Comédia estrelada por Bruno Gagliasso, Leandra Leal e Danilo Gentili, 'Mato sem Cachorro' prometia arrancar boas risadas de sua platéia. O filme, que estreou neste fim de semana no estado, foi acompanhado pela equipe do Outros 300. Confira nossa crítica abaixo:
Por Sandro Bahiense
Em busca das risadas perdidas
'Mato sem Cachorro' é o primeiro filme de comédia nacional realmente engraçado em 2013
Quem acompanha as críticas de filmes daqui do Outros 300 já deve ter se deparado em algum momento com uma crítica que tem se tornado cada vez mais contumaz por aqui: O cinema nacional tem produzido muito, mas, definitivamente, quantidade não tem sido sinônimo de qualidade. Ainda mais nos filmes de comédia.
Até porque salvo um filme sobre um artista de música aqui, salvo algum guerreiro que insista em por o seu drama nos grandes circuitos acolá, são só os filmes de comédia que tem o aval dos grandes produtores para arriscar ir para aos nossos grandes cinemas concorrer com os cartazes hollywoodianos. Então se estamos sendo tomados pelos comédiansmovies brazucas porque será que eles não são bons?
Apontamos algumas opiniões a respeito. Medo de errar, acreditar que só o carisma do artista principal dará conta da graça do filme, inserir artistas de stand up que não tem intimidade com a sétima arte...
Pois bem, isso pode ser verdade ou não, mas de uma coisa eu posso afirmar categoricamente: 'Mato sem Cachorro' não tem nada disso. Seu diretor não tem medo de errar, o filme não se vale só do carisma de seus atores e definitivamente artistas de stand up sabem sim lidar com cinema.
'Mato sem Cachorro' foi em busca das risadas perdidas pelos outros (péssimos) filmes de humor brasileiros no ano, e as encontrou. O filme é muito bom e, principalmente, engraçado. Ufa! Já era hora!
A trama
Na trama, Deco (Bruno Gagliasso) e Zoé (Leandra Leal) se conhecem após o primeiro quase atropelar um cãozinho. Ao descobrirem que o animal poderia ser sacrificado, eles resolvem adotá-lo. Dois anos depois do início do namoro, a relação chega ao fim.
Zoé fica com Guto (o cachorro) e resolve dar uma chance ao ex-namorado. Incentivado pelo primo Leléo (Danilo Gentili), Deco elabora um plano para sequestrar Guto, a última lembrança que ele tem dos tempos felizes ao lado de Zoé.
Os acertos
Admito que tenho um gigantesco preconceito com filmes que tenham animais como protagonista. Sempre fico com a ideia que o filme será bobinho, com história melosa, batida, simples e politicamente correta (afinal normalmente são feitos para toda a família). Então quando um filme como 'Mato sem Cachorro' me surpreende, eu não posso dizer mais nada do que simplesmente que adorei o que vi.
Primeiro porque o diretor estreante (e que tem um grande futuro pela frente) Pedro Amorim fugiu da esquemática até previsível do filme. Ele poderia ter caído na armadilha de fazer um filme bobinho, romanticozinho, e apelar para a carinha fofinha do cachorro, mas não o fez. Longe disso até.
'Mato...' é um filme cheio de citações sexuais, palavrões, violência e coisas de adulto, mas tudo dentro de um time impressionante, onde as ações ocorrem em seu tempo certo. O filme é um dos primeiros a qual não tenho de reclamar do roteiro, pois 'Mato...' não deixa pontas faltando. Tudo é bem amarradinho, verossímil e cativante sem ser piegas.
Essa virtude (o time das ações) é o achado do filme e o que o faz ser muito engraçado. As piadas não são soltas, pelo contrário. Todas estão inseridas dentro da ação que está acontecendo o que as faz serem muito divertidas. O ponto alto é a inserção delas em momentos teoricamente dramáticos, o que foi feito com extrema engenhosidade.
