“Fora da lei”, 2010, é uma produção conjunta entra França, Argélia e Bélgica dirigida por Rachid Bouchareb.
Expulsos de suas terras na Argélia, três irmãos e sua mãe veem-se obrigados a se separar. Messaoud se alista na Indochina. Em Paris, Abdelkader se põe à frente do movimento pela independência da Argélia e Said faz fortuna nos cassinos e nos clubes de boxe de Pigalle. Seu destino, selado em torno do amor de uma mãe, se mesclará com o de uma nação que luta pela sua liberdade.
"Fora da Lei" pisa em terreno minado, até porque não trata apenas de disparar munição crítica contra os crimes dos colonizadores franceses. É por meio de um drama familiar que o roteiro representa o sofrimento de toda uma população oprimida.
Rachid tem o mérito de mostrar os excessos dos dois lados do conflito. Por vezes, deixa o espectador na dúvida se certas atitudes dos rebeldes eram justificáveis, provoca inquietações e questionamentos. