“Biutiful” é um filme mexicano de 2010 indicado ao Oscar de Melhor filme estrangeiro e realizado por Alejandro González Iñárritu (diretor de “Amores Brutos” e “Babel”), com Javier Bardem no papel principal. Por esta obra, Bardem ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes.
Barcelona. Uxbal (Javier Bardem) coordena vários negócios ilícitos, que incluem a venda de produtos nas ruas da cidade e a negociação do trabalho de um grupo de chineses, cujo custo é bem menor por não serem legalizados e viverem em condições precárias. Além disto, ele possui o dom de falar com os mortos e usa esta habilidade para cobrar das pessoas que desejam saber mais sobre seus entes que partiram há pouco tempo. Uxbal precisa conciliar sua agitada vida com o papel de pai de dois filhos, já que a mãe deles, Marambra (Maricel Álvarez), é instável. Até que, após sentir fortes dores por semanas, ele resolve ir ao hospital. Lá descobre que está com câncer e que tem poucos meses de vida.
Uxbal é um homem em conflito com a paternidade, o amor, a espiritualidade, a morte, o crime e o sentimento de culpa. Fazer dele um médium (livrar-se do peso de consciência passa a significar paz no além) torna mais evidente o esforço de Iñárritu de dar seu parecer sobre tudo o que há de errado entre o céu e a terra - e nisso sempre há o risco do ridículo. Mas isso não se dá.
Iñárritu, por seu turno, sempre leva o mundo com a maior gravidade. É a questão do olhar. Tudo o que o diretor filma, mesmo a imagem mais prosaica, vem carregado de mal estar. Não é a precariedade do mundo que impregna a película e sim a câmera de Iñárritu que atribui, moralista, um valor negativo àquilo que vê. Dito isto, vale muito uma conferida nesta grande obra mexicana.
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