quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

NÃO GOSTA DE CARNAVAL? O QUE FAZER?

Confira algumas opções culturais para você que não gosta de Carnaval curtir. Tem cinema (na telinha e telona), música, viagem cultural e muito mais. Veja:

Quer fugir da folia? Veja nossas dicas

O carnaval é esperado por todos. Ou não? Se você é daquelas pessoas que aproveitam o feriado como qualquer outra data em que não se trabalha, se ligue nas dicas do Sou ES. Para “fugir” da folia, indicamos aqui atividades e lugares interessantes para preencher seus dias de folga. Anote:

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Em casa

Se a preguiça é maior do que qualquer vontade, pode ficar em casa sem culpa!

Filmes online gratuitos

Há algum tempo os serviços de exibição de vídeos “sob demanda” têm tomado conta da internet. Dessa forma, as pessoas consomem apenas aquilo que lhes é de interesse, como em uma locadora virtual. A maioria desses serviços é paga, mas existem sim possibilidades que vão além da pirataria!

O Crakle é uma rede online de filmes gratuitos. Lá também é possível conferir séries e desenhos animados. O serviço está disponível online e em aplicativos para celular, tablet e TV. São mais de 200 títulos e a experiência é como uma "sessão da tarde", mas podendo pausar a hora que você quiser ;)

Outra opção está no próprio YouTube. Acesse o canal “YouTubeMoviesBR” e encontre diversos filmes gratuitos, para compra ou locação.

Cinema

Que tal aproveitar o carnaval para assistir às estreias da semana?

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RoboCop

O longa RoboCop, dirigido pelo brasileiro José Padilha. teve orçamento de aproximadamente 300 milhões de reais (US$ 100 milhões). A história se passa no ano de 2028 e conta a história de um robô criado com consciência humana.

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Pompeia

Em Pompeia, o escravo Milo está preso dentro de um navio, em direção à Nápoles. Ele vai fazer de tudo para escapar e salvar a mulher que ama, além de ajudar o seu melhor amigo, um gladiador que está em dificuldades no interior do Coliseu.

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Clube de Compras Dallas

O filme Clube de Compras Dallas conta a história do eletricista texano Ron Woodroof, diagnosticado com AIDS em 1986, e sua batalha contra a indústria farmacêutica. Procurando tratamentos alternativos, ele passa a contrabandear drogas ilegais do México.

Viagem

Aproveite o período de folga para conhecer lugares diferentes e outras culturas! Aqui vão as dicas:

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Aldeias Indígenas de Aracruz

Aracruz é o único município no Espírito Santo que possui índios aldeados. São duas etnias em um total de nove aldeias, sendo quatro Guaranis e cinco Tupiniquins. 

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Mosteiro Zen Budista

O Mosteiro Zen Morro da Vargem está localizado entre rochedos e uma exuberante vegetação a 350 metros de altitude. O local foi fundado em 1974 pelo mestre Ryohan Shingu com intuito de formar monges segundo o Oriente.

A instituição recebeu da Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera. Em 1997, foi reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente como uma das experiências brasileiras mais bem sucedidas em desenvolvimento sustentável. 

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Cachoeira de Angeli

Localizada a 67 km da sede do município de Linhares, a Cachoeira de Angeli fica no distrito de São Rafael e é uma das atrações turísticas que mais se visita no local.

Em meio a Mata Atlântica, a queda d’água possui diversas bromélias e orquídeas ao seu redor.A cachoeira é de médio porte, mas nas épocas de chuva a quantidade de água aumenta, deixando a visão do atrativo ainda mais bonita. Além disso, o local é próprio para banho, então seus visitantes podem se divertir num mergulho. 

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Cachoeira Rio do Meio

A cachoeira do Rio do Meio fica na comunidade que leva o mesmo nome, à 12km da Barra de Mangaraí e à 25km da sede do município de Santa Leopoldina. O ambiente é de extrema tranqüilidade para os freqüentadores e conta com área de camping com banheiro, playground e serviço de bar. Há, também, um restaurante com comida caseira. A cachoeira funciona apenas aos fins de semana e só recebe excursões com agendamento prévio. 

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Cachoeiras de Iúna

As belas Cachoeiras de Iúna são numerosas e algumas delas formam piscinas naturais de águas cristalinas. Nas comunidades de Rio Claro, São João do Príncipe e Santa Clara, estão localizados ótimos pontos de visitação, com estrutura de restaurante, pousada, camping e local de banho muito aconchegante.Dentre as cachoeiras pode se citar: Cachoeira do Rio Claro, Braz, dos Jesuítas, Chiador, São João do Príncipe, Recanto do Príncipe, Poço das Antas.
Retirado integralmente de SouES

MATÉRIA ESPECIAL - OS 5 RESISTENTES DE 1994

O ano era 1994, época do auge do sertanejo e do pagode. Enquanto Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano e Katinguele e Karametade tocavam a exaustão nas rádios, cinco resistentes lutavam por espaço. O que aconteceu vinte anos depois? Confira lendo a matéria completa:

Por Patrícia Colombo

De Raimundos a Skank: clássicos álbuns do rock nacional completam 20 anos

Em 2014, cinco importantes álbuns que deram um respiro ao rock com forte identidade brasileira completam 20 anos. Era 1994 e, em uma indústria dominada por cantores sertanejos e por grupos de pagode, o mercado começava a receber, entre outros materiais significativos (vindos de nomes como Cássia Eller, Marisa Monte e Racionais MC's, por exemplo), títulos que fizeram história: "Raimundos", do Raimundos, "Da Lama ao Caos", de Chico Science & Nação Zumbi, "Samba Esquema Noise", do Mundo Livre S/A, "O Rappa", d'O Rappa, e "Calango", segundo álbum de estúdio dos mineiros do Skank.

