Um ano de grandes filmes
internacionais e de quantidade (e não qualidade) dos nacionais. 2013 fecha com
saldo positivo, principalmente se levarmos em contar que grandes estrelas da
atuação e direção voltaram neste ano.
Janeiro
O ano começou e terminou com
Tom Hanks, figura que vinha um pouco sumida nos últimos tempos. ‘A Viagem’ foi
o primeiro momento interessante do ano. Não que foi o filme fosse bom, mas uma
trama com oito cenários diferentes, em épocas diferentes com personagens que
não se encontram em momento algum de suas vidas releva um filme, no mínimo,
interessante. Já fica aí a minha primeira dica pra você que quer locar um
filminho nesta virada de ano.
Janeiro também marcou a volta
de Arnold Schwarzenegger aos cinemas depois de dez anos. ‘O Último Desafio’, de
último não tinha nada. Estava mais para desafio inicial, uma vez que reabria a
porta das telonas para o fortão, que se dedicaria à voltar a carreira de ator
após período como político. O filme? Uma droga como quase todos do Arnold, nem
vale a pena estender-se sobre.
Contudo janeiro ainda reservava
uma grande surpresa: ‘Django Livre’. O filme de Tarantino estreou e deixou
público e crítica (mais o público) de boca aberta. Um cowboy negro, em plena
época da guerra abolicionista americana que tem como mentor um alemão. Nada
poderia ser mais original do que Django! Com interpretações, direção,
fotografia, roteiro e edição de primeiras, o filme encantou a galera aqui do
Outros 300 e, desde já (lamento estragar a surpresa) foi eleito pela gente como
o melhor do ano. Outros títulos como ‘Amor’ e ‘Lincoln’ também chamaram atenção
e valem indicações para seu cineminha de férias.
Fevereiro
‘Os Miseráveis’ estreou cheio
de pompa. O filme cantado, que tinha como grandes estrelas Anne Hathaway, Hugh
Jackman e Rusell Crowe empolgou mais aos críticos do que o público. O mês
pareceu mesmo ser do despretensioso ‘O Lado Bom da Vida’, a trama sobre a “loucura
normal humana” ganhou o público pela sua singeleza e sutileza e ainda revelou
que Bradley Cooper sabe atuar. ‘O Lado...’ também é uma super indicação nossa! ‘O
Vôo’ e, principalmente, ‘Indomável Sonhadora’, também foram muito bem.
Março
O Brasil até que prometia
melhores opções cinematográficas após as chatíssimas estréias de dezembro de ‘Os
Penetras’ e ‘De Pernas Pro Ar 2’. ‘Colegas’ e ‘A Busca’, pelo menos, não eram
comédias chinfrins de quinta. ‘Colegas’, inclusive, levou a estatueta do
Festival de Gramado de melhor filme brazuca do ano, apesar de, somente pelo
fato de ter uma rapaziada down o interpretando (motivo de tamanho burburinho),
o filme não seja lá essas coisas.
‘A Busca’ foi mais ambicioso:
Queria trazer novamente o público brasileiro ao cinema para assistir a coisas
sérias. A idéia foi ótima, o filme não! Mal escrito e editado, a trama do
diretor Luciano Moura não empolgou e foi uma das decepções do ano. Mas os
filmes de comédias de quinta do Brasil não deixaram de ser representados em
março. ‘Vai Que Dá Certo’ não deu certo e foi a bomba do mês.
Abril
O super herói mais bem sucedido
dos cinemas nos últimos tempos voltou à carga em abril. Neste mês nos
deliciamos com mais uma aventura do ‘Homem de Ferro’. Chegando a sua terceira
parte, o filme conseguiu manter a pegada dos dois primeiros e ainda apresentou
um roteiro cheio de novidades. O melhor filme de super herói do ano!
