Ontem a noite aconteceu a 85º edição do Oscar, o prêmio maior do cinema mundial. 'Argo' filme de Ben Affleck e 'As Aventuras de Pi' de Ang Lee foram os grandes vencedores da noite. Confira abaixo a crítica acerca da cerimônia, premiados, perdedores, musicais, figurinos e Seth McFarlane, enfim, como foi o Oscar deste ano segundo a ótica do Outros 300.
Procura-se surpresa desesperadamente
Com sua característica marcantes nos últimos anos, mais uma vez Oscar não surpreende
Chata. Essa é a qualificação desta edição do Oscar. Assim como foi chata a do ano passado, e a do ano retrasado... Não se sabe mais o que fazer para transformar a premiação em algo atraente nestes tempos modernos e dinâmicos. A verdade é que o Oscar (pelo menos sua cerimônia) não aprendeu a se modernizar com o passar do tempo, logo continua nos mesmos moldes de anos longínquos onde era um dos maiores eventos do mundo. Hoje, indiscutivelmente, não é mais.
"Ted" não cola
Para tanto a turma de Hollywood decidiu chamar o comediante, diretor e roteirista Seth MacFarlane para apresentar a cerimônia, afim de tentá-la torná-la mais atrativa, principalmente para os mais jovens. Contudo, tolido pela sua principal característica - o sarcasmo - MacFarlane por várias vezes parecia figura decorativa no palco.
Quando tentou fazer uma piada Seth me lembrou muito Billy Crystal o que definitivamente não é bom. Mesmo tendo lembrado Crystal, Seth não é ele, logo já é alguma coisa. Tê-lo escolhido foi um erro, para os produtores do Oscar quanto para o próprio MacFarlane, portanto que isso não aconteça em 2014.
Para acabar com a insônia... o Oscar!
Macfarlane mau falou também porque não era possível, uma vez que insistiram em inserir vários musicais na cerimônia. Será que os velhinhos de Hollywood ainda não entenderam que musicais foram legais há 60 anos atrás? Hoje em dia isso é chato no último e só serve para tirar a insônia da Tia Margarida.
Quando vi essa enxurrada de musicais temi pelo pior: Que o chatíssimo 'Os Miséraveis' pudesse surpreender e ganhar como melhor filme, felizmente tive esse medo só por um momento e meu temor não se realizou. Musicais devem ser feitos de quatro em quatro anos só para agradar os velhinhos de Los Angeles. Mais do que isso é tortura!
E só para fechar. Quando não eram musicais do cinema, eram os musicais da noite. Haja paciência para aguentar Adele e Barbara Streinsand e seu nariz de Cyrano de Bergerac.
Só para variar... Sem surpresas
Em meio às piadas sem graça de MacFarlane e os musicais, tivemos as premiações das categorias. E aí o Oscar mostrou sua principal caraterística dos últimos tempos: Foi previsível.
Todos, absolutamente todos, os favoritos venceram. Contudo os perdedores tiveram seus momentos. Quvenzhané Wallis, a menininha de 9 anos e Emmanuelle Riva a bela diva de 84 apareceram mais do que Jannifer Lawrence que foi a vencedora na categoria de melhor atriz, por exemplo. Jennifer, aliás, é a Gwineth Paltrow da vez. Bonitinha, novinha, branquinha e sem taletozinho igual. Logo, logo, estará caindo pelas tabelas, igual aconteceu na escada do teatro. Sua vitória era esperada, mas não merecida.
Ao contrário de Daniel Day Lewis que ganhou pela terceira vez como melhor ator. Lewis foi a única coisa boa de 'Lincoln' chato filme de Steven Spielberg que terminou como a decepção da noite. Concorreu a 12 categorias e só levou duas. Ou seja, fazer filme pra ganhar Oscar nem sempre é certeza de levá-los.
Se Tarantino não levou como melhor filme (estou para ver isto acontecer um dia) pelo menos levou como melhor roteiro original, assim como 'Argo' para adaptado.
O chato 'Os Miseráveis ' rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante à "sofredora" e "mamilos polêmicos" Anne Hathaway, mais uma barbada! Ator coadjuvante foi para Christofer Waltz, a única "meia" surpresa da noite, uma vez que Tommy Lee Jones tinha um razoável favoritismo.
Adele ganhou como melhor música pela trilha do James Bond (o James Bond já teve alguma música mais enjoada do que essa como trilha?) e Ang Lee levou como diretor com o fantasioso 'As Aventuras de Pi' batendo Spielberg, numa categoria que deveria ter como ganhador o não indicado Ben Affleck.
Mais um filme para esquecer
Não deu nem pra dizer que a vingança é um prato que se come frio, pois logo após a indicação de Lee para melhor diretor 'Argo' venceu em seguida como melhor filme (com direito à desnecessária primeira dama gringa Michele Obama lendo o envelope).
'Argo', um filme legalzinho, que realmente era o melhor entre os concorrentes, mas acho que entrará para o time de 'Guerra ao terror', 'Crash' e 'O paciente inglês' como filmes que ninguém nem lembrará mais daqui umas duas semanas.
Veja lista de vencedores abaixo:
Filme
"Argo"
Diretor
Ang Lee ("As aventuras de Pi")
Ator
Daniel Day-Lewis ("Lincoln")
Atriz
Jennifer Lawrence ("O lado bom da vida")
Ator coadjuvante
Christoph Waltz ("Django livre")
Atriz coadjuvante
Anne Hathaway ("Os miseráveis")
Roteiro original
Quentin Tarantino ("Django livre")
Roteiro adaptado
Chris Terrio ("Argo")
Filme estrangeiro
"Amor" (Áustria)
Animação
"Valente"
Curta-metragem de animação
"Paperman"
Edição
"Argo"
Fotografia
"As aventuras de Pi"
Efeitos visuais
"As aventuras de Pi"
Figurino
"Anna Karenina"
Maquiagem e cabelo
"Os miseráveis"
Canção original
"Skyfall", de "007 - Operação Skyfall" – Adele (música e letra)
Trilha sonora original
Mychael Danna ("As aventuras de Pi")
Edição de som
"007 – Operação Skyfall"
"A hora mais escura"
Design de produção
"Lincoln"
Melhor curta-metragem
"Curfew"
Documentário em longa-metragem
"Searching for Sugar Man"
Documentário em curta-metragem
"Inocente"
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