Paulo César de Farias, o
Paulinho da Viola, é um dos grandes nomes da música popular brasileira de todos
os tempos e hoje, 12/11, ele completa 70 anos. Filho de Cesar Farias, músico do
grupo de choro Época de Ouro, já traz o gosto pela música do berço presenciando
durante sua infância rodas músicos da primeira linha da MPB. Paulinho consegue
ao mesmo tempo ser um excelente instrumentista, um compositor genial e um
sensível poeta.
Uma característica marcante de
Paulinho da Viola é sua capacidade de ser inovador e tradicional ao mesmo
tempo. Seus sambas e choros trazem invações melódicas e harmônicas, sempre
desenvolvendo e modernizando e evitando que estes gêneros fiquem congelados no
tempo. Paulinho tem por costume gravar em seus discos músicas de nomes às vezes
esquecidos do samba como Silas de Oliveira e Wilson Batista, assim como de de
novos compositores. Seu convite para que o grupo Época de Ouro participasse de
seu show Sarau na década de 70, transformou o Choro novamente em mania nacional.
Chegaram a acontecer até festivais na televisão. Sempre tomou iniciativas para
resgatar o melhor da música brasileira, desde fundar um escola de samba não
competitiva a hoje em dia promover shows de Choro em uma casa noturna do Rio de
Janeiro.
Sua música fala do dia a dia das
pessoas com uma poesia toda especial. Gravou músicas falando de ecologia antes
do assunto virar moda. Teve várias outras censuradas durante a ditadura
militar. Um dos poucos artistas que fazem uma elegia da negritude brasileira.
Compôs sambas como "Foi um Rio que Passou em minha Vida" e "Sei
Lá, Mangueira" que viraram hinos de escolas de Samba. Paulinho da Viola é
um artista único, indubtavelmente um dos maiores nomes da história da MPB. Sua
elegância se deve não apenas por seu extraordinário talento e sofisticação
musical, como também por sua postura e caráter.
Abaixo, confira, na íntegra, o
documentário “Meu tempo é hoje” (2003):
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