‘Oblivion’ também estreou neste
mês e mostrou-se uma grata surpresa! O filme, a princípio uma ficção
científica, passeou por outros elementos como a comédia e o drama e mostrou que
os filmes de ficção podem ser muito mais do que só... Ficção. A bomba do mês
foi o meloso ‘Um Porto Seguro’, adaptado do livro do também meloso Nicholas
Sparks, o filme é um chute no saco. Contudo uma dica: Não fale mal deste filme
em um blog, pois você pode ser escorraçado por donzelas românticas, mas que
também sabem xingar como ninguém (eu que o diga).
Maio
Mês Renato Russo. ‘Somos Tão
Jovens’ e ‘Faroeste Caboclo’ estreariam neste mês e reservariam sensações
distintas. Enquanto ‘Somos...’, preso a fazidas de média com a família de
Renato foi um fracasso, ‘Faroeste...’ conseguiu empolgar algumas pessoas (eu me
incluo). Os filmes de comédias de quinta do Brasil foram representados desta
vez pelo horroroso ‘Giovanni Imbrotta’. Uma droga!
Junho
‘Se Beber Não Case’ chegava a
sua terceira e última aventura sem empolgações, e dividia um mês morno com ‘Odeio
o Dia dos Namorados’ nacional protagonizado por Heloísa Perissé (que pode
entrar no rol de filmes de comédias de quinta do Brasil) e de ‘Depois da Terra’
filme de Will e Jaden Smith que esgotou toda a cota de nepotismo
cinematográfico do ano.
‘Minha Mãe é Uma Peça’ vale um
aparte. Eu detestei o filme, pra mim um Zorra
Total no cinema, mas não é que o povo acha o chatíssimo Paulo Gustavo
engraçado? Então. Se você gosta de Zorra
Total veja o filme nas suas férias, pois você irá rir muito.
Julho
Bomba! A bomba internacional do
ano vai para ‘Super Man: O Homem de Aço’. O novo filme do herói de cueca para o
lado de fora da roupa mais uma vez derrapou. Com um roteiro confuso e raso e
cenas de ação difíceis de engolir até para um filme de ação, ‘Super...’
conseguiu ser, somente, um super fracasso. Ainda que ‘Wolverine Imortal’, outra
estréia pomposa do mês, não empolgou tanto e não deixou a barra do homem de aço
ainda mais suja.
Para competir em pé de
igualdade de ruinzisse com ‘Super Man’ só mais um filme de comédias de quinta
do Brasil. A trama em questão é ‘O Concurso’, negócio mais sem graça e mal
feito do ano. Como nada que está ruim não possa ainda ficar pior: ‘Todo Mundo
em Pânico 5’ e ‘Guerra Mundial Z’ completaram o time de porqueiras do mês.
Agosto
Mês do desgosto... ‘Os Smurfs 2’,
‘Gente Grande 2’ e ‘Percy Jackson: Mar de Monstro’ foram algumas estréias que
passaram longe de empolgar. Pelo menos o Percy não peidava como a turma dos Smurfs e Gente Grande. Agosto: O mês das flatulências no cinema.
O que salvou o mês foi a leve e
bem pensada comédia ‘Os Estagiários’. Dois coroas, com conhecimento zero de
computadores e internet, decidem se inscrever para serem estagiários do Google.
Bem pensando né? Ainda mais quando é a dupla Vince Vaughn e Owen Wilson que a
interpreta. Ótima pedida para suas férias.
Setembro
Eis que setembro reservou o
pior filme nacional do ano. E olha que este filme era o primeiro com a
tecnologia 3D do país! Porém nem esta novidade salvou o péssimo, o terrível, o
abominável ‘Se Puder... Dirija!’. Filme de dar vergonha alheia no cantor
Latino, a trama protagonizada pelo empáfico
Luís Fernando Guimarães fui um fiasco com roteiro ruim, interpretações ruins,
direção ruim, e um 3D só pra te tentar levar gente aos cinemas. Um show dos
horrores! Um filme gringo, chamado ‘O Ataque’ quase conseguiu a façanha de se
comparar a ‘Se Puder...’, quase.
