Acender um cigarro de maconha ao receber um prêmio da MTV, fazer clipe semi nua e simulando sexo, corte de cabelo extravagante, palavrões... São várias as tentativas de Miley Cyrus em apagar, à forceps, da mente das pessoas que ela já foi uma estrelinha teen bonitinha, fofinha e inocente. Mas será necessário mesmo tantas babaquices para mostrar que sua música "cresceu"? Veja agora na crítica do Outros 300.
Por Sandro Bahiense
A maldição das crianças
Artistas querem provar que sua arte evoluiu, mas exageram na dose
(Graças a Deus) Não conheço tão a fundo a carreira de Miley Cyrus, mas me lembro nitidamente do chatíssimo Hannah Montana, programa de TV onde a cantora mantinha sua identidade secreta (de dia era uma simples estudante, de noite uma estrela pop) tendo somente uma peruca como diferencial (linha Clark Kent/Super Homem de criatividade).
Pois bem, na ocasião Cyrus fez um grande sucesso, e se enveredou de vez na carreira musical. Contudo vivia atormentada pelo fantasma do "quem está cantando: Miley ou Hannah?"
Em dado momento, acredito que ao fim do programa, Cyrus assumiu de vez sua identidade e partiu definitivamente para sua carreira solo tendo, até então, músicas tipicamente pops adolescentes como linha. A menina devia ter o que, uns 14, 15, talvez 16 anos (percebam como conheço a Cyrus pra caramba) e era óbvio que seu tipo de música era feito para a turminha da sua idade.
Porém Miley cresceu, e quis também "crescer" sua música. Deixar de ser ídola para os pré adolescentes e virar musa dos teens e jovens em geral. Daí que foi o barraco desabou (momento Jorge Aragão da crítica).
Miley e seu maiozinho branco, cavado e sem sutiã. (Adulta pra car*** by Poderoso Castiga)
Isso porque os artistas insistem que devem mudar não só as músicas, mas também a si mesmos. Eles acreditam que devam trocar sua aparência e atitudes para mostrar que não são mais as criancinhas inofensivas e bobinhas de outrora. Pode até ser. Mas a verdade é que alguns desses fazem isso até com certa classe, mas outros não.
Por exemplo, a galera Clube do Mickey. Britney Spears e Christina Aguilera. Ambas surgiram na mesma pegada de Cyrus e passaram também pelo mesmo envelhecimento musical da garota.
É... A Britney cresceu mesmo
Britney, por ser gostos... ops, por ter um corpo bonito, claro, foi pelo caminho da sensualidade. Seu ápice foi no clipe I'm Slave For You onde a musa aparecia se esfregando, suadona, a vários caras que a encochavam sem dó (quem não, né?). A coisa aconteceu de certa forma naturalmente e Spears virou a musa teen jovem que queria (até com grande sucesso). Se depois ela quase cagou a carreira dela ao se encher de filhos, casamentos falidos e no programa Paris Hilton de enfiar o pé na jaca são outros quinhentos.
Aguilera. Bela performance em Beautiful
Porém a coisa soava ainda mais natural com Aguilera. A ex musa dos pré adolescentes já vinha cravando seu espaço no mundo adulto como uma cantora de muitos recursos (com grandes músicas como Beautiful por exemplo), mas ainda assim achou que também tinha que mostrar que já sabia usar sua perereca. Daí veio o constrangedor Dirty onde a cantora aparece rebolando de quatro com shortinho enfiado na bunda e o escambau. Performance de deixar o Bonde das Maravilhas tímida e com vergonha.
Faz quadradinho de oito, faz quadradinho de oito...
Não é à toa que Britney se mantem mais viva no mercado fonográfico do que Christina. Outros artistas conseguiram passar por essa fase com muita dignidade. Justin Timberlake, Demi Lovato e, claro, o Rei do Pop, Michael Jackson (seus problemas vieram após a sua carreira já estar consolidada).
No Brasil ser criança famosa parece ser maldição. Poucos conseguem manter o sucesso e muitos ainda são vistos como as mesmas crianças de outrora. A turma do Balão Mágico, por exemplo. Alguém se lembra de algum sucesso de Simony após adulta. A ex Balão mais aparece na mídia pela vida pessoal atribulada do que pela sua arte. A turminha do Trem da Alegria idem. A talentosíssima Patricia Marx até tentou, saindo das músicas românticas para o dance, mas fracassou clamorosamente.
Dessa leva, me lembro do Jair Oliveira (o Jairzinho do Balão), músico muito talentoso e compositor de grande qualidade. Não que Jairzinho seja o número nas paradas nacionais, mas pelo menos um determinado grupo conhece - e gosta - do trabalho adulto de Oliveira.
Mas são Sandy e Júnior quem mais sofrem com isso. Sandy seguiu a linha Timberlake de maturidade e simplesmente esperou que o tempo de encarregasse de madurar sua imagem e música. Júnior, por sua vez, apostou em cortes de cabelo extravagantes, parcerias inusitadas e estilo musical experimental. A "velha" Sandy até tem feito sucesso, mas o "velho" Júnior, não.
Nove Mil Anjos, Júnior e Sandy. Ah não, Sandy não, desculpa
Este parece ser o destino de Miley Cyrus. Exagerando nas demonstrações de que não é mais uma criança, a ex Hannah Montana tem deixado a carreira de lado para investir nas polêmicas o que parece não ser um bom caminho, ainda mais porque (pode ser até impressão só minha), mas as fumadas de maconha e os maiôs cavadíssimos parecem tão artificiais... Tomara que ela não termine viciada, morta, sumida, ou nem jurada do The Voice USA, oremos...
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