Esqueça blogs, plataformas de streaming e Youtube. Em um período de fitas demo para divulgação de uma banda, MTV Brasil na televisão, fanzines circulando novidades do underground, transição do vinil para o CD e grandes gravadoras em atividade começando a lançar selos em parte "independentes" para divulgar materiais alternativos, começava a nascer no Brasil um plural cenário musical.


"Raimundos"

Foi pelo selo Banguela, da Warner (fundado pelos Titãs junto ao produtor Carlos Miranda), que saiu o homônimo álbum de estreia do Raimundos. Procurado pela reportagem doUOL, Digão, que hoje assume o vocal da banda, disse que os integrantes optaram por não comentar ou celebrar o aniversário de duas décadas do trabalho por conflitos de interesses com o ex-vocalista Rodolfo Abrantes (que deixou o grupo em 2001 e virou evangélico).

Miranda, que descobriu os brasilienses e os produziu no estúdio Bebop, em São Paulo, posiciona os músicos em uma espécie de olimpo do rock nacional. "Raimundos não tem para ninguém, é a banda mais chuta c* da história da música brasileira", diz. "E a minha maior contribuição foi permitir que eles fossem exatamente como eram. Não quis mudar o som, diminuir guitarras, tirar palavrão. Deixei bem cru e nervoso."

Os elementos do forró nordestino unidos ao rock pesado e veloz com influências de hardcore e letras escrachadas deram a eles personalidade suficiente para que se tornassem um fenômeno entre o público jovem da época.

"Eles começaram um novo capítulo, das bandas que cantavam em português e que tinham orgulho de ser brasileiras, a exemplo do próprio mainstream, preenchido por axés e sertanejos", afirma o jornalista Ricardo Alexandre, que acompanhou algumas gravações do disco e comenta sobre a experiência no livro recém-lançado "Cheguei Bem a Tempo de Ver o Palco Desabar – 50 Causos e Memórias do Rock Brasileiro (1993-2008)". "Essa geração consegue ser a mais rock e mais brasileira do que qualquer outra da nossa música."

Lucio Maia, guitarrista da Nação Zumbi, que no mesmo ano presenteou o público com o clássico "Da Lama ao Caos", vai na mesma linha de raciocínio. "A pluralidade dessas bandas todas era o diferencial da nossa geração", afirma. "Ninguém hoje tem mais coragem de enfrentar o que enfrentamos nos anos 90. O rock dos anos 80 foi muito galgado em coisas de fora, na cultura inglesa, e nós fomos por outro lado, tínhamos uma energia forte de autoadmissão."


"Samba Esquema Noise" e "Da Lama ao Caos"

Embora lançados por gravadoras e selos diferentes, Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A vinham do mesmo berço pernambucano. Era um período em que a cena local do Manguebeat já estava estabelecida e estruturada, fosse por meio da sonoridade característica do rock com elementos regionais (como o maracatu) e eletrônicos, fosse por meio do manifesto "Caranguejos com Cérebro", escrito por Fred Zero Quatro.

O Mundo Livre S/A já era há dez anos uma banda de garagem quando, contratado também pelo Banguela Records, pisou no estúdio Bebop para gravar "Samba Esquema Noise" na capital paulista. "A gente mal tinha instrumentos", relembra. "Os nossos eram feitos a mão, ruins de gravar. O Bactéria, por exemplo, tinha pego emprestado um teclado de 30 anos de uso da igreja que ele frequentava."

Com aparelhagem em parte emprestada e em parte alugada, estouraram o tempo previsto de finalização porque a cada momento Fred aparecia com uma reestruturação diferente, com ideias de harmonia que não estavam na concepção original. "Tínhamos combinado gravar o material todo em 200 horas e acabamos finalizando em 660 horas, o que é um tempo normal para fazer um disco elaborado como aquele", comenta Miranda.

O resultado de todo o zelo e inventividade foi um trabalho fino, experimental e digno de fazer parte das mais variadas listas de melhores lançamentos nacionais de todos os tempos.

No caso da Nação, a banda fechou com a Sony pelo selo Chaos. "Sabíamos que éramos avessos a tudo o que poderia ser chamado de comercial", relembra Lucio. "E naquela época, com esse lance dos selos, as gravadoras investiam em dez artistas para tentar acertar um. Hoje em dia essa matemática chama-se 'zero para zero'. Querem toda uma estrutura pronta e com potencial para só então investirem."

