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Além dos livros citados no post anterior uma boa indicação para o campo da literatura é o livro e contos "A palavra ausente" do escritor Marcelo Moutinho. Em comum, os personagens do livro têm aquela dor que é própria do viver, do estar, ou querer estar, só, e do esperar - um gesto, um sinal, um carinho, uma palavra qualquer. "Eles têm uma tristeza que eu qualificaria como benigna, poética. A beleza das coisas levemente tristes num tempo de ditadura da alegria", comenta Moutinho.
São, de fato, histórias bonitas e simples que retratam pessoas comuns que esperam que a vida entre nos eixos depois de uma perda ou que só se acostumam a viver mais ou menos bem, mais ou menos felizes.É o caso do filho, adulto, que dá banho no pai doente e ausente no conto "Água", que abre o livro. Ou da idosa Dalva em "Interlúdio", que ainda espera o toque do telefone. Em "Jogo-Contra", um garoto reluta em convidar o pai para assistir ao campeonato de futebol do bairro com medo de fracassar. Morte, separação, demissão são alguns dos temas da obra.
São, de fato, histórias bonitas e simples que retratam pessoas comuns que esperam que a vida entre nos eixos depois de uma perda ou que só se acostumam a viver mais ou menos bem, mais ou menos felizes.É o caso do filho, adulto, que dá banho no pai doente e ausente no conto "Água", que abre o livro. Ou da idosa Dalva em "Interlúdio", que ainda espera o toque do telefone. Em "Jogo-Contra", um garoto reluta em convidar o pai para assistir ao campeonato de futebol do bairro com medo de fracassar. Morte, separação, demissão são alguns dos temas da obra.
![Marcelo Moutinho, escritor](http://midias2.gazetaonline.com.br//_midias/jpg/marcelo_moutinho_escritor300-579677-4f134a5a8a738.jpg)
Marcelo Moutinho autor de "A palavra ausente"
Quando Moutinho viu que a questão da ausência marcava tudo o que vinha escrevendo espontaneamente, tratou logo de criar outras histórias para fechar o livro, que lança agora, dez anos depois de sua estreia com "Memória dos Barcos". Isso porque ele prefere a ideia de "contos orgânicos", que estão na obra por algum motivo, a uma mera coletânea de textos escritos de forma aleatória.
Nesses dez contos, as relações familiares são quase onipresentes. E todas as histórias se desenrolam em ambientes nem tão ricos nem tão pobres, algo que o autor vem buscando desde seu título anterior, "Somos Todos Iguais Nesta Noite", por achar que a classe média baixa seja pouco retratada pela literatura contemporânea. "Me incomoda um pouco essa concentração de histórias no universo da classe média alta ou da favela e periferia, ignorando um mundo que há no meio e a vida dessas pessoas com seus amores, suas dores e epifanias."
Nesses dez contos, as relações familiares são quase onipresentes. E todas as histórias se desenrolam em ambientes nem tão ricos nem tão pobres, algo que o autor vem buscando desde seu título anterior, "Somos Todos Iguais Nesta Noite", por achar que a classe média baixa seja pouco retratada pela literatura contemporânea. "Me incomoda um pouco essa concentração de histórias no universo da classe média alta ou da favela e periferia, ignorando um mundo que há no meio e a vida dessas pessoas com seus amores, suas dores e epifanias."
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