Mais um filme nacional promete sacudir os nossos cinemas. Desta vez é 'Júlio Sumiu' que chega às telonas tentando arrancar algumas risadas de seu público. Confira nossas impressões acerca do filme.
Por Sandro Bahiense
Menos até que um simples entretenimento
Ao se tratar como descompromissado, filme se torna desleixado
Comecemos com uma conclusão (infelizmente) óbvia: 'Júlio Sumiu' foi concebido para ser um filme puramente de entretenimento, sem absolutamente nenhum intuito de se tornar marcante ou reflexivo. Este, aliás, e de novo infelizmente, tem sido a marca de nosso novo cinema nacional, ganhar dinheiro com baboseiras simples e banais.
Ok. O problema é que 'Júlio...' consegue a façanha de nem sequer ser um filme de entretenimento raso, pois, na verdade, tudo que o envolve é primário demais. Parece-nos claro: Descompromisso foi confundido com desleixo.
A trama
A história parte de uma premissa muito simples: Julio, filho mais velho de um casal aposentado, simplesmente desaparece. Muito nervosa, a mãe (Lília Cabral) faz o que pode para encontrá-lo: liga para amigos, vai à polícia, encarrega o caçula de procurá-lo e até mesmo apela para a reza com as amigas. Só que Sílvio (Fiuk), o irmão mais novo, pouco se importa com o paradeiro de Julio e está mais interessado em fumar um baseado com seu amigo Zeca (Hugo Grativol).
O problema é que ele deve uma grana para o traficante local, que faz ameaças via recado na secretária eletrônica. A mãe ouve o alerta e logo o associa ao filho desaparecido. Confusão feita, ela parte morro acima para encontrar o chefão do tráfico local: Tião Demônio (Leandro Firmino da Hora).
Crítica
Bem. Como dito acima tudo em 'Júlio Sumiu' é (ou tenta ser) simples demais, desde o roteiro até as categorias técnicas. Preocupados em demasia em tornar a história descomplicada a um público do qual os produtores insistem em tratar como tapados, o filme consegue se enrolar até em dar segmento a uma história basicamente comum.
Com isso o filme se perde em sua história, não se liga de uma cena para outra e vive praticamente de esquetes soltas que se amarram em uma frágil teia. As categorias técnicas são um terror. Fotografia, edição e continuidade são precários.
As atuações vão de medianas a ruins. Fiuk jogou fora a chance de tentar provar ser, bem, pelo menos, um quase ator. A cara blase do filho de Fábio Jr. chega a ser irritante e sua atuação (atuação? Putz) é digna de nota menos um. Leandro Firmino de traficante é ô ó. Pô, será que o ator se prestará a isso pra sempre?!? Carolina Dieckman surpreendeu, pois ela conseguiu ser pior do que o habitual. Só para variar Lilia Cabral foi o destaque. Sua atuação foi a única coisa boa do filme.
Nada contra o cinema de entretenimento, mas, caramba, que o façamos com qualidade.
'Júlio Sumiu' (me recusei a escrever 'Júlio' sem o acento conforme o pôster do filme) é um filme de entretenimento, mal feito, mal roteirizado e mal dirigido. Se você quer um lugar para desanuviar a mente vá lá. Ah, mas, se bobear, você pode voltar do cinema com a mente mais vazia ainda, ok?
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