Apesar de o álbum ter se tornado um clássico, o sentimento de boa parte dos fãs na época de seu lançamento foi o de decepção. O motivo alegado por muitos: o material produzido pelo renomado Liminha não retratava de forma justa a potência que Chico e seus companheiros de banda demonstravam nos shows.

"Na época também rolou um bode entre nós da banda por não ser exatamente o que queríamos", conta Maia. "Mas hoje eu penso diferente porque não acredito que seja algo tão positivo ser a mesma coisa no álbum e no palco. Sempre tivemos uma apresentação mais potente mesmo. E hoje fico feliz pelo que fizemos.


"O Rappa"

No cenário carioca e em nível nacional, O Rappa, ainda em sua formação clássica com Marcelo Yuka na bateria, só foi se destacar de verdade no mainstream com "Rappa Mundi", de 1996, mas foi com o homônimo de dois anos antes que a banda de rock com um pé no reggae e no dub estreou no plural cenário daquela década.

Com toda a estrutura de gravação oferecida pela Warner, o disco teve mixagem no estúdio do baixista e produtor de dub Dennis Bovell (conhecido principalmente por sua parceria de longa data com o poeta Linton Kwesi Johnson), no bairro de Brixton, em Londres. "O Rappa" levou um mês para ficar pronto e encarou alguns obstáculos, entre eles a intervenção da receita federal em confiscar as fitas que Bovell havia enviado à banda após sua parte do trabalho ter sido finalizada.

"Hoje vejo esse disco como um material cult nosso", diz o tecladista e baterista Marcelo Lobato. "Não era o álbum pop que queriam. Era uma época em que ensaiávamos muito mais do que tocávamos ao vivo e tínhamos um som bem mais pesado. Acho até que as dificuldades para finalizá-lo acabaram prejudicando também a visibilidade."

Ainda sobre as gravações, Lobato relembra a participação do sambista Bezerra da Silva na gravação da faixa "Candidato Caô Caô". "Pedimos para que ele fizesse um rap na música, mas ele não conseguia. E como era fita de rolo, gravamos e sampleamos (sic). Hoje em dia, com tecnologias como o [software] Pro Tools, seria ridículo fazer, mas na época o samplear ainda era o melhor recurso para não precisarmos cortar na fita."


"Calango"

"Veteranos" na lista de estreantes de 1994, os mineiros do Skank já tinham no currículo um primeiro álbum homônimo lançado dois anos antes e inteiramente bancado pela banda com o dinheiro vindo de shows em bares de Belo Horizonte. A tiragem foi de 3 mil CDs (sendo uma das primeiras bandas independentes a investir de cara no formato que começava a se expandir pelo mercado), sendo 500 deles distribuídos a jornalistas, radialistas e formadores de opinião.

A ação e o investimento deram tão certo que "Calango", o álbum seguinte, contou com a estrutura almejada por qualquer banda: contrato com o selo Chaos da Sony, registro no famoso estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro, e coprodução de Dudu Marote com o próprio grupo. "Sempre trabalhamos de forma conjunta com a gravadora, mas acreditando nas nossas ideias", afirma o tecladista Henrique Portugal.

"Calango", fortemente influenciado por reggae e pelo dancehall, foi um sucesso absoluto e emplacou nas paradas nacionais hits como "Jackie Tequila", "Esmola", "Pacato Cidadão", a versão de "É Proibido Fumar" (de Erasmo Carlos e Roberto Carlos) e "Te Ver", tornando o Skank um dos mais populares nomes do pop rock da década, vendendo 1,2 milhão de cópias.

"Foi o Dudu que nos apresentou como utilizar sampler e isso foi um grande avanço na nossa sonoridade", conta Portugal. "Vejo esse disco do Skank como um trabalho atemporal."
Retirado na íntegra de música Uol

SAIBA QUAIS SERÃO OS HITS DO CARNAVAL 2014

Esqueçam grandes estilos, obras ou inspirações. Para ser hit de carnaval basta-se ter uma boa levada, uma letra engraçada e alguma onomatopeia que remeta ao ato sexual. Então, quer saber quais são as músicas candidatas a ser o hit do carnaval? Confira abaixo:

Por: Acácio Rodrigues

Conheça os hits que vão bombar neste carnaval!
O Sou ES preparou uma playlist para você aprender os sucessos da folia

Aaaaaaah, lelek, lek, lek, lek... Te lembra algo? Em tempos de carnaval, sempre tem aquela música que ‘cola’ na cabeça. Essa, por exemplo, estourou no verão de 2013. Você se depara cantando e nem percebe que já decorou a letra. São canções que ‘bombam’ nas ruas, nas rádios, e naqueles carros de som que passam quando você está conversando com o amigo e acaba entrando no ritmo. Nesse clima de úsica chiclete, o Sou ES preparou uma playlist com os hits que prometem agitar a folia este ano. Aprenda as letras e prepare-se para dançar muito nesses dias de festa. Aperte o play!

Lepo Lepo – Psirico

Os baianos do Psirico assumiram a liderança de downloads no iTunes Brasil com a música que tem feito sucesso no verão. O vídeo no Youtube com a música teve aproximadamente 1 milhão de visualizações em apenas 3 dias. Até o Neymar entrou no clima em Barcelona!



