'Looper - Assassinos do Tempo' é a ficção-científica de 2012
Elenco e roteiros excelentes garantem a qualidade do filme que estreia sexta
Viagem no tempo é um dos temas preferidos de Hollywood e também um dos mais controversos. Desde o sucesso da franquia ''De Volta Para o Futuro'', que acabou por estabelecer algumas regras no gênero – assim como ''A Máquina do Tempo'', filme de 1960 baseado na obra de H.G. Wells e considerado um dos melhores da ficção científica – são poucos os roteiros que conseguem se sustentar viajando pelo tempo.
Em ''Looper – Assassinos do Futuro'', escrito e dirigido por Rian Johnson (do bom ''Vigaristas''), que estreia sexta-feira no Estado, o ano é 2044 e Joseph Gordon-Levitt é um ''looper'' – assassino responsável por eliminar alvos que a máfia envia de volta no tempo. Existe, no entanto, uma pegadinha: por conhecerem o sistema, os próprios ''loopers'' são vistos como risco pela máfia. Por isso, o acordo é que, em determinado momento da vida, eles são enviados de volta para serem eliminados por sua versão mais nova. Pelo ''suicídio'', os loopers recebem uma alta recompensa e vivem na mordomia por 30 anos, até que a viagem no tempo seja inventada. O sistema não deixa pontas soltas.
Originalidade do roteiro é um dos trunfos de 'Looper'
Apesar de parecer complicada, a premissa de ''Loopers'' funciona muito bem sem que o filme recorra ao didatismo extremo de obras como ''A Origem'', por exemplo. Em meio a um oceano de sequências e adaptações nos cinemas, é sempre bom ver um roteiro original ser bem trabalhado.
Autopreservação
A vida de Joe (Gordon-Levitt) vai bem. Sua rotina consiste em acordar, matar alguém e receber uma grana. As coisas mudam, porém, quando o ''velho Joe'' (Bruce Willis) é enviado de volta para ser eliminado. Ele consegue escapar e se transforma em um alvo caçado por sua versão mais nova, que não sabe ao certo se conseguirá fazer o que precisa. Ele quer sobreviver.
Após a apresentação dos personagens e do sistema, o filme se transforma em uma grande perseguição com excelentes diálogos e ótimas atuações. Fisicamente irreconhecível em alguns momentos, Gordon-Levitt estudou os maneirismos de Bruce Willis e mostra, mais uma vez, que é um dos grandes atores de sua geração.
Em ''Looper'', ele é capaz de protagonizar cenas de ação com a mesma competência com que retrata o drama existencial de seu personagem, que, afinal, se vê obrigado a cometer uma espécie suicídio. A equipe de maquiagem fez um bom trabalho ao deixá-lo com traços similares ao de Willis, que, por incrível que pareça, sai do piloto automático em que vem atuando nos últimos anos e garante intensidade em um dos melhores papéis de sua carreira.
Mesmo veterano, Bruce Willis entrega uma das melhores atuações de sua carreira
Em meio ao drama e à ação (e há muita ação), o filme encontra tempo para desenvolver os mafiosos do futuro de maneira quase cyberpunk. Em 2074 não há governo, e a população se divide em gangues que controlam seus distritos.
O excelente roteiro, que garante boas surpresas, somado ao ótimo elenco de apoio (Paul Dano, Emily Blunt e Jeff Daniels) e às grandes atuações garantem a ''Looper'' o título de ficção científica do ano. Um daqueles filmes que, apesar de soarem ''cabeça'', devem agradar ao grande público.
Looper - Assassinos do Futuro
Ficção científica. (Looper, EUA/China, 2012). De Rian Johnson. Com Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis, Paul Dano, Jeff Daniels e Emily Blunt.
Cotação: 5/5
Veja o trailer:
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