Ontem na Fox foi exibido o décimo episódio da 25ª temporada de Os Simpsons, tempo o suficiente para já elaborarmos a primeira crítica acerca desta temporada. E aí, Os Simpsons mantém a boa forma? Confira na nossa crítica abaixo.
Por Sandro Bahiense
Menos humor e mais arte
À medida que episódios ficam mais elaborados eles também fica mais chatos
Acabou o humor? Não, não podemos chegar a tanto, mas é fato que dei (bem) menos risadas na 25ª temporada de Os Simpsons do que na 24ª, 23ª, 22ª... A série parece ter focado mais em seus enredos do que em piadas soltas. Em suma, Homer e companhia estão mais parecidos com a vida real e, cá entre nós, a vida real é bem chata.
Homeland e política
A paródia de 'Homeland' (Homerland), tão aguardada, foi decepcionante. Sem graça e de resolução boba, o episódio nos trouxe o que seria a síntese da temporada: Crítica política (especialmente ao modo como os EUA tratam o resto do mundo e à rixa entre democratas e republicanos) e cenário realista, logo poderíamos esperar que, as surpresas e reviravoltas extravagantes, haviam acabado.
A 'Casa dos horrores' que, admito, sempre achei super chatas, ficou ainda mais chata. No terceiro episódio, por sua vez, vimos uma enredo ainda mais pobre. Um personagem desconhecido morre e Homer, Marge, Sr. Burns e Kent Brockman decidem repensar suas vidas, voltando ao passado e em decisões erradas a qual tomaram. Com roteiro tão frágil, não foi surpresa termos um episódio tão sem graça, aliás, um dos mais sem graças de todos os tempos.
A sombra de Family Guy
Por fazer parte do mesmo grupo televisivo (Fox e FX), teoricamente, 'Uma Família da Pesada' e Os Simpsons nunca foram rivais. Mas é fato que o enredo bem mais sarcástico de Seth McFarlane, focado em política e atualidades de forma parcial e escrachada trazia, sempre, um apontamento: Será que Os Simpsons não poderiam ser um pouco mais assim, ou seja, menos sutis?
Isso aconteceu. O que se viu na 24ª e 23ª temporadas foram piadinhas mais ácidas e posicionamento político (democrata) mais evidente. Nada de cocainomacos ou pedófilos como em 'Family...', mas já era um primeiro passo.
Tal direção ficou clara no sexto episódio. Nele, Lisa (democrata declarada) disputa uma eleição escolar contra a republicana Isabel Gutierez, uma hispânica (deboche intencional, uma vez que os democratas é que são mais acessíveis aos latinos). No episódio Isabel trapaceia e vence. Desfecho nada sutil não é?
Ideias repetidas
Não bastasse a falta de humor e os roteiros pobres, esta temporada ainda peca pela falta de originalidade, pois foram incríveis cinco temas repetidos. No quarto episódio Homer repensa sua vida voltando ao passado (qualquer semelhança com o clássico episódio do Homer rippie não é mera falta de criatividade). No quinto, o Sr. Simpson cuida de uma segunda família (quantos episódios tivemos com essa temática? Uns cinco, pelo menos né?)
No sétimo Bart tenta ser um falso bonzinho, no oitavo Marge aluga sua casa (mesmíssimo mote do episódio em que o Bart vai para um spa afim de emagrecer), e no décimo, mais uma vez, tem como tema um relacionamento do "cara dos quadrinhos".
Um ponto fora da curva
Apenas o nono episódio se salvou. Não que tenha sido o mais engraçado do mundo, mas o "Homer pirateiro" (na trama ele faz downloads e vende filmes piratas) foi uma boa ideia. E diferente, pelo menos para os padrões americanos.
Sabemos que após 24 anos é difícil ser criativo, mas sabemos que a equipe é boa e cheias de ideias. Então o que aconteceu? Aposto em mudança de postura e em pouco de acomodação. Tanto que a audiência nos EUA diminuiu em à temporada passada.
Episódio no Brasil
Olha que surpresa, o episódio do Brasil ("You Don't Have to Live Like a Referee") décimo sexto, foi menos sarcástico e só é agradável porque trata da nossa realidade e, claro, da Copa do Mundo. As críticas ficaram bem mais sutis e o olhar do Brasil mais realista. Uma pena.
Esperamos que os próximos episódios surpreendam, pois, por enquanto, tá tudo bem chato e sonolento. Hei Homer, acorda aí!
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