Beijinho no Ombro – Valesca Popozuda

A carreira solo de Valesca não poderia começar diferente. A funkeira carioca emplacou o Beijinho no Ombro em seu primeiro videoclipe do trabalho autoral. Algumas celebridades aderiram ao som da Popozuda, como Suzana Vieira, Mateus Solano, Tatá Werneck e Marcos Mion, com fotos ao lado da cantora com pose do beijinho. E mais: O coral da USP recepcionou os calouros de direito substituindo a música erudita pelo funk!


Tempo de Alegria – Ivete Sangalo

A rainha do axé sempre tem lugar garantido na lista dos hits que vão agitar o carnaval. A música Tempo de Alegria abre o DVD de Ivete Sangalo gravado em Salvador, e está na boca do povo nesse verão. É a música que comemora os 20 anos de carreira da grande Veveta!


Vou Fazer com Você – Gabriel Valim

Essa aqui é típica daquelas de refrão que você não esquece. O músico Gabriel Valim joga as segundas intenções e a ‘pegação’ pra galera em um hit que promete nesse carnaval. O vídeo tem aproximadamente 230 mil visualizações no canal oficial do cantor no Youtube.


Simplesmente – Banda Eva

Felipe Pezzoni assumiu o posto de vocalista da Banda Eva e já emplaca o sucesso da música Simplesmente. No ritmo do verão, a letra tem uma levada romântica que é embalada pelos tambores e o swing baiano. É a aposta do grupo para o carnaval de 2014.


Curtiu? Então agora “vai no cavalinho...”

POEMA "TROPOR PROGRAMADO", DE JOÃO CARLOS BARCELOS RAMOS.


Torpor programado
Nebulei Por entre a turva do alvorecer
Na praia vapores frios, gélidos
Minha pele transformavam
Uma miragem fantástica inquietou
Minhas retinas

Pés que já não encontravam o chão
Pele que já não reagia ao tempero do vento
Visão do nada-tudo, enfim.
Consciência vaga
Torpor programado

Mas eu queria estar ali
No amargo irreal que adoça
O amargor do real
Mas a dor é cálice  infinito
Das emoções que atravessam os fatos

A ponte da fuga é íngreme
E escorregadia
Meu país, minha pátria amada
É o destino repetido nos meu passos
E olhos, e cenho.

Crio meus algozes
De escárnio e dor num vício amiúde
De negar-me, impune de prazer
E altivo, néscio e piegas
Meu umbigo que o mundo ignora.

João Carlos Barcelos Ramos é graduado em Letras Português pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós graduado e Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade Ateneu. Atua como professor de Língua Portuguesa na rede estadual de educação do Espírito Santo. Posta seus poemas, pensamentos, entre outros, em seu blog http://muralsarauvaral.blogspot.com.br/. 

O 'MATHEMA' DO GOLPE OLIGÁRQUICO NA VENEZUELA


Tão interessante quanto a conferência “O que é o autor?”, realizada por Michel Foucault em 1969, na Sociedade Francesa de Filosofia, foi a intervenção, em forma de debate, de figuras como Lucien Goldmann, Jacques Lacan, J. d’Ormesson, J. Ullmo e J. Wahl, pois de uma forma e de outra todos os presentes tocaram naquilo que Foucault não falou explicitamente embora lá estivesse todo seu argumento acerca da questão autoral ou mesmo a questão do sujeito, a saber: na estrutura, no estruturalismo.

O principal argumento de Michel Foucault sobre o autor não se centrou na sua existência ou não existência, na sua morte ou não morte. Foucault evitou a falsa polêmica, como a de saber, por exemplo, se Deus existe ou não existe. A premissa que sustentou seus argumentos foi: a questão que importa não é a da morte do autor, mas a da função que cumpre em um regime discursivo de uma época, entendendo por este o conjunto de práticas discursivas que esquadrinha um determinado tempo histórico, seja sob o ponto de vista da criação, sob o ponto de vista científico ou mesmo sob o ponto de vista dos discursos correntes no cotidiano das maiorias.

A questão para Foucault, portanto, era: por que no campo, por exemplo, da criação literária se permite a presença de um autor experimental, revolucionário e, por outro lado, no campo discursivo das ciências econômicas a simples referência a um autor experimental soaria como absoluta falta de rigor científico? Qual o peso social que tem o discurso literário em relação ao discurso econômico? Imaginemos, em todas as faculdades de economia do mundo, o incentivo teórico à ideia de autoria experimental, insubmissa, iconoclástica? Se isso ocorresse teríamos economistas que funcionam como verdadeiros guardiães do status quo, da propriedade privada?

Imaginemos, para prosseguir o raciocínio, que, nos cursos de direito, o rigor, o necessário, o certo fosse o incentivo teórico a um direito experimental, radicalmente histórico e, portanto, absolutamente aberto a se rever permanentemente, tendo em vista a igualdade e o fim de qualquer forma de privilégio? Se isso ocorresse teríamos um Gilmar Mendes, um Joaquim Barbosa? Por que na literatura se permite e mesmo se incentiva uma autoria insubmissa, ávida de realizar sátiras com os burgueses, os sérios, “a moral e os bons costumes” e no campo do direito uma jurisprudência satírica, apta a debochar dos ricos e dos privilegiados, desconstruindo juridicamente suas farsas ideológicas, é absolutamente impossível, nos termos da ordem discursiva do contemporâneo?
 
