As histórias de
Oliver Sacks são tão irresistíveis que servem como extraordinárias metáforas
não só do estado atual da medicina como também da condição do homem
moderno
A música é uma das experiências humanas mais
assombrosas e inesquecíveis, e o livro Alucinações
Musicais, do neurologista e escritor Oliver Sacks nos faz entender por quê.
A exemplo de seus livros anteriores, entre os quais se destacam Tempo de
despertar e O homem que confundiu sua mulher com um chapéu, Sacks
nos oferece aqui histórias musicais cheias de drama e compaixão humana
envolvendo pessoas comuns ou portadoras de distúrbios neuroperceptivos.
O que se passa com o cérebro humano ao fazer ou
ouvir música? Onde exatamente reside o enorme poder, muitas vezes indomável,
que a música exerce sobre nós? Essas são algumas das questões que Oliver Sacks
explora, em seu estilo cativante, nesta admirável coletânea de casos,
mostrando, por exemplo, como a música pode nos induzir a estados emocionais que
de outra maneira seriam ignorados por nossa mente ou ainda evocar memórias
supostamente perdidas nos meandros do cérebro.
É impossível não se impressionar com a história do médico que experimenta, depois de atingido por um raio, uma irresistível compulsão por música de piano, a ponto de se tornar ele mesmo um pianista. Ou com os casos de "amusia", uma condição clínica que faz Mozart soar como uma trombada automobilística aos ouvidos da pessoa afetada. Sem contar as histórias de gente afetada dia e noite por alucinações musicais incessantes.
É impossível não se impressionar com a história do médico que experimenta, depois de atingido por um raio, uma irresistível compulsão por música de piano, a ponto de se tornar ele mesmo um pianista. Ou com os casos de "amusia", uma condição clínica que faz Mozart soar como uma trombada automobilística aos ouvidos da pessoa afetada. Sem contar as histórias de gente afetada dia e noite por alucinações musicais incessantes.
O estudo de casos surpreendentes de pessoas com
distúrbios neurológicos ou perceptivos ligados à música reitera a crença de
Sacks em uma medicina que humaniza o paciente e tenta, junto com a abordagem
clínica, integrar as dimensões psicológica, moral e espiritual tanto das
afecções quanto de seu tratamento.
Fonte: Cia das Letras
Fonte: Cia das Letras
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