Separação filme iraniano favorito ao prêmio de melhor filme estrangeiro do Oscar estréia neste fim de semana em Vitória. O filme tem a marca do cinema do país de Ahmadinejad, pois é regionalista, complexo e extremamente real, contudo é muito bom!
A trama tem início com o casal Simin (Leila Hatami) e Nader (Peyman Moadi) em frente a um juiz pedindo o divórcio, em uma tentativa desesperada de Simin de convencer o marido a sair do país para conseguir oferecer uma vida melhor e mais livre à filha adolescente. O problema é que o pai de Nader sofre de um Alzheimer que avança aos solavancos e não pode ser deixado sem cuidados.
A situação desengatilha o restante da história. Sem Simin em casa, Nader é obrigado a contratar uma mulher para cuidar de seu pai durante o dia, enquanto ele trabalha. Razieh (Sarah Bayat), a diarista, ao contrário da família, é religiosa ao ponto de ligar para uma espécie de "disque-pecados" para perguntar se pode realizar algumas de suas atribuições sem infringir regras do Islã. Os problemas de Razieh se cruzam com o da família e qualquer coisa dita além disso pode estragar a experiência cinematográfica que é "A Separação".
Também responsável pelo roteiro, Asghar Farhadi faz questão de cuidar bem de seus personagens e construí-los sem forçar a barra. Simplesmente observando atitudes e expressões, podemos perceber que Nader é um liberal que pouco liga para os dogmas da religião. A sequência em que ele para um posto de gasolina e pede para a filha abastecer o carro, por exemplo, mostra como, mesmo em um país conservador, ele presa pela liberdade da filha. A sensação de estranheza causada por esses dois mundos é reforçada, o tempo todo, pela excelente fotografia. O filme está em cartaz no Cine Jardins hoje, amanhã e domingo.
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