As contradições entre opressores e oprimidos

A função incentivada e justificada teoricamente para o autor num campo discursivo e noutro, suas semelhanças e diferenças, seus “pode aqui” e “aqui não” determinam o regime discursivo de uma época e, portanto, a ordem hierárquica dos discursos, mantida ferreamente com objetivo de garantir, via saber, os lugares sociais de diferentes perfis humanos: aqui fica o oligarca, de modo intocável, porque é o que arrisca, o que investe, o que gera riquezas; ali fica o trabalhador, porque não ousa, porque é medíocre; porque não tem capacidade de aproveitar as oportunidades que o mundo da economia oferece.

Ao pensar a questão autoral em termos de função que cumpre o autor num campo discursivo ou noutro, investigando semelhanças e diferenças, Foucault se valeu, mesmo que não o tenha admitido, da ideia de estrutura, tendo em vista a seguinte premissa: existe uma estrutura social, que é também econômica, que é também mental, que é também linguística que é também epistemológica, que é também jurídica, que é também cultural que é, portanto, civilizacional.

Chamemos de mathema essa estrutura social/econômica/cultural de uma dada época. O mathema estrutural é o que permite que uma dada civilização possa se reproduzir ao infinito, mesmo diante de injustiças, de contradições, de guerras e genocídios. O mathema é, portanto, o próprio regime discursivo e sua imanente ordem igualmente econômica, social e cultural.

É precisamente aí, no mathema estrutural, que Marx errou o diagnóstico ao afirmar que as contradições da civilização burguesa, estruturalmente inscritas no campo da luta de classes, gerariam quase que naturalmente os germes de seu fim. Marx errou o diagnóstico porque o mathema estrutural da sociedade burguesa é o que reproduz sem cessar as contradições entre possuidores e não possuidores dos meios de produção; entre opressores e oprimidos, exploradores e explorados.
 
O atual estágio da civilização burguesa

Apenas uma vontade coletiva (e isso Marx teorizou com singularidade propositiva), consciente de si, pode mudar o mundo e para tal é preciso destituir o mathema estrutural de sua época. Para isso, é preciso inteligência igualmente coletiva para responder de forma ousada as seguintes questões: qual o mathema de nossa época? Como não reproduzi-lo mesmo pensando que o estamos destituindo? Como propor revolucionariamente outro mathema estrutural, outro regime discursivo outro mundo, portanto?

À primeira questão, elaboremos a seguinte hipótese, como resposta: o mathema estrutural do atual estágio da civilização burguesa é o da reificação de todos e de tudo, reproduzível infinitamente, entendendo por reificação precisamente a falsificação ideológica que faz com que vivamos como se não estivéssemos numa estrutura social específica, como se algo pudesse estar desvinculado do contexto estrutural de sua época. Tudo, absolutamente tudo, no contemporâneo é reificação: as identidades de gênero, étnicas, de classe, de nacionalidades; as línguas e suas variações, os saberes institucionais; o amor, a religião, os poderes constituídos, o que chamamos de Estado, o que chamamos de burguesia, de trabalhador, as multinacionais, os perfis humanos de modo geral, a violência, as guerras; as mercadorias, quem as tem e quem não as tem e o que acontece, como agem e reagem seus possuidores e seus não possuidores.

Tudo está reificado porque tudo é vivido como se não pertencesse a uma dada civilização, como se não fosse parte e contraparte dela num contexto em que a ilusão desse não pertencimento constitui a infinita força do mathema estrutural do contemporâneo: quanto mais saímos pelo mundo como se não fôssemos, nós e os demais, um pedaço dele, mais o reproduzimos, mais o dilatamos, mais o eternizamos; mais enfim somos e seremos a função sujeito ou a função autor da ordem discursiva e econômica de nossa atual época.

Como esse mathema da reificação de tudo e de todos não surge do nada sua razão histórica é uma só: a intensa divisão internacional do trabalho que tomou a humanidade toda, que é também uma divisão internacional dos saberes, das técnicas, das mercadorias, dos processos econômicos, das identidades e mesmo ou talvez principalmente das ideologias. O mathema do contemporâneo, nesse sentido, é o da divisão, razão pela qual atuar nela é reforçá-la, é constituir-se como o próprio mathema, parte e contraparte do atual estágio da civilização burguesa.
 
A mentira da indústria cultural

A única forma de combater o mathema da divisão de tudo e de todos, que é também o mathema da reificação de tudo e de todos se dá no horizonte igualmente sem fim da não submissão a ele, o que só é possível não insistindo, não desejando e não cultivando e não nos capitulando perante a divisão internacional de tudo e de todos, tendo em vista cada vez mais a produção e a reprodução, em escala planetária, de mathemas da igualdade, antes de tudo econômica, num contexto de cidadania planetária, partindo com clareza não reificada da seguinte premissa: somos todos terráqueos e todos merecemos viver com dignidade.

