Acontecia há exatos 90 anos atrás o maior movimento artístico brasileiro e que, graças a ele, impulsionou as artes no Brasil. Trata-se da semana de arte moderna de 1922.
Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, o saguão do Teatro Municipal de São Paulo abrigou um conjunto amplo de obras pinturas, esculturas, projetos arquitetônicos consideradas ousadas o suficiente para receberem o título de 'modernistas'. O intuito era demonstrar a existência de um amplo movimento de contestação às normas de criação alinhadas com os modelos ditos 'passadistas', vinculados a regras e modelos importados e transmitidos artificialmente por meio de uma esterilização acadêmica.
Para entender tal afirmação, basta olhar com mais detalhes as obras, tanto dos artistas que participaram efetivamente do movimento como daqueles que estavam ausentes, mas ocupam posições de destaque na história da arte moderna brasileira.
Dentre as figuras maiores do modernismo nacional, Anita Malfatti (autora de "A boba" pintura capa dessa postagem) e Di Cavalcanti foram os grandes destaques do evento. Nesse momento, no entanto, a pintora já havia feito, havia muito, as duas exposições individuais que a consagraram como uma das principais responsáveis pela absorção do projeto modernista no Brasil, e, em 1922, sua obra já dava claros sinais de acomodação. Talvez por isso boa parte das 20 pinturas que ela levou ao saguão do Teatro a mais ampla representação da mostra já haviam sido vistas na antológica exposição de 1917, criticada no célebre artigo Paranoia ou Mistificação, publicado por Monteiro Lobato no Estado de S. Paulo. Dentre as telas reexibidas destacam-se por exemplo O Homem Amarelo e A Boba, pintadas nos anos 1915 e 1916, que possuem a intensidade expressiva característica de sua fase áurea. As duas obras pertencem à USP, podendo ser apreciadas, respectivamente, no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) que reúne parte significativa da produção modernista por abrigar a coleção que pertenceu a Mario de Andrade e MAC.
Para conhecer um pouco mais de história dessa época, sugere-se, além de consultar os melhores livros de história e artes, a visita aos museus Nacional de Belas Artes, no Rio; e o MAC, MAM-RJ e Masp de São Paulo.
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