Momento revival. Outro grande sucesso dos anos 90 está de volta às telonas capixabas. 'As Tartarugas Ninja' estreiam neste fim de semana nos nossos cinemas. Saiba mais sobre o filme lendo a matéria completa.
Por Rafael Braz
Tartarugas Ninja voltam renovadas nas telas do cinema
Produzido por Michael Bay, filme reconta origem dos heróis
Quando foram criadas para os quadrinhos, em 1984, as quatro tartarugas mutantes que viemos a conhecer como As Tartarugas Ninja tinham um tom sombrio e violento em suas histórias. Isso se deu muito em função da influência do que era sucesso nas revistas de época; era o auge de Frank Miller, com “Demolidor”, “Ronin” e seus personagens amargos. Não demorou, porém, para que alguém percebesse o potencial comercial daqueles personagens e resolvesse levá-los para a TV, em 1987. O resto é história.
Na televisão, Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello ganharam contornos mais pop, com histórias mais leves, repletas de piadas e voltadas ao público infantil. A mesma imagem que foi levada ao cinema, em três filmes, nos anos 1990.
Estreia
Felizmente é algo próximo a essa segunda versão das tartarugas que chegou aos cinemas nesta quinta-feira (14), com “As Tartarugas Ninja”, de Jonathan Liebesman. Em meio há tantos reinícios de franquias que trazem os personagens mais sérios e sombrios, a seriedade dos novos ninjas mutantes se limitou ao renovado visual.
A trama também não passou por grande remodelação; Nova York está dominada pelo crime nas mãos do Destruidor e sua turma, que controlam políticos e policiais. Em uma matéria investigativa, a bela e atrevida repórter April O’Neil (Megan Fox) se vê cercada pelos vilões, mas é salva por quatro ninjas adolescentes, que, por acaso, são tartarugas mutantes.
Vernon e April
Os cinco, ao lado do câmera de April, Vernon (Will Arnett), e do mestre Splinter, iniciam uma grande aventura para combater o Destruidor e, no meio do caminho, descobrir a origem das mutações que deram origem aos heróis. E é justamente nessa origem dos personagens que o filme se perde.
Assim como em acontece no reboot do Homem-Aranha, “As Tartarugas Ninjas” sofre de uma infantilização do roteiro, que insiste em associar todos os personagens do filme à trama principal. Dessa forma, as mais absurdas coincidências ganham a tela e ligam até mesmo o ex-chefe de April à criação das tartarugas.
Ação
Enquanto o roteiro derrapa, as sequências de ação são excelentes e, no final das contas, são elas que levam o público aos cinemas. Nem é preciso falar que a presença de Michael Bay como produtor, muito mais destacada do que o nome do diretor, resulta em explosões e lutas ininterruptas, algo que Bay sabe fazer.
Outro dos aspectos bacanas do longa é que os personagens são rapidamente identificáveis. Lembramos, de cara, que Leonardo é o líder destemido; Raphael é raivoso, mas tem bom coração; Michelangelo é o brincalhão; e Donatello, por fim, é o nerd da galera. Todos eles são criados com excelente captação de movimentos e computação gráfica.
As novas tartarugas também passaram por uma reformulação visual e se tornaram mais orgânicas, misturando-se facilmente ao ambiente. Vale destacar a intimidade entre os atores/dubladores dos personagens principais. Obrigados a transmitir em tela a parceria das tartarugas ninja, os quatro atores desenvolveram uma química impressionante que pode ser conferida na sequência do beatbox do elevador, realizada no improviso.
No fim, “As Tartarugas Ninja” é um filme com cenas e diálogos divertidos, personagens carismáticos e excelentes efeitos visuais. O problema é que a assinatura de Michael Bay vai além das sequências de ação e o filme peca pela infantilização do roteiro, sustentado somente por coincidências que subestimam a inteligência do espectador, algo que Bay se especializou em fazer durante sua longa e bem-sucedida carreira.
As Tartarugas Ninja
Aventura. (Teenage Mutant Ninja Turtles, EUA/2014, 101min.)
Direção: Jonathan Liebesman.
Elenco: Megan Fox, Will Arnettm William Fichtner, Johnny Knoxville, Alan Ritchson, Noel Fisher, Pete Ploszek, Jeremy Howard.
Retirado integralmente de A Gazeta
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