quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

TOP 10 - "OS 10 MELHORES LIVROS ERÓTICOS DO MUNDO"

O Outros 300 compôs uma lista com os dez melhores livros eróticos do mundo e garantimos: Perto deste top 10 '50 Tons de Cinza' é um livro para criancinhas! Confira a lista e corra para as livrarias:



10º lugar - Delta de Vênus
ANAÏS NIN (1969)
“Uma das garotas tinha cerca de 10 anos; a outra, 12. Eram bonitas, tinham grandes olhos negros e aveludados, cabelos compridos e sedosos, e pele dourada. Usavam vestidos brancos curtos e meias também brancas. Com agudos gritinhos as duas garotas entravam correndo no quarto do Barão e atiravam em sua imensa cama. Só que o Barão, como muitos homens, sempre despertava com o pênis em um estado particularmente sensível. Na verdade, ele se sentia muito vulnerável. Não tinha tempo se levantar e acalmar sua condição urinando. Antes que pudesse fazê-lo, as crianças já tinham cruzado correndo o soalho lustroso e se atirado sobre ele seu pênis proeminente, que de certa forma o grande acolchoado azul-claro conseguia ocultar. As duas meninas não se importavam com o fato de suas saias ficarem totalmente levantadas e com o modo como suas esbeltas pernas de dançarinas se trançavam e pressionavam o pênis dele, intumescido sob a coberta. Rindo, rolavam sobre o Barão, sentavam-se em cima dele, montavam-no e o tratavam como se fosse um cavalo, instando para que ele balançasse a cama com um movimento de seu corpo.” Tradução de Haroldo Netto



9º lugar - Decamerão


GIOVANNI BOCACCIO (1353)

“Depois de recusar-se várias várias vezes, Alexandre lá se foi deitar, já despido. O abade acariciou-lhe o peito, e pôs-se a bulir em seu corpo, carinhosamente, de modo não diverso daquele que as moças apaixonadas fazem com os seus amados. Alexandre ficou profundamente maravilhado com o fato. E duvidou de que fosse o abade, assaltado por amor impulsivo e desonesto, quem se arriscava a acariciar-lhe o corpo daquela forma. Ou por presunção, ou por algum ato cometido por Alexandre, o abade logo concebeu clara ideia dessa dúvida. E sorriu. Despiu rapidamente uma camisola que vestia, segurou a mão de Alexandre, colocou-a sobre o próprio peito, e disse:



– Alexandre, apague esse tolo pensamento; procure por aqui… Assim… Veja o que eu escondo aqui.

Colocando a mão sobre o peito do abade, Alexandre achou dois seios, pequenos e redondos, duros e delicados, como feitos de marfim. De pronto, assim que os encontrou e os apalpou, notou que a pessoa que ali estava era uma mulher. Não aguardando novo convite, procurou logo abraçá-la, apertá-la ao peito. Nesse momento ela disse:

– Antes que você se aproxime mais intimamente de mim, ouça o que quero dizer-lhe. Como pode constatar, sou mulher, não homem. Sou donzela; saí virgem de minha casa. Minha intenção era procurar o papa, em Roma, para que ele me desse marido. Quer para sua ventura, quer para minha desdita, a verdade é que vi você outro dia; desde que o vi, fiquei inflamada de amor, de tal maneira, que creio que outra mulher nunca amou tanto um homem (…)”. 

Tradução de Torrieri Guimarães


8º lugar - O Amante de Lady Chatterley

D.H. LAWRENCE (1928)

“Ele desnudou também a frente de seu corpo, e ela sentiu a sua pele nua sobre a dela à medida que ele a penetrava. Por um momento ele ficou imóvel dentro dela, túrgido e palpitante. Quando, então, começou a se mover, no súbito e inevitável orgasmo, novas estranhas emoções nela despertaram, ondulando em seu interior. Ondulando, ondulando, ondulando, como uma acariciante sucessão de leves chamas, leves como plumas, deslizando para pontos de luz, delicadas, delicadas e fundindo-se com toda a sua fluidez interior. Era como sinos, cada vez soando mais e mais alto, até o paroxismo. Ela não percebeu os gritinhos arrebatados que deu no final. Mas tudo acabou cedo demais, cedo demais, e ela não conseguia mais provocar sua própria conclusão com sua própria atividade. Aquilo era diferente, diferente. Ela nada podia fazer. Não conseguia enrijecer e prendê-lo, para sua própria satisfação. Podia apenas esperar, esperar e gemer por dentro ao senti-lo se retirando, se re tirando e encolhendo, chegando ao terrível momento em que deslizaria para fora dela e iria embora.”

