'O Lado Bom da Vida' filme concorrente ao Oscar está em cartaz no estado nas salas do Cine Kinoplex e vem chamando muita atenção do público. Confira, abaixo, a crítica do Outros 300 acerca do filme. Será que ele vale tamanha repercussão?
A força do elenco
Boas atuações reforçam filme com boa estória
Sim! Vale! E se você quer um bom motivo para ir ao cinema ver 'O Lado Bom da Vida' eu lhe dou, aliás, melhor, um não, lhe dou três motivos: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e Robert de Niro! É na força de belas atuações individuais que o filme se sustenta.
Não que a direção (de David O. Russell aquele de 'O Vencedor' de 2010) e o roteiro (de Mattew Quick) sejam ruins, longe disso até, mas parece-nos que se não fosse pelas atuações do trio de ferro citado acima 'O Lado Bom..' não teria a força que tem. O impacto que tem.
O filme conta a estória de Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) rapaz que perdeu quase tudo na vida: sua casa, o emprego e o casamento. Depois de passar um tempo internado em um sanatório ele acaba saindo de lá para voltar a morar com os pais. Decidido a reconstruir sua vida, ele acredita ser possível passar por cima de todos os problemas do passado recente e até reconquistar a ex-esposa. Embora seu temperamento ainda inspire cuidados, um casal amigo o convida para jantar e nesta noite ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma mulher também problemática que poderá provocar mudanças significativas em seus planos futuros.
Bradley Cooper: A surpresa do ano!
Tá, admito. Quando vi que Bradley Cooper estava escalado para o papel principal logo torci o nariz. Parecia-me impossível acreditar que o bonitão pra lá de canastrão do ótimo 'Se Beber... Não Case!' conseguiria ter gabarito para um papel que envolvesse tamanho empenho e talento.
Mas não é o cara fez eu morder minha língua? Com uma atuação no ponto - num papel em que muitos atores consagrados bandiariam para o caricato facinho, facinho - Cooper dá vida a um personagem dócil, quase infantil que, num átimo de segundo, pode se transformar na fera mais louca. Seu Pat mostra vigor, verdade e uma eterna luta contra a mesmice do destino e a batalha pelo amor, seja ele mais louco que seja. Admito, mais uma vez, que o cara me surpreendeu e emocionou. Não vale um Oscar (de melhor ator), mas vale um caloroso aplauso que, nestes dias de Oscar tão político, vale até mais.
Cooper ficou legal ainda mais porque sua interpretação casou certinho com o de Jennifer Lawrence que, ao contrário de Bradley, tinha um ar de superestimação do qual nunca confirmava. Em 'O Lado Bom...' parece que ela finalmente fez jus a tanta esperança. Apesar de um ou outro exagero, sua problemática personagem soube emocionar e divertir nos momentos certos e não à-toa, fazer-nos ficarmos igual bobos, torcendo por um final que era pra lá de previsível para seu personagem e de Cooper.
A volta De Niro
Quem parece ter ressurgido foi Robert de Niro. O excelente ator estava preso a personagens que não exigiam nem 10% de seu talento. Coube então a dupla Russell e Quick dar-lhe um papel, a princípio comum, mas que, por fim, exigisse um talento descomunal de seu interprete, para dar-lhe finalmente a oportunidade de mostrar o quão capaz é. Sua interpretação neste filme será lembrada pra sempre? Não, não será. Mas ter exposto um pouquinho de seu talento já foi suficiente para De Niro concorrer ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Não são só os fãs que estão carentes de boas atuações de De Niro, parece que a Academia de Hollywood também.
Seu personagem, o Pat pai, é tudo o que o Pat Jr. não quer ser, contudo, ao mesmo tempo, Pat Jr. o admira. Essa nuance é genial, agradável e em alguns momentos nos transporta à nossas próprias vidas e em como em vários momentos "amamos" e "odiamos" nossos pais por eles serem o que são.
No mais, Pat pai é tão carismático, mas tão carismático, que se Cooper não tivesse sido tão bom De Niro teria lhe roubado o status de estrela do filme com facilidade. O torcedor fanático de futebol americano é muito legal e mais comum do que parece.
Crítica
O filme indiscutivelmente é bom. É alto astral e bem leve. Méritos para o diretor que assim o fez, uma vez que aborda temas nem tão leves assim. Como tem um tema universal será interessante para todas as idades, sexo, credo e afins. Vai valer a pena você perder um tempinho em frente a telona para ver 'O Lado Bom da Vida' até porque temos muita gente precisando enxergá-lo não é?
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