Aos poucos, ela deixou de conseguir fazer tarefas simples, como desatar um nó, abotoar e desabotoar uma sequência de botões ou até mesmo segurar uma xícara pela asa. As mãos ficaram doloridas, enrijecidas e secas... Isso aconteceu há cerca de três anos, quando Patrícia Krug descobriu ter duas doenças autoimunes, raras e incuráveis: esclerodermia e espondiloartrose.
Foi por meio da arte que ela encontrou a melhor maneira de lidar com os problemas decorrentes das duas doenças. Pintando, esqueceu-se das dores. E os frutos de sua terapia ficarão expostos a partir desta quinta-feira (07), no Shopping Mestre Álvaro. Lá, seus quadros ficaram à mostra até o dia 28.
O título de sua exposição é sugestivo: “Carinhos D’Alma – A Arte como Terapia”. “Interessei-me muito por psicossomática e por Carl Gustav Jung, um dos precursores da arte-terapia. Ao conhecer as teorias dele, eu me percebi que a arte-terapia é um carinho na alma mesmo”, afirma Patrícia.
Antes de mergulhar plenamente no universo da pintura, ela já havia dado algumas pinceladas aqui e ali, esporadicamente. Fez seu primeiro quadro em 2007, outro no ano seguinte e mais um em 2009. Então parou. “Sempre gostei de arte. Cheguei a estudar design de interiores, mas não me formei. Na época, fiz disciplinas de história da arte. Quando diagnostiquei as duas doenças, minha médica estava concluindo uma monografia sobre arte-terapia e me convidou para assistir à sua defesa. Achei muito interessante”.
Após assistir à defesa da monografia, Patrícia passou a fazer parte de um grupo de arte-terapia coordenado pela médica, com outros cinco pacientes. Ali, começou a desenvolver o seu potencial criativo, pintando o que estava acontecendo com ela mesma. Começou então a fotografar suas telas e a expô-las no Facebook. De elogio em elogio, foi parar no Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte (MG) – terra natal da artista.
À medida que começou a expor suas obras, Patrícia passou a compartilhar sua experiência e a falar da relação entre dor e pintura. “Sempre que vou pintar, posso estar com a dor que for, que ela não me perturba, não me tira do sério, não me faz correr para tomar remédio. Com a pintura, comecei a desvencilhar da percepção da dor. Ativei uma parte do meu cérebro que não está doente. Não tenho interesse a fazer parte de nenhuma escola ou movimento artístico. A arte é o meu remédio”, completa ela, que vai bater um papo com o público hoje na abertura da exposição.
Exposição "Carinhos D'Alma - A Arte Como Terapia"
Abertura: quinta-feira (07), às 19h
Visitação: de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingos, das 15h às 21h
Onde: Shopping Mestre Álvaro - Avenida João Palácios, 300, em Eurico Salles, Serra
Informações: (27) 3211-0000
Retirado de: A Gazeta
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