quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

CRÍTICA - O CHARME DO COSTUME.


TV LCD, Blu-Ray, Tablet, I-Phone, Mp3, Mp4, Tela Tridimensional... São inúmeras as invenções e inovações tecnológicas que o homem criou nestes últimos tempos e que tem mudado a forma de absorvermos a arte e a informação. Ainda assim, ainda temos hábitos que, teoricamente, tornaram-se desnecessários com o advento desta nova tecnologia. Então porque ainda usamos coisas que não precisamos mais?

Rádio

O rádio foi o segundo veículo de comunicação (de informação e cultura) de massa (atrás dos jornais). Grandes artistas e notícias que mudaram o mundo vieram através da "velha caixa". Aliás, de todos os meios de comunicação, o rádio, por ser o segundo mais antigo, foi várias decretado como acabado.

Quando a TV se popularizou havia uma expectativa que o rádio poderia acabar. Ledo engano. O veículo seguiu firme e forte. Com a invenção dos Mp3 e afins, e a possibilidade de ter-se um aparelho que comporte um infinito de música (a sua rádio "particular") também cogitou-se que o rádio perderia espaço. Contudo nada disso aconteceu.

Por que? Porque as estações se atualizaram e atualmente se adaptam ao estilo de vida da população. As rádios de notícias, por exemplo, são companheiras de motoristas e passageiros que não podem acessar a internet no caminho até o trabalho ou escola. Enquanto isso as estações de música, por sua vez, pautam-se na imprevisibilidade da sequência de trilhas que irá usar e em promoções que forçam o ouvinte a estar sintonizado em grande parte do dia. Estações personalizadas também tem feito muito sucesso.

Mas é claro que informações e trilhas musicais podem ser absorvidas de outras formas.  A verdade é que o "ligar e deixar rolar" que o rádio proporciona é um costume que continua muito arraigado a gente e, mesmo depois de várias "ameaças de morte", segue vivíssimo em nosso dia a dia.

Jornal e Livro

Mais antigo meio de comunicação o jornal passou pela era do rádio, TV, e internet, e mantem-se firme. Mesmo quem tem acesso aos sites de notícia (em tempo real) não dispensa ler o bom e velho jornal.

Porque? Seria impossível competir com a internet, então as edições privilegiam as notícias investigativas. Matérias especiais são cada vez mais constantes nos grande jornais de circulação do país. No mais seus textos são mais bem redigidos do que o da internet, uma vez que a rede exige uma dinamicidade que quebra a qualidade da escrita. 

Por mais que quadrinhos, cruzadinhas e classificados tenham na internet, nada vai substituir o hábito de lê-los no ônibus ou em casa na hora do café. E por incrível que isso possa parecer sujar as mãos com a tinta preta das edições é um costume gostoso que o humano parece não estar preparado para perder.

A mesma coisa vale para os "concorrentes" E-Book X Livros. A praticidade de poder ter, em um único aparelho, vários livros, ainda não substitui o toque, cheiro e charme de ter um livro em suas mãos. O costume de ler seu romance favorito no papel, da forma mais convencional possível, parece ser o mais distante de se alterar.

Cinema

Pra que gastar vinte ou trinta reais para ver um filme que estará no pirata da esquina uma semana depois ou no canal a cabo daqui a um mês? O cinema talvez seja o único meio de comunicação artístico que se vale simplesmente da mística de ir às salas de exibição.

É obvio que ver o filme nas telas, cada vez mais sofisticadas, tem seu charme, mas a concorrência de saber que você pode ver seu filme favorito em casa, de cueca, por exemplo, é uma concorrência forte. 

Para combater isso as grandes produtoras patrocinam empresas que fazem com que as salas de cinema estejam cada vez mais confortáveis a ponto do espectador se sentir em casa e não perder o costume de ir ao cinema. Portanto não estranhe se alguém aparecer de cuecas algum dia em um cinema próximo a você.

TV

Apesar de ter perdido público considerável para a internet a TV é, disparada, o meio de comunicação mais utilizado pelo homem. Para concorrer com a grande rede a TV tem se espacializado em trazer a interatividade, típica da internet, para seus programas. Votações por telefone, ou on line, tem decidido destino de participantes de programas ou opiniões da maioria da população acerca de determinado assunto.

Outra tática é boa e velha "não consegue vencer, junte-se a ele". Atualmente as redes de TV tem usado a internet como moleta para a propaganda ou até aceitando indicações de como gerir tramas e programações. Fóruns na net sobre alguns programas são ótimos termômetros analíticos. Mais ainda nada substitui o hábito de chegar em casa, se jogar no sofá, e apertar o controle remoto. Nada... 

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