quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

CRÍTICA - PRODUTOS DE GRAVADORAS

Quem é esse cara?

Não é de hoje que as gravadoras de discos, baseados em estudos de público e mídia, buscam criar novos sucessos. Sucessos artificiais. Artistas definitivamente programados para agirem, cantarem, dançarem e se expressarem da forma que supostamente o grande público quer. Artistas criados com um único intuito: Ganhar dinheiro. Veja as impressões do Outros 300 em relação aos artistas "produtos de gravadoras".

Como dito acima, não é de agora que as gravadoras usam deste expediente para "criar" novos artistas e lançá-los ao mercado. Sem originalidade - e às vezes também sem talento - é necessário que estes novos artistas sejam expostos a exaustão, aparecendo o máximo de vezes na TV e no rádio.

Dominó. Máquina de fazer dinheiro de Gugu Liberato nos anos 80.

Só para citar exemplos nacionais mais recentes temos a boy band 'Dominó' como parâmetro. Usando modelo americano, o apresentador e empresário Gugu Liberato criou a banda com o intuito de ser um "Menudo brasileiro". Para tanto seguiu determinado esquema muito bem sucedido pelos porto riquenhos e americanos. Na banda deveria haver um jovem mais tímido, um mais velho, um mais rebelde, e um mais jovem. Aliado a isso, Gugu levava os meninos dia sim, outro também, a seu programa. Tamanha as artimanhas e exposição que, claro, o Dominó atingiu grande sucesso na década de 80. Em seu rastro Gugu criou uma cópia piorada do Dominó, o 'Polegar' e um "Dominó feminino" o 'Banana Split'.

No final dos anos 90 foi a vez de Latino dar uma de Gugu. Com surpreendente moral na Warner Music o cantor de 'Festa no Apê' e tosqueiras similares, conseguiu convencer os executivos a investir em Kelly Key, sua namorada.

Latino conseguiu que empurrássemos Kelly Key goela abaixo por 10 anos 

'Escondido' primeiro "hit" de Kelly tocou aos turbilhões nas rádios e em programas populares de auditório. Apesar de tamanha exposição, Key só decolou quando 'Baba', bastante tempo depois, começou a tocar nas rádios. Kelly Key foi o maior exemplo de que com muita insistência, e jaba, as coisas acontecem. Sem talento, e sem o Latino, 15 anos depois Kelly Key é desconhecida por grande parte do público que hoje em dia ouve 'Camaro Amarelo' e porcarias parecidas.

Já nos anos 200 e com dor de cotovelo pela perda de Kelly, Latino decidiu investir suas fichas em Luka. Ao contrário da ex do funkeiro, a primeira música de Luka 'Tô nem aí' estourou imediatamente nas rádios. Depois disso, mais nada... Luka tentou se classificar, como anônima, no programa de TV 'The Voice', mas não conseguiu. Porque será?

Preta Gil e Naldo. "Novo sucesso" no mercado

A bola da vez agora é o funkeiro Naldo. O carioca tinha uma parceria (uma dupla de mc's) com seu irmão Lula (falecido em 2008). Após a morte dele, o cantor decidiu seguir sozinho na carreira, sem muito sucesso, até que, sabe-se lá muito bem porque, a gravadora Deck Disc, decidiu investir pesado no cara.

Música na trilha de novelas, parceria com Preta Gil (não se sabe se, neste caso, foi vantagem ou desvantagem), entrevista para o Fantástico (com um Zeca Camargo constrangido afirmando o "sucesso" do entrevistado) e agora um especial na Multishow que virará DVD. 

Zeca Camargo. Para quem já entrevistou Paul McCartney... Força do jabá!

Parece-nos claro que o intuito da gravadora e fazê-lo uma espécie de Chris Brown brasileiro ou coisa assim. Como o público ainda não comprou a ideia, o jeito é inseri-lo todos os dias e em todos os lugares até que o povo se renda e comece a gostar de suas músicas, à força. Se daqui há dez anos alguém se lembrará de Naldo ninguém sabe. O importante é a gravadora recuperar imediatamente o pesado investimento que está fazendo. Essa é a roda viva do mercado. Que pena que a gente está no meio dela...   

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