Tradução de Celina Portocarrero


7º lugar - Cartas a Nora Barnacle

JAMES JOYCE (1909)

“Minha doce Norazinha putazinha. Fiz o que me pediste pequena sacana, e me esporrei duas vezes enquanto lia tua carta. Estou feliz de ver que gostas de ser fodida no cu. Sim, lembro-me agora daquela noite em que tanto tempo te fodi por trás. Foi a foda mais suja que jamais te dei, meu bem. Mantive a pica metida em ti horas a fio, entrando e saindo de teu traseiro virado para cima. Sentia tuas nádegas gordas e suadas debaixo de meu ventre e via teu rosto em fogacho e teus olhos aloucados. Cada vez que eu metia, tua língua despudorada se punha de fora de teus lábios e, se uma foda era maior e mais violenta que as outras, saíam peidos gordos e úmidos espocando por tuas ancas. Naquela noite, bem, tua bunda estava cheia de peidos, e com a foda eu os fiz sair, grandes e gordos, prolongados e cheios de vento, estalinhos rápidos e alegres e uma porção de peidinhos pequeninos e travessos que terminavam num jorro demorado por teu buraco. É maravilhoso foder uma mulher peidorreira quando cada metida faz sair um. Penso que eu reconheceria um peido de Nora em qualquer lugar. Penso que poderia distinguir o dela numa sala cheia de mulheres peidando. É um barulhinho bem de menina, não como o peido molhado e cheio de vento que imagino ser o das esposas gordas. É inesperado e seco e indecente como o que uma menina atrevida soltaria de pândega num dormitório de colégios à noite. Espero que Nora nunca pare de soltar peidos na minha cara para que eu fique conhecendo também o cheiro deles (…).”

Tradução de Mary Pedrosa


6º lugar - Escritos Pornográficos


BORIS VIAN (1980)

“(…) mas, ao mesmo tempo que um peso que me pareceu considerável me oprimia o peito, eu tinha a sensação de que meu sexo todinho estava mergulhado em uma caverna quente e estranhamente móvel, e que retirava daquela excitação para ele desconhecida um aumento de força e de volume absolutamente anormal. Recobrando pouco a pouco a consciência, dei-me conta de que meu nariz e minha boca eram a florados por uma penugem elástica; de que um odor peculiar, um pouco estonteante, me entrava pelas narinas; então levantando as mãos, dei com dois globos lisos e sedosos que estremeceram quando os toquei e que se soergueram um pouco, como o que, ao perceber uma certa umidade sobre meu lábio superior, lambi aquela umidade e minha língua penetrou numa fenda carnuda e ardente que empreendeu naquele instante uma longa série de contrações. Sorvi o sumo suculento que passou a me escorrer para a boca e nesse instante dei-me conta de que havia alguém sobre o meu corpo, num sessenta-e-nove, roendo meu membro, enquanto eu, de outro lado, lhe devolvia a amabilidade.”

Tradução de Heloisa Jahn


Confira a matéria. 'Quem conto um conto...' humor na dose certa




5º lugar - Um Copo de Cólera


RADUAN NASSAR (1978)

“(…) mas assim que ela deixou o quarto e foi por instantes até o banheiro, tirei rápido a calça e a camisa, e me atirando na cama fiquei aguardando por ela já teso e pronto, fruindo em silêncio o algodão do lençol que me cobria, e logo eu fechava os olhos pensando nas artimanhas que empregaria (das tantas que eu sabia), e com isso fui repassando sozinho na cabeça as coisas todas que fazíamos, de como ela vibrava com os trejeitos iniciais da minha boca e o brilho que eu forjava nos meus olhos, onde eu fazia aflorar o que existia em mim de mais torpe e sórdido, sabendo que ela arrebatada pelo meu avesso haveria sempre de gritar ‘é esse canalha que eu amo’, e repassei na cabeça esse outro lance trivial do nosso jogo, preâmbulo contudo de insuspeitadas tramas posteriores, e tão necessário como fazer avançar de começo um simples peão sobre o tabuleiro, e em que eu, fechando minha mão na sua, arrumava-lhe os dedos, imprimindo-lhes coragem, conduzindo-os sob meu comando aos cabelos de meu peito, até que eles, a exemplo dos meus próprios dedos debaixo do lençol, desenvolvessem por si só uma primorosa atividade clandestina, ou então, em etapa adiantada, depois de criteriosamente vasculhados nossos pelos, caroços e tantos cheiros, quando os dois de joelhos medíamos o caminho mais prolongado de um único beijo, nossas mãos em palma se colando, os braços se abrindo num exercício quase cristão, nossos dentes mordendo ao outro a boca como se mordessem a carne macia do coração (…).”