Pra salvar o mês o legalzinho ‘Dose
Dupla’ (boa diversão para amantes de filmes de ação), e ‘Invocação do Mal’ um
terror bem interessante. Porém de legal mesmo tivemos ‘Elysium’. Filme de estréia
de Wagner Moura em grandes produções. O ator baiano deu um show de
interpretação em um filme de ficção com um roteiro muito inteligente e ágil. Ao
lado de ‘Homem de Ferro 3’ o filme foi, na minha opinião, um de melhores de
ação do ano.
Outubro
Com pena por ter feito tantas
tosqueiras em setembro, os cinemas americanos e brasileiros deram uma
caprichada em outubro. Várias foram as coisas boas que chegaram pra gente neste
mês. A começar pela volta do genial Woody Allen que dirigiu o bom ‘Blue Jasmine’
que revelou uma grande interpretação de Cate Blanchett. Enquanto o veterano
Allen emocionava, o estreante Afonso Cuarón surpreendia com o ótimo ‘Gravidade’,
filme com Sandra Bullock que se passa no espaço. Um filme em que a protagonista
fica quase que em sua metade no espaço, sem ação e sem grandes diálogos e mesmo
assim é bom, é porque seu diretor é fera!
‘Os Suspeitos’ filme com Hugh
Jackman e Jake Gyllerhall foi outro grande achado! Trailer policial de primeira
o filme também foi um dos melhores do ano! Recomendo. Se Allen, Cuarón, e Villeneuve
foram bem, outro veterano deixou a desejar. ‘O Conselheiro do Crime’ de Ridley
Scott atropelou-se no afã de valorizar o roteiro em vez do elenco e derrapou.
O cinema nacional trouxe três
boas produções neste mês. ‘O Tempo e o Vento’ foi o melhor filme técnico do ano
(fotografia, edição, e edição de arte). ‘Mato Sem Cachorro’ foi o melhor filme
de comédia nacional do ano (e olha que nem foi essa coisa toda) e ‘Serra Pelada’
mostrou alguns momentos bons também. Boas pedidas para as férias.
Novembro
Poucas coisas em novembro.
Destaque para ‘Meu Passado Me Condena’, terceiro filme de Fábio Porchat que é
tudo, menos bom. Chega a ser estranho um comediante tão bom não conseguir
emplacar um bom filme.
Dezembro
‘Vovô Sem Vergonha’ foi bem
divertido (pra quem gosta do estilão Jackass,
claro). ‘Última Viagem a Vegas’ também, principalmente pra quem gosta de Morgan
Freeman. Nos nacionais ‘Crô, O Filme’ entra na lista de filmes de comédia
nacional de quinta.
Crítica geral
Foi um ano terrível para o
cinema nacional. Nenhum filme que chegou aos grandes cinemas foi sequer bom. Os
produtores insistem em achar que o povo brasileiro só gosta de comédias, e
ainda por cima de estilo simplório. Com isso tivemos um declínio evidente na qualidade
de nossa filmologia. Personagens da TV, somente pelo simples fato de fazerem
sucesso na TV, não conseguem grande desempenho. Filmes sobre artistas só são
bons quando são verdadeiros. Foi um ano difícil, mas confiamos em um 2014
melhor.
Já os gringos capricharam.
Voltaram Allen, Tarantino, Scott... E outros estreantes mostraram a que vieram.
Afonso Cuarón e seu ‘Gravidade’, especialmente, foi uma grande surpresa. ‘Django
Livre’, ‘Gravidade’, ‘Os Suspeitos’, ‘Elysium’, ‘Homem de Ferro 3’, ‘Kick Ass 2’,
‘Os Estagiários’ e ‘Blue Jasmine’ foram os grandes destaques.
‘A Vida Secreta de Walter Mitty’, ‘Feito Gente Grande’, ‘In Bloom’, ‘A Fita Azul’, ‘Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal’, e os nacionais ‘Confissões de Adolescente’ e ‘Eu Não Faço a Menor Ideia do que Eu Tô Fazendo com a Minha Vida’ prometem bons momentos no inicio de 2014. Até lá.
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