Capitaneado por uma respeitosa dupla de atores, 'Dose Dupla' estreia neste fim de semana em nossos cinemas com a missão de resgatar os fãs das comédias com ação. Leia abaixo a matéria completa e saiba o que esperar deste filme protagonizado por Denzel Washington e Mark Wahlberg.
Por Rafael Braz
'Dose Dupla' brinca com a vida de policiais infiltrados
Longa estreia nesta sexta-feira nos cinemas do país
“Dose Dupla”, nova comédia de ação estrelada por Denzel Washington e Mark Wahlberg, é daquelas obras que Hollywood produz sem muito medo de errar. O filme, que estreia sexta-feira, adapta para as telas a novela gráfica “2 Guns”, criada por Steven Grant e ilustrada pelo brasileiro Mateus Santolouco, e aposta todas suas fichas no carisma de sua dupla de protagonistas.
Dirigido pelo islandês Baltasar Kormákur, que já trabalhou com Wahlberg no mediano “Contrabando” (2012), “Dose Dupla” mistura comédia e ação (receita que voltou à moda em Hollywood) para contar uma história sobre agentes infiltrados em organizações criminosas.
Na trama, Robert “Bobby” Trench (Washington) e Michael “Stigs” Stigman (Wahlberg) são dois agentes infiltrados em um cartel de drogas mexicano. O primeiro é membro do DEA (departamento de narcóticos), enquanto o segundo é um agente especial da inteligência naval. O problema é que nenhum dos dois sabe a real identidade do outro e ambos acabam envolvidos em um assalto a banco que, em teoria, deveria desmontar o cartel liderado por Papi Greco (Edward James Olmos).
Quando as coisas se complicam e ambos passam a ser caçados por suas respectivas agências, eles não têm outra opção se não trabalhar juntos para sobreviver. Nos intervalos, Trench ainda tem um tempinho para seu interesse romântico, vivido pela bela Paula Patton (“Missão: Impossível – Protocolo Fantasma”).
Logo de cara, o público é apresentado aos dois protagonistas e à maneira com que eles pretendem frustrar os planos do cartel. Nos primeiros 30 minutos, “Dose Dupla” se desenha como um interessante filme de assalto. No entanto, a comédia de erros ganha mais espaço à medida que a trama se desenvolve, mas é sempre interrompida por bem filmadas – embora nem sempre necessárias – sequências de ação.
Mesmo com Denzel Washington ainda no piloto automático, que ligou após vencer o Oscar por “Dia de Treinamento” (2001), e Mark Wahlberg desprovido de grandes ambições artísticas, a dupla se sai bem quando seus personagens estão juntos (o que acontece em boa parte do filme). A cara fechada de Bobby contrasta com o bem-humorado Stigs, que dispara piadas e comentários sarcásticos durante todo o tempo. A química de ambos em muito lembra a da dupla formada por Danny Glover e Mel Gibson na franquia “Máquina Mortífera”, uma das principais e mais bem sucedidas do gênero.
Mais do mesmo
Os divertidos diálogos e situações, aliados às cenas de ação e à competente fotografia (sempre estourada, transmitindo o incômodo dos personagens no deserto) do filme o credenciariam para uma crítica melhor. Acontece que o público, a esta altura do campeonato, já viu tudo isso antes.
Não é preciso ser nenhum gênio ou estudioso da sétima arte para prever como o filme vai acabar. É uma pena, também, que Paula Patton não tenha mais tempo de tela, visto que ela já provou no último “Missão: Impossível” que está apta para distribuir socos em alguns marmanjos.
“Dose Dupla” também poderia ser melhor caso as melhores cenas do filme não estivessem presentes no trailer e se não fosse tão repetivo. De qualquer forma, é um filme que deve agradar aos fãs das comédias de ação, que, infelizmente, estão se tornando cada vez mais frutos de uma mesma fórmula.
Dose Dupla
Ação/Comédia. (2 Guns, EUA, 2013)
Direção: Baltasar Kormákur
Elenco: Denzel Washington, Mark Wahlberg, Paula Patton, Bill Paxton, James Marsden, Edward James Olmos
Cotação: ***
Veja o trailer
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Retirado integralmente de A Gazeta
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