Uma questão de método para se contrapor, não nos capitulando, ao mathema da divisão e da reificação, que seqüestrou toda a humanidade, é esta: as mídias corporativas ou simplesmente a indústria cultural são na atualidade o epicentro sísmico do mathema da reificação e da divisão de tudo e de todos, razão pela qual, suas reificadas mercadorias, incluindo redes sociais, uso de celulares e outros artefatos tecnológicos, tornaram-se cem por cento reificadas e reificantes – e não conhecem outra linguagem!

Como a reificação, além de um tremendo engano e autoengano é também uma escandalosa e não aceitável mentira (além de não aceitáveis hipocrisias e cinismos), sobre ela podemos afirmar sem medo de errar: as corporações midiáticas produzem uma indústria cultural planetária absolutamente mentirosa, cínica, hipócrita, porque só permitem uma linguagem, a reificação, a divisão, o cultivo de diferenças isoladas, descontextualizadas, estruturando-nos para nos iludirmos ou pensarmos (dá no mesmo, nesse caso) que não pertencemos à estrutura ou ao regime discursivo da civilização burguesa ou que, por outro mesmo lado, só esse mathema, o da divisão e da reificação é possível, situação paradoxal porque se estrutura a fim de que venhamos a crer na civilização burguesa como eterna, o próprio reificado fim da história, pois, além de reificar, produzir mercadorias reificadas e reificantes (e tudo é mercadoria em seu interior), ela mesma, a civilização burguesa planetária, se constitui como a própria reificação histórica, porque separada da/na histórica, embora seja simplesmente histórica, logo mutável, logo potencialmente passageira.

No horizonte do mathema da reificação, marca principal do atual estágio da civilização burguesa, a mentira faz parte do DNA da indústria cultural e, portanto, de suas instâncias promotoras, no horizonte das mídias corporativas televisivas, cibernéticas, radiofônicas, fílmicas, gráficas. E como sempre mentira é mentira em relação a algo, a mentira da indústria cultural do mathema da divisão como a única hipócrita verdade possível é por excelência em relação a tudo que não seja ou resista ou se ofereça como alternativa à divisão e à reificação gerais.
 
Os vestígios de igualdade conquistados em 15 anos

Sob esse aspecto consideremos (mais uma vez) o caso recente do golpe oligárquico em curso na Venezuela. O que está em jogo lá é evidentemente o controle da renda petroleira. Embora esta ainda esteja concentrada nas mãos da oligarquia, desde o primeiro governo de Chávez gradativamente parte dessa renda está sendo canalizada para a historicamente abandonada população venezuelana. Isso é uma verdade histórica, incontestável, bastemos para comprovar que observemos qualquer estatística com peso social, no contexto venezuelano da era Chávez/Maduro. Nunca, em toda história da Venezuela, os recursos advindos da renda do petróleo foram tão significativos na área da educação e da saúde públicas; da habitação, da infraestrutura urbana de transporte coletivo, do cuidado da infância, da velhice, da juventude, do acesso a alimentos mais baratos. Todas as estatísticas comprovam um significativo aumento de qualidade de vida da população venezuelana, não sendo circunstancial que das dezenove eleições (se não me engano) nos últimos 15 anos a revolução bolivariana perdeu apenas uma.

É, pois, o medo e o ódio à igualdade que movem a golpista oligarquia venezuelana, marcada por um desespero cada vez maior, seja porque não tem conseguido virar o quadro eleitoralmente, seja porque tem assistido com pavor uma gradativa perda do controle sobre a renda do petróleo. É o desespero dessa oligarquia, taticamente manipulado pelo imperialismo americano, que o financia e treina, que está nas ruas de Venezuela, de forma racista, sociopata e extremamente violenta em relação antes de tudo ao povo simples, seu verdadeiro inimigo de classe.

Como as mídias corporativas só conhecem reificação e como o lado humano da reificação adorada é o oligárquico, até porque tudo ocorre de oligarquia para oligarquia, é com a oligarquia venezuelana que elas ficaram e ficarão sempre, de versão para versão, conversão convertida, razão suficiente para dizer que tudo, absolutamente tudo que dizem, informam e mostram sobre o que está ocorrendo na Venezuela é mentira, enganação, reificação exaltada de sua oligarquia.

Para ratificar essa imagem paradoxal por si mesma de uma oligarquia oprimida pela polícia bolivariana os meios de comunicação oligárquicos utilizam evidentemente as armas do mathema da civilização burguesa: a divisão e a reificação que dominam o planeta. Como, conforme o que foi dito, a reificação significa simplesmente o jogo sem fim da descontextualização, tirando algo de lugar e colocando em outro, estrutura fundamental da atual fase do capitalismo planetário, não é circunstancial, sob esse ponto de vista, que seja isto que estejam noticiando (mentindo descaradamente) sobre o desesperado (e nem por isso menos planejado) golpe oligárquico na Venezuela: a reificação cinicamente revolucionária de uma oligarquia que no fundo e no raso vai às ruas para atacar violentamente todos os vestígios de igualdade conquistados pelo povo venezuelano nos últimos 15 anos.
 
