Estreou neste fim de semana nos
nossos cinemas a refilmagem do clássico ‘Robocop’, dessa vez dirigido pela
cineasta brasileiro José Padilha. Será que o diretor do aclamado ‘Tropa de
Elite’ conseguiu se sair bem? Confira nossa crítica abaixo:
Por Sandro Bahiense
Melhor do que a
encomenda
Novo ‘Robocop’
surpreende pela ousadia de Padilha
A missão de José Padilha não
era nada fácil. Mostrar que ‘Tropa de Elite’ não havia sido somente uma curva
fora da reta e refilmar um dos clássicos do cinema de aventura mundial. Logo,
‘Robocop’ era muito mais do que uma simples refilmagem.
Mas missão dada para José
Padilha é missão cumprida. O novo ‘Robocop’ é ótimo desde sua concepção até seu
conceito. Nosso diretor mostrou ser corajoso ao abordar temas que ficaram de
fora da primeira filmagem, sem esquecer de citar trechos do clássico de 1987.
A trama
No ano de 2028, a OMNI Corporation domina os sistemas de
segurança. Seus drones e robôs estão espalhados mundo afora, mas nos Estados
Unidos eles são proibidos, por conta de uma lei e a rejeição de 72% da
população. O motivo? A certeza de que "máquinas não sentem".
Ganancioso, o empresário Raymond Sellars (Michael Keaton) manda seu cientista (Gary Oldman) criar um novo produto na OMNI
Corp., para driblar essa percepção. Ao investigar um esquema de corrupção
policial, o oficial Alex Murphy (Joel Kinnaman) acaba vítima de um violento
atentado. Com boa parte do corpo destruído, ele vira a cobaia perfeita para a
nova invenção da companhia, uma criatura híbrida, cujo maior desafio será saber
qual lado irá prevalecer: o homem ou a máquina.
Crítica
Era
claro que Padilha não podia refilmar o mesmo Robocop de 1987 com seus
movimentos lentos, e, dã, robóticos. O novo robô policial é mais ágil e
dinâmico. A armadura negra dá um quê de modernidade e nos faz tentar (pelo
menos tentar) nos desapegarmos do filme original. Funciona.
Até
porque Padilha cria um cenário independente da trama do primeiro filme, mas sem
perder a essência da história do original, o que agradou aos velhos e aos novos
fãs.
Com
liberdade, José se mostrou ousado ao criticar a forma como os EUA tratam de sua
política externa bélica, afinal os drones são usados para controlar populações
no exterior e não a sua própria.
Ao
inserir o Robocop à estória, Padilha trata do eterno diálogo entre a influência
da máquina na vida humana o tempo todo, inclusive nas (boas) cenas de ação.
Contudo, isso é feito de forma discreta, sem pieguismos.
As
cenas de ação são boas, especialmente as que mostram a perspectiva de tiro do
próprio Robocop o que agrada em cheio a fãs de vídeo game, em especial àqueles
que gostam de jogos de tiro.
O
ritmo do filme é dinâmico, talvez por possuir um roteiro claro, simples e
direto. Isso faz com que seu elenco tenha muito espaço para brilhar,
especialmente o ótimo Samuel L. Jackson que, na pele de um sensacionalista
jornalista, brilha intensamente.
O
novo ‘Robocop’ ´é ótimo! Bem filmado, com uma estória boa, e com boas
interpretações. Padilha estreou com o pé direito em Hollywood, e nós
espectadores podemos, e devemos, usufruir disso. Vá ao cinema, vai valer a
pena.
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