sábado, 8 de julho de 2017

CRÍTICA DA SÉRIE 'CHANCE'

Seria possível desvincular Hugh Laurie da imagem de House? Ainda mais fazendo uma série onde ele mais uma vez trabalharia na área médica? Além desses desafios, 'Chance' que estreou hoje na Fox Premium, ainda devia, claro, conquistar-nos com um bom roteiro, direção e atuação. Conseguiu? Confira nossas impressões acerca do primeiro capitulo da série.

Por Sandro Bahiense

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Primeira missão: cumprida!
Hugh Laurie convence como Eldon Chance e possíveis comparações com House são descartadas

Não havia como negar: a primeira missão de 'Chance', série que estreou hoje na atrativa Fox Premium, era desvincular a imagem de Hugh Laurie de 'House', atração em que o ator inglês protagonizou por mais de oito anos. Tudo, porém, tornou-se mais complexo ao nos depararmos com o fato de que nesta nova história, Laurie mais uma vez trabalharia na área médica.

Talvez por isso que os primeiros vinte minutos do episódio de estreia tenha se esforçado tanto em mostrar um protagonista tão sentimentalmente distinto em relação ao médico diagnoticista da Princeton Prainsboro.

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Ao contrário de House, Eldon Chance convive amplamente com seus pacientes, se abala com suas dificuldades e se preocupa com suas vidas. O neuropsiquiatra tem família, filha, uma ex, amigos... ao contrário do grande amigo de Wilson, Dr. Chance parece mais como um "humano normal".

O encontro com Jaclyn, paciente a qual Eldon deverá se envolver, e que será o arco dramático principal da trama,  contudo, pareceu antecipado e pouco orgânico. O envolvimento de ambos igualmente. Bastaram alguns minutos de convívio para a mulher (Gretchen Mol, ainda mais linda!) confiar plenamente no médico e, principalmente, para que ele cogitasse até contratar um capanga para eliminar o ex marido dela, um policial que é o principal suspeito de agredi-la e de matar outros médicos que tentaram ajudá-la anteriormente.

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Jaclyn tem o diagnóstico de dupla personalidade (o que deve render bons momentos em breve) cujo nome é o pouco original Jackie Black e o melhor momento da série num primeiro momento foi mesmo a presença de D. (foto acima) homem que trabalha como ferreiro numa loja de móveis e que, mesmo monossilábico, trouxe os melhores diálogos com o personagem de Laurie. Fica minha torcida para que este personagem permaneça na trama, pois parece muito atrativo.

Falando em diálogos, aliás, começaremos com algumas críticas. E aí fica difícil não estabelecer um paralelo com 'House'. Enquanto na série de Brian Singer as conversas rendiam grandes momentos, nesta nova série elas parecem forçadas e artificiais. A edição também mostrou-se estranha. Com a justificativa, contudo, de que a obra tem influência declarada dos trabalhos hitchicokianos, que notabilizou-se por desfragmentar cronologicamente alguns acontecimentos. A fotografia também não teve uma cara, não se definindo entre sombria, quente ou usual.

Os subs clímax tão recorrentes em 'House' não existem em 'Chance' deixando a coisa um pouco morosa em alguns momentos e a última cena foi o único momento do primeiro episódio que nos proporcionou alguma sensação inesperada. Sabemos que esta deve ser a característica desta série, mas um pouco de dinamismo nos próximos episódios talvez seja mais adequado. 

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A última cena, aliás... foi realmente feita para que nós concluíssemos seu objetivo por nossa conta, ou eu só não a entendi mesmo? Enfim. O fato é, porém, que 'Chance' é muito promissora e vale ser acompanhada com carinho.

De indiscutível mesmo só a atuação de Hugh Laurie. Não é à toa que a sala dele deve estar recheada de troféus e estatuetas! O cara é fera! Mais uma vez um grande trabalho e uma interpretação ímpar e que em nada nos lembrou de personagens anteriores. Genial! 

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