Poderoso trailer sobre drama familiar, filme sobre o relacionamento entre pai e filho é protagonizado por Robert Downey Jr. e Robert Duvall. Será que Downey Jr. se saiu bem sem a armadura de 'Homem de Ferro' a lhe amparar? Confira lendo a matéria completa.
Por Rafael Braz
Filme "O Juiz" mostra drama familiar com suspense e humor
"O Juiz" é filme para Robert Downey Jr. mostrar seu talento
Aos 49 anos, Robert Downey Jr. teve uma trajetória agitada no mundo do cinema. Estreou nas telas aos cinco anos, em um filme dirigido por seu pai, mas se destacou no final dos anos 1980, com “Abaixo de Zero” (1987), adaptação cinematográfica do livro de Bret Easton Ellis que retratava a juventude “sem rumo” daquela década.
Seu auge, ao menos até então, veio com “Chaplin” (1992), papel para o qual se preparou exaustivamente e que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Daí em diante, apesar de alguns bons papéis, o jovem Downey Jr. passou a ser considerado um ator talentoso, mas problemático. Eram vários os relatos de suas prisões por problemas com drogas e de confusões em que ele se envolvia nos sets de filmagens.
Nos anos 2000, após passagens por programas de reabilitação, o ator foi reconquistando seu espaço com filmes menores, mas respeitados. Em “O Homem Duplo” (2006), baseado em livro de Phillip K. Dick, e “Zodíaco” (2007), de David Fincher, ele mostrou ao mundo que estava pronto para voltar aos holofotes, o que fez em 2008, com o lançamento de “O Homem de Ferro” e “Trovão Tropical”, que lhe rendeu uma segunda indicação ao Oscar.
De lá para cá, Robert Downey Jr. voltou ao estrelato, se tornou um dos atores mais lucrativos de Hollywood e talvez o principal rosto da Marvel, na pele de Tony Stark/ Homem de Ferro. Mas ainda lhe falta algo muito desejado: um Oscar.
Sob encomenda
Em “O Juiz”, de David Dobkin (“Penetras Bons de Bico”), que estreou nesta quinta-feira (16), Downey Jr. vive Hank, um arrogante advogado que faz de tudo para livrar seus clientes, sejam eles culpados, sejam inocentes, dos problemas com a lei. Quando sua mãe morre, ele retorna à sua pequena cidade natal apenas para descobrir que seu pai (Robert Duvall), um renomado juiz, está sendo acusado de um assassinato.
O retorno para casa significa, para Hank, ter que lidar com um passado que ele quis deixar para trás. Ele reencontra seus irmãos Glen (Vincent D’Onofrio), com quem não falava há anos, e Dale (Jeremy Strong), um jovem com problemas mentais, além de Samantha (Vera Farmiga), uma paixão de sua adolescência.
Downey Jr. está excelente no papel. Seu Hank tem pensamento rápido e excelentes tiradas. Há algo no seu relacionamento familiar, no entanto, que o tira do sério. Joseph, seu pai, é um sujeito durão, que viveu a vida toda comandando um tribunal em uma cidade pequena.
Drama
“O Juiz” tem sua carga dramática centrada no talento de sua dupla de protagonistas. Justamente por isso, há a “acusação” de o filme ter sido feito com o único intuito de render aos dois Roberts indicações ao Oscar. Isso, no entanto, não tira os méritos do longa.
Com experiências prévias em comédias, Dobkin confere bom ritmo ao filme e faz com que ela saia do drama feito sob encomenda para emocionar. O caso vai crescendo aos poucos e seus detalhes despertam a curiosidade do espectador, à medida que o filme se aprofunda na vida do velho Joseph.
A trama é redonda e funciona bem. O filme só se perde um pouco quando leva seu foco para o passado romântico de Hank e Samantha, e ao transformar Dale em um alívio cômico.
O bom de “O Juiz” é que, mesmo com uma trama feita para emocionar, sua condução e, principalmente, Robert Downey Jr. não deixam que o longa se torne melodramático ao extremo.
O Juiz
Drama. (The Judge, EUA, 2014. 141 min.)
Direção: David Dobkin.
Elenco: Robert Downey Jr., Roberto Duvall, Vera Farmiga, Billy Bob Thornton, Vincent D’Onofrio, Leighton Meester.
Retirado integralmente de A Gazeta
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