Bruno Gagliasso
Fosse Pedro Amorim um diretor convencional e fosse Bruno Gagliasso um ator convencional, 'Mato...' teria um galãzinho, bobinho, atrapalhadinho, mas que ganharia suspiros das garotas e ânsias de vômitos dos críticos. Mas ainda bem que ambos não são convencionais.
Bruno tem se notabilizado por deixar a pecha de galã pra trás e tentar focar simplesmente em atuar o que, nota-se, ele sabe fazer. Para tanto, o ator optou por mutilar sua beleza e trouxe a seu Deco um ar sujo, exageradamente despojado, atrapalhado, guenzo e nerd. Quem não o conhecesse de outros trabalhos cravaria que se trata de ator feio que de bonito só tem os olhos.
Ao se despir da fama de bonitão, Bruno conseguiu que os olhares dos espectadores fossem simplesmente para seu trabalho que, diga-se de passagem, foi muito executado, desde de seus tiques nervosos, até a fala anasalada. Ele esteve muito, muito engraçado mesmo. Sua parceria com a sempre ótima Leandra Leal foi perfeita. Leandra, aliás, é uma atriz de cinema. A garota vai desde a comédia, ao mais puro drama sempre com a mesma qualidade. Contar com seu trabalho em um filme é sinônimo de sucesso.
O destaque vai para os dois cachorros
Por mais que Leandra e Bruno estivessem bem, não há jeito. O destaque vai para os dois cachorros do filme. Guto é um fofo, atrapalhado, e extremamente carismático cachorro. Sempre quando estava em cena o animalzinho chamava todas as atenções pra ele. A ideia da narcolepsia canina foi genial, ainda mais porque o ator era muito bom para encená-la.
O outro cachorro destaque chama-se Danilo Gentili e já tem feito um "sucessozinho" à frente de programas de TV e peças de stand up. Chamo-o de cachorro, pois o seu personagem nada mais era do que um cachorro em seu comportamento. Seja pelo despojo natural dos caninos, seja por atrair todas as atenções quando estava em cena.
Danilo definitivamente fez cair por terra a tese de que atores de stand up não conseguem ter bom desempenho no cinema. Além de interpretar muito bem, Gentili ainda contribuiu com o texto, uma vez que, durante os créditos finais, os erros de gravação mostravam vários cacos de Danilo - engraçadíssimo, diga-se de passagem - que acabaram entrando no texto do filme.
O diálogo entre Gentili e Rafinha Bastos, recheado de cacos, foi simplesmente impagável e por si só já vale o ingresso. Aliás, falando em elenco de apoio, fazia tempo que não se via coadjuvantes tão bons, pois, além de Rafinha, Enrique Dias (que estava sensacional), Letícia Isnard, Felipe Rocha, a "bêbada" Sandy, e uma surpreendente Gabriela Duarte estavam muito bem.
O filme é legal, engraçado, bem escrito, bem interpretado e é uma ótima opção de divertimento. Vale a pena. E que Danilo Gentili pegue gosto por fazer cinema... Oxalá.
vi que vc nao entende nada..o roteuiro é horrivel..baseado em piadinhas em cima dos personagens.a ideia de um cão que desmaia..deve ter saido quando o roteirista estava cagando..sai no meio do filme..nunca vi uma merda tão grande
ResponderExcluirJá vi que você não entendi de nada. O cachorro desmaia porque ele tem uma doença que quando ele fica muito animado desmaia e o roteiro é bom sim porque todo mundo gosta de cuidar de um cachorro saudável e um cachorro debilitado quase niguem gosta, reflita!
ExcluirTive uma cocker que sofria de narcolepsia. ..ela teve até de tomar antidepressivos. ..era só oferecer a comida q ela literalmente apagava...ficava como morta msm.
ExcluirLixo. Uma bosta. Da vergonha desse filme ter sido feito no Brasil.
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