Yan Durden é escritor, membro da CONFRARIA DOS BARDOS e estudante de Letras-Português na UFES. Confira, abaixo, o poema “Vozes”:
Vozes
“Perdão! Tenha piedade...”
Sai da boca covarde.
Caso lutasse, morreria, então,
engole orgulho. Livra-se do mundo...
“Mãe! Tenho fome, mãe...”
Suspira a voz carente.
Vínculo maternal não sustenta,
nem sacia o que prende...
“Vamos! Podes! Vá conseguir!”
Grita quem tudo tem, pois
se tens nada entre tudo,
a Incapacidade é só sua...
Tais gritos alucinógenos são presentes
na esquizofrenia muda do poeta!
Palavras, ditas ao mesmo tempo,
transcritas no papel pelo onipresente:
“O poder mediúnico da escrita automática!”
O silêncio pecado não faz palavras, entre
outras, presas ao cemitério do dicionário,
Nada condiz: “O resto é túmulo...”
O papel do poeta não é só
romper com a rima, vingar
a sintaxe, ignorar a métrica:
- É também mostrar o outro lado da moeda!
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