A música brasileira tem muitos ritmos.
Samba, choro, maxixe, mas se bem quisesse, podia ter um só nome: Pixinguinha.
Considerado por muitos nosso primeiro grande maestro, Pixinguinha é carioca do
subúrbio, neto de africanos e criado ao som da viola.
Homem de vida simples, músico de obra
grandiosa. O pseudônimo Pixinguinha veio do nome Alfredo da Rocha Viana Filho.
A profissão de músico veio do talento revelado aos 16 anos. Ao longo da
vida ele assinou mais de cem composições e fez dezenas de grandes amigos:
Donga, João da Baiana, Braguinha. Alguns tão parceiros quanto fãs. Com os
colegas fundou o grupo Caxangá. E nos anos 20 ganhou a Europa ao lado dos ‘oito
batutas’.
Compositor que começou com o cavaquinho,
passou para a flauta e por último ficou com o sax. Há quem diga que foi por
causa da bebida, outra silenciosa e constante companheira. Ele mesmo disse que
um dia acordou e cismou em
mudar. No fim da história, não importava o instrumento. A
virtude e o talento eram os mesmos!
Último
acorde
Pixinguinha saiu de casa (17 de
fevereiro de 1973), em plena folia carnavalesca, para
participar de um batizado na Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e
faleceu vitimado por problemas cardíacos. Os fãs e amigos que curtiam sua
música e admiravam sua personalidade chamava-o, carinhosamente, de São
Pixinguinha.
Os compositores Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro
dispensam apresentações. Ambos, amantes de Pixinguinha, compuseram em sua
homenagem “Som de Prata”.
Nas palavras do próprio Moacyr a história dessa
composição começou assim em uma mesa de bar:
- "Um santo, o Pixinguinha. E ainda foi morrer numa igreja. Um santo…
Olhei pro Paulinho com cara de parceria nova e ele sorriu. Eu fiquei com a incumbência de fazer a melodia. Dos versos, só o Paulinho.
O samba ficou pronto no carnaval. Fui buscar a letra no Recreio dos Bandeirantes junto com dois amigos de São Paulo: Ricardo Garrido e Zé Luiz.
Os versos, manuscritos, estão emoldurados e pendurados na parede do Pirajá.
Na gravação desse samba um agradecimento à Carlos Malta.
Esperamos ele voltar de uma temporada na Europa pra nos emprestar sua flauta, o som de prata, nesse registro.
Ficou maravilhoso, cada contra-canto, cada incidental que reverenciasse o motivo dessa história, meu santo Pixinguinha".
- "Um santo, o Pixinguinha. E ainda foi morrer numa igreja. Um santo…
Olhei pro Paulinho com cara de parceria nova e ele sorriu. Eu fiquei com a incumbência de fazer a melodia. Dos versos, só o Paulinho.
O samba ficou pronto no carnaval. Fui buscar a letra no Recreio dos Bandeirantes junto com dois amigos de São Paulo: Ricardo Garrido e Zé Luiz.
Os versos, manuscritos, estão emoldurados e pendurados na parede do Pirajá.
Na gravação desse samba um agradecimento à Carlos Malta.
Esperamos ele voltar de uma temporada na Europa pra nos emprestar sua flauta, o som de prata, nesse registro.
Ficou maravilhoso, cada contra-canto, cada incidental que reverenciasse o motivo dessa história, meu santo Pixinguinha".
Pesquisar a história de Pixinguinha equivale a um
mergulho profundo nas raízes da Música Popular Brasileira e, ao emergir,
constatar que a tradição da Música Popular Brasileira só pode ser
verdadeiramente estudada e compreendida se considerada em pelo menos duas
grandes fases, ou seja, antes e depois do genial Pixinguinha.
Som de
Prata
“Nasceu no Rio de Janeiro
Dia do santo guerreiro
Naquele tempo que passou
Foi o maior mestre do choro
Tinha um coração de ouro
E que bom compositor
Foi carinhoso e foi ingênuo
E na roda dos boêmios
Sua flauta era rainha
E em samba, choro e serenata
Como era doce o som de prata, doutor
Que a flauta tinha
O embaixador dessa cidade
Meu Deus do céu, mas que saudade que dá
Do velho Pixinguinha
Veio da terra de sangue
Sangue de Malê
De uma falange do Rei Nagô
Filho de Ogum, de São Jorge, no Batuquegê
De Benguelê, de Iaô
Rainha Ginga
É que sua avó era africana
A rezadeira de Aruanda, vovó
Vovó Cambinda
Só quem morre dentro de uma igreja
Virá orixá, louvado seja Senhor
Meu santo Pixinguinha
E em samba, choro e serenata
Como era doce o som de prata, doutor
Que a flauta tinha
O embaixador dessa cidade
Meu Deus do céu, ai que saudade que dá
Do velho Pixinguinha
Ele é de Benguelê
Ele é de Iaô
É do Batuquegê
Ele é do Rei Nagô
É sangue de Malê
É santo sim senhor, sim senhor...”
Dia do santo guerreiro
Naquele tempo que passou
Foi o maior mestre do choro
Tinha um coração de ouro
E que bom compositor
Foi carinhoso e foi ingênuo
E na roda dos boêmios
Sua flauta era rainha
E em samba, choro e serenata
Como era doce o som de prata, doutor
Que a flauta tinha
O embaixador dessa cidade
Meu Deus do céu, mas que saudade que dá
Do velho Pixinguinha
Veio da terra de sangue
Sangue de Malê
De uma falange do Rei Nagô
Filho de Ogum, de São Jorge, no Batuquegê
De Benguelê, de Iaô
Rainha Ginga
É que sua avó era africana
A rezadeira de Aruanda, vovó
Vovó Cambinda
Só quem morre dentro de uma igreja
Virá orixá, louvado seja Senhor
Meu santo Pixinguinha
E em samba, choro e serenata
Como era doce o som de prata, doutor
Que a flauta tinha
O embaixador dessa cidade
Meu Deus do céu, ai que saudade que dá
Do velho Pixinguinha
Ele é de Benguelê
Ele é de Iaô
É do Batuquegê
Ele é do Rei Nagô
É sangue de Malê
É santo sim senhor, sim senhor...”
Em homenagem ao grande músico, confira, abaixo, um show
tributo e um documentário:
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