quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

GREEN DAY LANÇA TRILOGIA "UNO, DOS, TRÉ"


Green Day lança trilogia que vai do punk à ópera rock

Em mais de duas horas de música, "¡Uno!", "¡Dos!" e "¡Tré!" nunca soam repetitivos

Com mais de 20 anos de carreira, o Green Day se consolidou como uma das mais importantes e influentes bandas de rock da história. Além disso, Billie Joe, Mike Dirnt e Tré Cool podem se orgulhar por não permanecerem muito tempo no mesmo lugar. Após os sucessos de “Dookie” (1994) e “Insomniac” (1995), a banda resolveu apostar em um lado mais pop em “Nimrod” (1997) e colocou as guitarras em segundo plano no quase acústico “Warning” (2000).

Em 2004, após quatro anos sem gravar, os californianos lançaram seu mais ambicioso projeto: “American Idiot”. Em meio ao processo eleitoral dos EUA, o grupo realizou uma ópera-rock recheada de conteúdo político e músicas de quase dez minutos. O resultado alçou o trio ao posto de maior nome do rock por alguns anos, levou o disco para um musical na Broadway, e tentou ser seguido, sem o mesmo sucesso, por “21st Century Breakdown” (2009).

No início de 2012, outro projeto ambicioso foi anunciado. A banda iria lançar três discos ao longo do ano. Simplesmente intitulados “¡Uno!”, “¡Dos!” e “¡Tré!”, os álbuns tinham a intenção de resgatar a simplicidade do início da carreira da banda sem deixar para trás a novas influências.

Divulgação

Resultado
Antes agendado para ser lançado em janeiro, “¡Tré!” chegou no meio de dezembro em uma tentativa do grupo para tirar o foco da internação de Billie Joe para se tratar de “problemas químicos”. Com os três discos disponíveis no mercado, é possível analisar a trilogia como um todo.

Mais variado da série, “¡Uno!” alterna momentos animados – “Nuclear Family” e “Stay The Night” – com outros mais dançantes – “Kill The DJ” e “Oh Love” – para soar como uma mistura de punk rock à lá The Clash, ingenuidade sessentista e boas melodias vocais.

“¡Dos!”, o melhor e mais direto da trilogia, é muito mais coerente e uniforme. Apesar de se encerrar com a quase bossa nova “Amy”, o disco, em momento algum, soa deslocado na discografia da banda. Canções como “Lazy Bones” (a melhor do álbum) e até o single “Stray Heart” soam como uma agradável mistura entre The Who e Weezer.

Com pretensões mais “épicas” para finalizar a trilogia, “¡Tré!” insere pianos e instrumentos de sopro já em sua abertura, com a bela “Brutal Love”. Quase tão consistente quanto “¡Dos!”, o disco traz destaques como “X-Kid” e “Drama Queen”. A banda ainda encontra tempo para brincar de ópera novamente em “Dirty Rotten Bastards”, que traz de volta alguns personagens e a grandiosidade do disco “American Idiot”.

Mais de duas horas e 36 músicas depois, é impossível não imaginar que o Green Day poderia ter unido o melhor dos três discos e lançado mais um trabalho grandioso. Vale ressaltar que a trilogia nunca soa chata ou repetitiva. É bom ver que Billie Joe e sua trupe ainda possuem ambições musicais.

Fonte: A GAZETA

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