CRÍTICA DO FILME 'SUPERMAN: O HOMEM DE AÇO'

Uma das maiores estreias do ano, investimento alto, pompa e expectativa. Tudo isso cercava o novo filme do Super Homem 'O Homem de Aço' e o Outros 300 foi lá conferir. Veja, abaixo, a crítica acerca do filme.

Explicando um nada

Filme perde tempo demais explicando fatos de um raso roteiro

Um dos maiores investimentos do ano e a eterna busca por "vencer" o super clássico de 1978. A verdade é que o Super Homem é um dos heróis que mais deixam a desejar quando adaptado ao cinema, enquanto outros como Batman, Homem Aranha e X Men, arrastam multidões e agradam a fãs e critica.

Por isso a Warner Bros. deu um caminhão de dinheiro ao bem sucedido Christopher Nolan (da trilogia do Batman) para produzir um filme que finalmente desse ao Superman um filme que ele merecesse. Nolan, por sua vez, deu a Zack Snyder a honra de dirigir o longa.

Para tanto era necessário adaptar a trama do homem de aço ao que os fãs de cinema atual pedem. Algo mais humanizado e heróis que tentam vencer vilões e seus próprios temores ao mesmo tempo. Beleza. Lá foi Snyder enveredar por este caminho.

Queria explicar demais

A questão é que para humanizar o Super Homem, Snyder perdeu um gigante tempo explicando a origem do herói, do porque de seus temores e dúvidas. Gente, muito tempo mesmo. Metade do filme pelo menos.

Se até trazia uma inédita visão de Krypton, até então não explorada em outros filmes do home de aço, o filme pecava em outras vertentes, em pontas soltas e falta de uma amarração em seu roteiro.

O problema foi que os motivos que serviriam de suporte para essa humanização de Kal El eram rasos, bobos e difíceis de engolir. Por exemplo: Porque cargas d'água Clark Kent deixaria seu pai adotivo morrer numa tempestade só para manter seu segredo intacto? Óbvio que não. Ele poderia salvar seu pai sem que ninguém percebesse e faria isso num piscar de olhos.

Isto fora as lutas (chegaremos nela ainda) que provavelmente matavam milhares de inocentes. A postura de Super Homem após as batalhas? Nem ligar. Estranho né? Isto tudo não dava a profundidade necessária para que comprássemos a briga de Kal El, logo o filme, com isso, reduzia-se a um filme de ação, com muitas explosões, brigas gigantescas e coisas do tipo, coisa, aí sim, que Zack Snyder sabe fazer como ninguém.

As maiores brigas do mundo

Para compensar a hora perdida com o desnecessário didatismo, Snyder caprichou nas cenas de ação. Como Superman enfrentava um vilão igualmente poderoso (Zod), as brigas ganhavam proporções imensas, com prédios caindo, grandes explosões e coisas do tipo. Visualmente legal apesar de, mais uma vez, rasos de motivo.

Portanto o filme, se se propusesse só a entreter teria se saído bem, mas teve a pretensão de também conquistar através de um bom roteiro...

O elenco

Lawrence Fishburne à toa num filme. Isto me deixa p... da vida. Mas isto não foi demérito só dele, Amy Adams (Lois Lane), e Martha Kent (Diane Lane) também fazem pontas. Jonathan Kent (Kevin Costner) foi o único que teve lá seu destaquezinho, pois, admito, foi legal vê-lo sair de sua pecha de cientista bonzinho e cair na porrada.

Mas sem dúvida a maior responsabilidade era de Henry Cavill e o moço não esmoreceu. O galã mandou muito bem na pele do herói, passeando entre a raiva, a dúvida e o puro heroísmo com a mesma classe.

A crítica

É um ótimo filme caso você queira somente se divertir, ver cenas grandiosas, brigas gigantescas, explosões e afins. Ótimo mesmo. Mas se você quiser algo mais profundo irá se decepcionar, pois o filme até se propõe a tal, mas fracassa, nisso, retumbantemente.

Pelo menos não tem aquele lance ridículo de, com um simples óculos, acontecer o disfarce indefectível entre Clark e Superman, pelo menos isso.

Fãs de Superman, ainda é melhor ficar com a imagem de Christopher Reeve e o excelente filme de 1978 mesmo. Será que algum dia alguém fará um filme melhor sobre o herói do que aquele?