Uma urgente lei da comunicação

Para realizar esse surrealismo reacionário, de colocar como vítima os proprietários dos meios de produção, vale tudo e principalmente a descontextualização generalizada, não sendo por acaso que boa parte das imagens que circulam o mundo sobre a Venezuela não tem relação alguma com as suas manifestações golpistas oligárquicas, pois são imagens capturadas de outros lugares do mundo, do Egito, da Síria e inclusive do Brasil, apresentadas como se fossem provas cabais da repressão de um governo ditatorial – sinal, portanto, que o governo de Maduro está sendo bastante complacente com os golpistas.

É assim que funciona hoje a reificação das notícias no reino das mídias corporativas: a utilização do mathema da reificação e da divisão infinitamente como tática e estratégia para aprofundar uma humanidade dividida e reificada. Num mundo totalmente reificado a reificação é a arma contra todo princípio de igualdade, não sendo circunstancial que o principal inimigo desse modelo é: a contextualização, num contexto em que contextualizar é no limite contextualizar no âmbito maior da civilização burguesa.

Se a Venezuela tem conseguido resistir a esse ataque oligárquico planetário, ao mesmo tempo midiático, econômico, cultural, é porque lá, como em lugar algum no mundo, a revolução bolivariana produziu e tem produzido o que Gramsci chamou de bloco ideológico, o que só se consegue politizando a população contra a reificação generalizada da civilização burguesa.

É apenas por isso, e não é pouco, que Maduro ainda não foi derrubado pelo golpe oligárquico.
Por outro lado, a maior vulnerabilidade de Venezuela está relacionada com outro tipo de renda: a renda do espectro radioelétrico, ainda oligarquicamente concentrada, pois mais de oitenta por cento de seus meios de comunicação se encontram sob um restrito e golpista domínio oligárquico.

O governo bolivariano está na obrigação, para sobreviver e prosseguir avançando contra a reificação generalizada, de produzir uma urgente urgentíssima lei dos médios, tornando evidente como o reificado direito oligárquico à expressão nada mais é que o próprio lugar da censura – e do golpe contra um mundo de justiças, porque de igualdades.

(Texto de Luís Eustáquio Soares)

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Luís Eustáquio Soares é poeta, escritor, ensaísta e professor do Departamento de Letras da Ufes.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CRÍTICA DO FILME 'POMPEIA'

Nova aventura do diretor Paul W. S. Anderson nos cinemas, 'Pompeia' promete encher a telona (em 3D) de muitas batalhas, sangue, gente pisoteada e, claro, muita aventura. Mas e aí, o filme é bom? Confira nossas impressões lendo a matéria completa:

Por Sandro Bahiense

Pompeia

Entretenimento em sua maior escala 
'Pompeia' é uma ode ao cinema distração

Sabemos que o cinema é, também, a arte da distração. Mas tem gente que leva isso ao máximo. É o caso do diretor Paul W. S. Anderson, cineasta já conhecido por produzir filmes de ação com pouca, ou seria nenhuma?, arte. Nisso 'Pompeia' é a expressão do cem por cento ação, zero emoção.

A trama

Trama? Hahaha. Mas... Vamos lá. O escravo celta Milo (Kit Harington) e a rica Flavia (Emily Browning) têm o típico amor proibido em meio à erupção do vulcão do Monte Vesúvio no ano 79, enquanto o pai da donzela, vivido por Jared Hess, tenta convencer um senador romano (Kiefer Sutherland) a investir na arena de gladiadores de Pompeia.

Pompeia - Foto

Crítica

Pronto, a trama acaba por aí. Pois daí em diante o que vemos é uma sucessão de batalhas, guerreiros sangrando, vulcão explodindo, multidões correndo e gente pisoteada. Tudo filmado em planos espetaculares e grandiosos, para valorizar o 3D.

Não há espaço para romances (Milo e Flávia quase - atenção, quase - tem um romance), grandes diálogos (o filme deve ter tido uns dez minutos de diálogo), ou grandes questionamentos ou interpretações.

Pompeia - Foto

Ou seja, 'Pompeia' é um filme para quem não quer pensar e que acha que o supra sumo da diversão é assistir um filme com bastante aventuras, batalhas e nada de muita falação. Se você é desses, o filme é um prato cheio. Mas, se você não é desses...

ANÁLISE DA MÚSICA 'LEPO LEPO'

Sem mais delongas... Confira abaixo uma análise da música 'Lepo Lepo' hit do verão e possível tema número um do Carnaval de 2014:


'Lepo, Lepo' tem sido o hit do verão e tem se colocado como o possível super sucesso do Carnaval 2014. Mas porque desse sucesso? Confira abaixo uma análise (séria) da música. Antes, todavia, confiramos a letra composta pelo talentoso Márcio Victor.

Ah, eu já não sei o que fazer
Duro pé-rapado, com salario atrasado
(ahh, eu não tenho mais por onde correr)
Já fui despejado, o banco levou o meu carro

Agora vou conversar com ela
Será que ela vai me querer?
Agora vou saber a verdade
Se é dinheiro ou amor (ou cumplicidade)

(Refrão)
Eu não tenho carro
Não tenho teto
E se ficar comigo é porque gosta
do meu rá rá rá rá rá rá rá
Lepo Lepo
É tão gostoso quando eu Rá rá rá rá rá rá rá
O Lepo Lepo

Desfragmentemos-a. Percebemos, de início, que como todos os gênios da música brasileira, Márcio Victor não precisa de muitas estrofes para passar sua mensagem. 11 linhas são suficientes para entendermos a arte de 'Lepo Lepo' ('As Rosas Não Falam' tinha 13 e 'Samba do Avião' 14, por exemplo).

