Adaptação do livro de Markus Zusak, 'A Menina que Roubava Livros' chegou aos nossos cinemas neste fim de semana e a equipe do Outros 300 esteve lá para assistir. Confiram nossas impressões abaixo.
Por Sandro Bahiense
Por favor, chorem!
Pressa em fazer espectadores se emocionarem estraga filme
Criancinhas na guerra, perdas e uma trilha sonora melosa. Pronto, está armado todo o circo para nos fazer chorar até. A preocupação excessiva em emocionar a seu público simplesmente estragou 'A Menina Que Roubava Livros'.
A trama
Adaptação de obra homônima de Markus Zusak, A Menina que Roubava Livros conta a história da jovem Liesel Meminger, uma garota que vive com os pais adotivos na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Apaixonada por livros, ela acaba desenvolvendo o hábito de "roubar" obras para ler para o amigo Max, um judeu que mora clandestinamente em sua casa.
A mãe da garota, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde o casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto, deixando a jovem ainda mais sozinha e desamparada.
Sua saga como ladra de livros inicia-se no breve enterro de seu irmão, onde o coveiro deixa cair um livro, que é logo surrupiado pela menina.
Crítica
Bem, já tinha lido o livro e o mesmo já não tinha me emocionado. Histórias da segunda guerra, especialmente envolvendo crianças, já estão batidas e é difícil derramar lágrimas e mais lágrimas com algo que já não é novidade, por mais triste que a situação real tenha sido. Logo, fui ao cinema "protegido" do choro fácil a qual a trama prometia.
Isso me permitiu não cair na pequena armadilha tramada pelo diretor Brian Percival e pelo compositor John Willians. O objetivo? Fazer chorar e ponto. A trama? Ah se possível que façamos algo razoável, deve ter pensado a dupla.
A preocupação em provocar emoção foi tamanha que afetou a importantes pontos do filme. A menina quase não roubou livros e os poucos a qual ela pegou "emprestados" não eram listados de como ela os pegava. Os personagens (até a protagonista) foram apresentados de qualquer jeito, meio correndo, deixando quem não leu o livro sem entender muito bem quem era quem. A guerra, em si, pouco foi vista. E os diálogos se perdiam em meio a situações superficiais dentro de uma trama que poderia ser mais bem explorada.
Do que adiantava a menina roubar livros para ler a Max se o menino passava grande parte do tempo desacordado? Muito do filme se perdeu nesta ausência de diálogo que poderia ter rendido bons momentos.
Tudo é muito bem feito, filmado e interpretado (a protagonista Sophie Nélisse esteve bem), mas faltou o básico, a emoção pela emoção. Um bom filme nos leva a ela por acompanharmos uma série de situações que nos fazem compadecermos pelos personagens por isso, porém quando tudo é jogado rapidamente sendo acompanhado de uma carinha triste e uma canção melosa a coisa fica estranha e artificial demais.
O mais triste: Nem precisava. Só um coração de pedra não se toca com a situação de qualquer um durante a horrenda guerra. Se não tivessem se preocupado tanto em fazer chorar e focassem na história de Liesel em si a coisa poderia ter sido outra. Enfim, uma pena.
Ainda assim indico sua ida ao cinema. O filme é bom. Pode te fazer chorar. Mas minha decepção é que poderia ser bem mais marcante. Fica para uma próxima...
Sério? Preocupação em fazer chorar? Onde? você viram o mesmo filme que eu? Não cara, você não é crítico de cinema. O filme não faz isso em momento algum. Faltou justamente drama no filme, faltou justamente a parte mais tocante do livro, nos fazer chorar durante toda a narrativa. O filme não é tão bom justamente por pecar na falta de drama. O drama ficou pro final e só. Mas agora já sei que sempre que eu vir o seu nome numa crítica, não acreditarei nela. Afinal quem não consegue perceber pelo menos o básico de um filme nao pode ser considerado crítico.
ResponderExcluiro que ele escreveu é realmente meio bosta, "APAIXONADA POR LIVROS" olha meu querido, não aconteceu assim, você resume pessimamente. Bem, eu concordo com o que ele diz, clichê, draminha, nada de bons diálogos, senti um enorme vazio, onde está o sentimento nisso tudo?, onde está o sofrimento discrepante de Liesel????? seja sincero, você vê realmente uma criança sofrida pela perda do irmão, abandono da mãe olhando para esse atriz que interpretou Liesel? puta que o pariu, decepção decepção... ruim demais!!!! confuso mesmo, e senti mais falta ainda do hans fazendo o fumo, indo pintar, tocando o acordeão mais vezes, enfim.... UMA BOSTA
Excluirdecepcionante, pouca emoção, cansativo e monótomo
ResponderExcluirO filme está muito bem ambientado, e sua beleza poética transforma mais um momento histórico em algo relevante para se pensar a vida atual. O espetacular do filme não é emocionar e sim reflexionar o pensar do espectador. História Literatura se fundem e dão luz a projeções humanas. A singularidade de se ter a "morte como narradora dos fatos transmite uma inquietação sublime e particularmente encantadora... A morte torna a poética fílmica ainda mais linda. Já sabemos o suficiente sobre a segunda guerra pelos fatos, o que reteve minha atenção ao filme foi a poesia que ele trouxe muito bem elaborada a rasos insinuantes históricos.
ResponderExcluir"Do que adiantava a menina roubar livros para ler a Max se o menino passava grande parte do tempo desacordado?"
Este é o ponto critico social do filme. O ato dela roubar livros era para manter viva a esperança na sociedade que "dorme" acordada sofrendo consciente suas dores e amarguras... Ler para Max era manter viva a esperança, alimentar uma massa imóvel mas ali viva biologicamente.
Não assisti o filme ,nem li o livro. Mas diante dos argumentos aqui apresentados concordo com Lucimar. Acredito que devemos enxergar um pouco além para uma boa interpretação.
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