quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

POEMA "TROPOR PROGRAMADO", DE JOÃO CARLOS BARCELOS RAMOS.


Torpor programado
Nebulei Por entre a turva do alvorecer
Na praia vapores frios, gélidos
Minha pele transformavam
Uma miragem fantástica inquietou
Minhas retinas

Pés que já não encontravam o chão
Pele que já não reagia ao tempero do vento
Visão do nada-tudo, enfim.
Consciência vaga
Torpor programado

Mas eu queria estar ali
No amargo irreal que adoça
O amargor do real
Mas a dor é cálice  infinito
Das emoções que atravessam os fatos

A ponte da fuga é íngreme
E escorregadia
Meu país, minha pátria amada
É o destino repetido nos meu passos
E olhos, e cenho.

Crio meus algozes
De escárnio e dor num vício amiúde
De negar-me, impune de prazer
E altivo, néscio e piegas
Meu umbigo que o mundo ignora.

João Carlos Barcelos Ramos é graduado em Letras Português pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós graduado e Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade Ateneu. Atua como professor de Língua Portuguesa na rede estadual de educação do Espírito Santo. Posta seus poemas, pensamentos, entre outros, em seu blog http://muralsarauvaral.blogspot.com.br/. 

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