segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

CRÔNICA - A DESIMPORTÂNCIA DOS SEM TALENTO

"Ele me perguntou se eu fumava (fumaria) um baseado, daí eu disse: Um não! Eu fumo um montão!"


A desimportância dos sem talento

Estava indo à praia quando ouvi uma conversa entre dois jovens, com, mais ou menos, vinte anos cada. Um deles contava animadamente um "causo". Dentre algumas situações listadas, ele proferiu a frase do alto desta crônica. Mais. Proferiu a frase com orgulho incomum. Em suma: Ele era importante porque fumava muita maconha. Eis o seu mérito!

André Gide, escritor francês, certa vez disse que "É melhor ser odiado pelo que você é do que amado por aquilo que você não é", contudo amor é tudo que buscamos na vida que, nestes dias atuais, se ramificou através da fama. Em suma: O amor pelo que você conquistou, ou fez.

Nenhum problema em se buscar a fama, se ela viesse, adjunta, ao sucesso. Fama e sucesso, aliás, tem classificações absolutamente distintas. Sucesso é atingir o máximo de excelência em determinada atividade. A fama, por sua vez, pode surgir pela sua simples exposição que, inclusive, na maioria das vezes, advém de esforço algum. O sucesso pode trazer consigo a fama. A fama, por sua vez, nunca trará o sucesso a reboque.

Em miúdos. Lima Duarte faz grande sucesso como ator e, por isso, se tornou uma personalidade famosa. Um ex BBB qualquer fica famoso, mas não atinge nenhum sucesso, pois não possui mérito algum. Lima Duarte tem 50 anos de sucesso. Um ex BBB tem 50 dias de fama.


A fama por nada

Daí voltamos ao jovem da frase do alto desta crônica. E exercitemos nossa capacidade de imaginação. Pelo amor de Deus, sem as hipocrisias de achar preconceito em tudo, por favor!

O jovem era feio, pardo, magro, estava trajado com roupas pouco elegantes, falava um Português afetado e recheado de gírias. Andava a pé em um sol de onze da manhã de um dia de meio de semana. 

Concluí-se dentro do nosso imaginativo exercício que: O jovem não está acima da média nos quesitos inteligência, nem beleza, nem aptidão artística ou esportiva. Oras, a imensa maioria de nós também não estamos. Contudo este jovem apresenta decisiva diferença. Ele quer ser famoso! E, acredite, ele não é único.

Se ele não é bonito, nem craque de futebol, se não sabe cantar e/ou se destacar em quaisquer outras atividades de relevância, o que lhe sobra: Ser famoso porque fuma maconha.

Outro exemplo. Tenho vários contatos no meu Facebook. Em sua maioria adolescentes. E elas tratam de marcar sua posição de destaque na sociedade fazendo o quê? Tendo inimigas. Faça você esse exercício. Veja quantas pessoas mandam "recados" às inimigas na sua listagem de contatos. Dos mais sarcásticos aos mais ferozes. Agora perceba a reflexão implícita: Se tenho inimiga é porque causo inveja. E se causo inveja, isso se dá porque tenho uma beleza ou alguma aptidão que se destaca.

O mais inusitado é que a maioria destas jovens não são belas, não tem aptidão artística ou esportiva destacada e não possuem desempenho escolar acima da média.

Acha meu argumento furado? 'Show das poderosas' da Anitta e 'Beijinho no ombro' de Valesca Popozuda falam de quê? Mulheres que não se abalam com as inveja das "recalcadas", inimigas em linguagem popular.


Ganhe uma aptidão e cause inveja de verdade

Bem, essa não deveria ser a motivação, mas... Se você realmente quer causar inveja (ou admiração) em alguém, faça por onde. Todos nós temos alguma atividade a qual nos destacamos. Foque em algumas delas. E se dedique. Estude muito. Educação causa admiração, acredite.

Aliás... Se você parar de querer ser famosinho e estudar, entenderá que ser famosinho é, no final das contas, uma grande bobagem. 


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