Em seu começo percebemos a veia crítica do autor perante a situação social brasileira. Em sua estória, vemos um eu lírico desfavorecido social e profissionalmente ('Que País é Este?' da Legião Urbana e 'Construção' de Chico Buarque tem temática semelhante). O poderio das grandes corporações se faz presente: O banco, a personificação dos males financeiros a qual a pobre população passa, toma do eu lírico a casa e o carro.

Neymar e seu ouvido crítico super exigente já aderiu ao 'Lepo Lepo'

Em seus segundo verso, Márcio aponta para o interesse financeiro a qual nosso povo tem passado. Preocupado com o status perdido, o eu lírico se mostra reticente em falar com a mulher com quem deseja ter interações sociais de que agora não terá mais condições sociais adequadas para lhe dar uma boa situação de vida (Zeca Baleiro e Arnaldo Antunes também tocaram no assunto em composições anteriores).

Daí 'Lepo Lepo' chega a uma encruzilhada existencial: O que vale mais, o dinheiro ou o amor? 'Cumplicidade' é cantada como um sinônimo do amor. A genialidade de Victor aponta-a como antônimo à individualidade, outra male de nossa geração atual. ('Não Tenho Dinheiro' de Tim Maia aborda tal dualidade com igual engenhosidade).

O refrão é sintomático. O eu lírico decide abrir o jogo com a amada. Ao dizer que não possui mais bens materiais, o personagem mostra-se pessimista quanto a continuidade da relação. Eis que Márcio Victor nos surpreende com uma reviravolta: A amada permanece com ele, instigada especialmente pela vigor copular do amado. 

Essa reviravolta, demostrada em outras músicas de igual valor como 'O Nosso Amor a Gente Inventa' de Cazuza, por exemplo, dá ao público de Márcio uma perspectiva positiva e positivista do presente e do futuro do nosso país. Será que o amor vencerá todas as desventuras econômicas e sociais do qual o Brasil padece? A julgar por essa pérola de Márcio Victor sim.  

Ouçam 'Lepo Lepo'


Bem. É claro que estamos brincando. 'Lepo Lepo' é uma música leve, simples e despojada, daquelas típicas para fazerem sucesso no verão. Querer cobrá-la mais do que isso é, antes de mais nada, injusto. Que o povo a dance muito no Carnaval, mas que volte a pensar criticamente depois do dia 06 de março.

CRÍTICA DO FILME 'CLUBE DE COMPRAS DALLAS'

Filme que colocou o galã Matthew McConaughey como favorito ao Oscar de melhor ator, 'Clube de Compras Dallas' estreou neste fim de semana no estado. Confira nossas impressões acerca do filme.

Por Sandro Bahiense


Só valeu pelo Leto e pelo McConaughey
Longo, chato e repetitivo, filme se arrasta e dá sono

McConaughey e Leto, magérrimos e extremamente concentrados e dedicados a seus papéis. Pronto, esse é o único ponto de entusiasmo de 'Clube de Compra Dallas'. No mais o filme se arrasta em infinitos 117 minutos de informações repetidas, didáticas e de soluções (nem sempre) banais.

A trama

O filme é baseado em uma história real, a de Ron Woodroof (Matthew McConaughey), um heterossexual texano que adquiriu o HIV através do compartilhamento de seringas contaminadas e sexo sem proteção.

Woodroof é um ninguém, um sujeito sem perspectiva, que vive de pequenos golpes e não tem pretensões na vida a não ser transar com o maior número de mulheres fáceis que conseguir e tomar algumas cervejas no bar local. No entanto, quando descobre que tem apenas mais 30 dias de vida - "estamos surpresos que você ainda esteja vivo", dizem os médicos - o vagabundo finalmente encontra seu propósito: o de permanecer vivo.


Crítica

Daí Woodroof passa a traficar AZT e todos os remédios que ajudam os soropositivos a terem uma sobrevida (o filme se passa no final dos anos 80, início dos 90). Em dado momento, o cara procura outras drogas não legalizadas no México e na Europa quebrando, indiretamente, o monopólio das indústrias farmacêuticas do país.

O filme passa a criticar, veladamente, essa industria, o que é aceitável. O problema é que essa critica é constante e repetida a exaustão, sempre acompanhado por alguma sugestão que nem sempre seria tão viável.

Com isso o filme fica chato, arrastado e se valendo basicamente da atuação de McConaughey e de Leto (um travesti que o acompanha em algumas compras e vendas) e de alguns diálogos bem elaborados.


O tema é bom, o filme é bem rodado, mas uma dinâmica maior daria melhor resultado. Ainda assim vale pelas atuações e pela boa estória. Se McConaughey merece ganhar o Oscar? Pra mim não. O prêmio seria do Di Caprio. Aguardemos...