Max Cavalera músico brasileiro do grupo Soulfly , Cavalera Conspiracy e Ex Sepultura, completa hoje 44 anos. Como forma de homenagem o Outros 300 apresenta uma entrevista dada pelo cantor ao site Hard e Heavy. Confira-a abaixo:
Enslaved é um dos álbuns mais porradas da discografia do Soulfly. Como foi a concepção dele?
Max Cavalera: A idéia de conceito de Enslaved
já tem mais de 15 anos. Eu pensei nisso quando estava compondo o
primeiro álbum do Soulfly. A ideia era fazer algo mais pesado que todos.
Brutalidade ao extremo!
World Scum é a faixa de abertura e assusta pela sonoridade quase Black Metal
(graças aos blast beats de David Kinkade), mostrando um Soulfly que até
então as pessoas não conheciam. Como foi que surgiu essa música?
Max Cavalera: Eu escrevi o primeiro riff da música
em uma demo, em 4 canais, e depois levei ela para o estúdio e disse ao
David que gostaria que ele criasse algo bem veloz nos dois bumbos. Algo
como Morbid Angel ou Gojira.
Plata O Plomo é interessantíssima e mistura vocais
em português com os de Tony Campos (baixista), em castelhano. Pretende
criar mais sons como esse?
Max Cavalera: Eu sempre gosto de cantar em
português. Grande parte das minhas músicas favoritas são em português,
como Ratamahata, Porrada, Brasil, etc…
A capa de Enslaved é linda e nos remete ao Chaos A.D.
e ao mesmo tempo, ao tipo de arte que o baterista do Voivod, o Away,
faz. Como você chegou até o artista brasileiro Marcelo Vasco?
Max Cavalera: Dave estava em contato com o Marcelo,
através da internet. Pude conhecer um pouco de sua arte e gostei. Além
disso, é ótimo trabalhar com um brasileiro. E ele é ótimo!
Como está sendo a tour de Enslaved? Quantas músicas dele vocês estão tocando?
Max Cavalera: A turnê está indo muito bem. Estamos tocando cinco músicas do Enslaved; World Scum, Intervention, American Steel, Plata O Plomo e Revengeance.
E como é fazer uma tour tocando ao lado das bandas de seus filhos?
Max Cavalera: É um sonho que virou realidade! Muito
foda tocar a tour inteira, e ter os meninos abrindo dos shows nas
viagens pelos EUA.É incrível!
Falando nisso, como é ver esses meninos todos envolvidos com a música? Você os incentiva?
Max Cavalera: Sim, e eu vejo a fome deles pela
música. Eles trabalham duro, realmente. É difícil e eles se empenham. No
caso do Richie (vocalista do Incite), ele sabe que é difícil ser um
líder, mas ele faz um excelente trabalho.
Esse ano, quando esteve no Brasil com o Soulfly, você disse
que está pra sair uma biografia sua. Conte um pouco sobre como será esse
livro.
Max Cavalera: O livro ainda está está sendo
finalizado. Ele será lançado no ano que vem, que é a ocasião perfeita,
quando o Sepultura completará 30 anos, tempo que estou na ativa.
Voltando a falar do Brasil; como foi voltar depois de tanto tempo? O que você achou do show de São Paulo na Via Marquês?
Max Cavalera: O show de São Paulo foi incrível! Uma
das melhores plateias de toda minha vida! Eles foram agressivos,
cantando todas as músicas. Foi realmente incrível retornar ao Brasil!
Você teve sérios problemas com uma paralisia facial no começo deste ano. Já está totalmente recuperado?
Max Cavalera: Sim, tudo está bem! Estou 100% curado e
pronto para tocar tranquilamente. Foi um puta susto, mas estou feliz
que acabou. Quero aproveitar para agradecer a todos que se preocuparam
com minha saúde. Obrigado!
Você tem ideia de lançar algum disco em 2013? (digo, Cavalera Conspiracy, ou até mesmo o Nailbomb…)
Max Cavalera: Eu tenho um projeto com Greg Puciato
(Dillinger Escape Plan), Dave Elitch (Ex-Mars Volta) e Troy Sanders
(Mastodon). Vai ser um álbum doentio e pesado, no melhor estilo
Nailbomb!
Max, você é indiscutivelmente um dos maiores nomes do Metal
mundial. No Brasil, então, é sem dúvidas, disparado. Como você enxerga
isso?
Max Cavalera: Eu sou orgulhoso de tudo o que
consegui. Eu tenho ótimas pessoas trabalhando ao meu lado. Minha esposa
Gloria é a melhor manager do mundo inteiro e nós temos uma equipe
maravilhosa ao nosso lado. Não penso muito sobre ser ou não um ícone.
Outros dois nomes que até poderiam chegar perto do que você
representa, aqui no Brasil, são, André Matos e Andreas Kisser
(Sepultura). Você não acha um desperdício você e Andreas não estarem
tocando juntos?
Max Cavalera: Eu e o Andreas criamos grandes álbuns
juntos, mas eu acho que também tenho um grande cara ao meu lado que é o
Marc Rizzo (guitarrista do Soufly e Cavalera Conspiracy), com o qual
sempre estou criando músicas excelentes.
Os fãs brasileiros estão em êxtase com o anúncio dos shows
entre Cavalera Conspiracy, Slayer e Mastodon, em novembro. Quais as suas
expectativas?
Max Cavalera: Vai ser uma ótima tour. Eu e o meu
irmão (Iggor Cavalera) estamos prontos para detonar tudo no melhor
estilo Cavalera de ser – ao lado dessas grandes bandas. E também vamos
tocar sozinhos em algumas cidades do Brasil (com bandas locais na
abertura).
Para encerrar, você disse que gostaria de visitar o país com mais regularidade. Por quê demorou tanto para você voltar?
Max Cavalera: Tudo acontece na hora certa. Eu levei
um longo tempo para retornar ao Brasil com minhas bandas, porque talvez
não fosse o momento certo. Mas agora estamos de volta, e pode ter
certeza que será intenso!
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