4º lugar - Contos d’Escárnio
HILDA HILST (1990)
“Foi espantoso. Ao redor do buraco de Josete, tatuadas com infinito esmero e extrema competência estavam três damas com seus lindos vestidos de babados. Uma delas tinha na cabeça um fino chapéu de florzinhas e rendas. não acredito no que estou vendo, Josete, você tatuou à volta do seu cu para quê? homenagem a Pound, Crassinho mas isso deve ter doído um bocado! the courageous violent slashing themselves with knifes (que quer dizer: os violentos corajosos cortando-se com facas. Continuação do Canto XV). coma meu cuzinho, coma meu bem, andiamo, andiamo (cacoetes de Pound) Aí achei o cúmulo. ‘Jamais, meu amor, machucaria essas lindas damas’. Josete começou a chorar. ó, Crasso, você é o primeiro homem a quem eu mostro esse mimo, essa delicadeza, essa terna homenagem ao meu poeta, andiamo, andiamo in the great scabrous arse-hole (no grande escabroso olho do cu) Aí pensei: essa maldita louca vai começar a choramingar mais alto e o prédio inteiro vai ouvir. Enchime de coragem e estraçalhei-lhe o rabo com inglesas ou americanas (Who knows?) e babados e o chapéu, não naturalmente sem antes lhe tapar a boca, porque tinha certeza que ela ia zurrar como um asno.”


3º lugar - Justine


MARQUÊS DE SADE (1791)

“Dizendo isso, o monge segura com uma das mãos a cabeça da vítima, enfia-lhe a língua na boca e a comprime de tal forma que é impossível não sentir seu pau roçar a xoxota da moça. Mas, como que aterrorizado por esta infidelidade a seu culto predileto, o italiano imediatamente volta-se por trás dela e aplica enfim o beijo mais ardente… mais abrasador nestas nádegas iluminadas pelos vigorosos tapas que as mortificam. Depois entreabre-as, dardeia com a língua o furo mignon, saboreia a volúpia em todos os aspectos, farta-se de lubricidade tenebrosa, sempre masturbado por seu gitão que não o larga desde o começo deste ato escandaloso, chegando ao ponto de fazer o monge gozar; este, apercebendo-se que sem faltar com seus confrades ser-lhe-á impossível ir mais longe, pede a Justine que se levante e o siga… o resto da penitência se fará no interior…” 


Tradução de L.A. Contador Borges


2º lugar - História de O


PAULINE RÉAGE (1954)

“Monique não esperou outras ordens, ajoelhou-se e curvou-se, com o peito de encontro ao revestimento, segurando os dois lados do pufe com a s duas mãos. Ela permaneceu imóvel, enquanto o rapaz mandava Jeanne suspender a saia vermelha. Jeanne teve então que desabotoá-lo, ele ordenou isso de forma brutal, e tomar nas mãos aquela espada de carne, que tão cruelmente havia, pelo menos uma vez, trespassado O. Ela inflou e endureceu dentro da palma fechada, e O viu as pequeninas mãos de Jeanne abrirem as coxas de Monique, no interior das quais o rapaz ia penetrando, lentamente, em pequenos solavancos que a faziam gemer. O outro homem, que olhava sem dizer nada, fez sinal a O para que se aproximasse e, sem parar de olhar, debruçou-a sobre um dos braços da poltrona – a saia suspensa lhe oferecia a totalidade das ancas – e tomou-lhe todo o sexo com a mão.” 


Tradução de Hortência Santos Lencastre




1º lugar - Lolita


VLADIMIR NABOKOV (1955) 

“Era a mesma criança: os mesmos ombros frágeis, cor de mel, as mesmas costas flexíveis, nuas e sedosas, os mesmos cabelos castanho-avermelhados. O mesmo lenço de cabeça, pintalgado de preto, atado em torno do peito, ocultava de meus olhos de macaco velho, mas não da névoa de minha lembrança de rapaz, os seios juvenis que eu acariciara num dia imortal. E, como se eu fosse a aia de uma princesinha de conto de fadas (perdida, raptada, descoberta em andrajosos trajes ciganos através dos quais sua nudez sorria para o rei e seus cães de caça), reconheci, em seu flanco, a minúscula pinta marrom-escura. Com respeitoso pasmo e deleite (o rei a chorar de alegria, as trombetas a soar, a aia embriagada de felicidade), vi-lhe de novo o encantador e retraído abdômen, onde minha boca, a descer-lhe pelo corpo, pousara um momento; e aquelas ancas infantis, sobre as quais eu beijara a marca crenulada deixada pelos shorts, naquele louco dia imortal, atrás dos Roches Roses. Os 25 anos que eu vivera desde então diminuíram até chegar a um ponto palpitante – e desapareceram.” 


Tradução de Brenno Silveira

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