Ricardo Salvalaio é
professor de Língua Portuguesa (formado pela UFES) e escritor. Publicou o livro
“O óbvio complexo” (2006) e organizou a coletânea de poemas “Oito vezes poeta”
(2008). Em 2010, tomou posse na Academia de Letras Humberto de Campos (Vila
Velha). Atualmente, o autor escreve para o Blog Cultural “Outros 300” (www.outros300.blogspot.com) e é
colaborador do Caderno Pensar, do Jornal A Gazeta. Confira, abaixo, o poema “Por
que não ter por quê?”:
Por que não ter por
quê?
Estava eu na praça tomando sorvete
E lendo um jornal elitista
O coreto da praça gritava:
-Vagabundo sai dessa vida!
O capitalismo não me fascina
Faz com que eu não viva dormindo
Meus passos vão com o tempo
De modo que tenho que correr para alcançá-lo
Divídas são como rugas.
Arrumei um emprego e vivo no sofá
Não tenho mais o desejo de mudar
Acredito em tudo que me dizem
E vivo pensando pouco.
Já vem tudo pronto!
Na TV, eles dizem que todos podemos vencer
No entanto, para alguém andar calçado
Um outro alguém terá de andar descalço
O movimento estudantil não dá um passo...
E eu que pensava que a universidade era o ápice das lutas...
Há lutas por notas, festas e bebidas...
Não dá pra ser hippie, punk, se não a sociedade te trata mal
Daí me vendi para ser um intelectual
Eu vivo sem porquê,
Porque a sociedade fútil não tem porquê.
Por que não tem porquê?
Muito difícil de saber.
Estava eu na praça tomando sorvete
E lendo um jornal elitista
O coreto da praça gritava:
-Vagabundo sai dessa vida!
O capitalismo não me fascina
Faz com que eu não viva dormindo
Meus passos vão com o tempo
De modo que tenho que correr para alcançá-lo
Divídas são como rugas.
Arrumei um emprego e vivo no sofá
Não tenho mais o desejo de mudar
Acredito em tudo que me dizem
E vivo pensando pouco.
Já vem tudo pronto!
Na TV, eles dizem que todos podemos vencer
No entanto, para alguém andar calçado
Um outro alguém terá de andar descalço
O movimento estudantil não dá um passo...
E eu que pensava que a universidade era o ápice das lutas...
Há lutas por notas, festas e bebidas...
Não dá pra ser hippie, punk, se não a sociedade te trata mal
Daí me vendi para ser um intelectual
Eu vivo sem porquê,
Porque a sociedade fútil não tem porquê.
Por que não tem porquê?
Muito difícil de saber.
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