totalmente gratuito. Saiba mais lendo a matéria completa.

Por Darshany Loyola


Vila Velha recebe Orquestra do Cazaquistão

Apresentação acontece nesta sexta-feira, às 19h30, no Santuário Divino Espírito Santo


Sob regência do maestro francês Nicolas Krauze, a Orquestra Sinfônica do Cazaquistão apresenta-se pela primeira vez no Estado, integrando a série Concertos Internacionais. A apresentação acontece nesta sexta-feira (6), às 19h30, em Vila Velha, com entrada gratuita.

A orquestra vem direto do Rio de Janeiro, onde se apresenta nesta quinta-feira (5). Depois do concerto no Espírito Santo, os músicos seguem para Buenos Aires, na Argentina. “Posso garantir: não teremos sempre no nosso Estado uma orquestra deste naipe, que se desloca tantos quilômetros de distância para vir ao nosso país”, comenta Gracinha Neves, diretora artística do evento.

Além do maestro Nicolas Krauze, a orquestra também vem acompanhada da violinista solista Galya Bisengalieva, que ocupa o cargo desde 2010. No programa estão composições como “Night on the Bald Mountain”, de Modest Mussorgsky, e “Symphony nº 4 or 6”, de Tchaikovsky. 

Para Gracinha, um dos momentos que mais vão agradar o público é o concerto para violino e orquestra em sol menor de Max Bruch. “É uma das obras mais primorosas do repertório desse compositor romântico alemão”, afirma. 

A Orquestra Sinfônica do Cazaquistão é o sétimo grupo que participa da série Concertos Internacionais deste ano. O projeto já apresentou 25 concertos nesta temporada, incluindo apresentações didáticas e para o público em geral, tanto na Capital como em municípios do interior do Estado. O próximo evento será o “Glamour Tango”, da Argentina, nos dias 18 e 19 de novembro.

Concertos Internacionais: Orquestra Sinfônica do Cazaquistão

Quando: Nesta sexta-feira (6), às 19h30 
Onde: Santuário Divino Espírito Santo, Rua Cabo Ailson Simões, 762, Centro, Vila Velha 
Entrada gratuita. 
Informações: (27) 3071-5247
Retirado integralmente de A Gazeta

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

TODOS OS SHOWS E PEÇAS EM CARTAZ NO ESTADO EM NOVEMBRO

Confira a agenda com todos os shows musicais e peças teatrais que acontecerão no estado no mês de novembro. Destaque para os shows de Lulu Santos, Frejat e de um certo Paul Mac alguma coisa. Veja a lista completa abaixo.

Paul McCartney (Foto: AP Photo/John Raoux)




SEXTA07

SÁBADO08NOV
DOMINGO09NOV
SEGUNDA10NOV
         
SÁBADO15NOV
         
SÁBADO22NOV
         
SÁBADO29NOV
         

TEATRO  

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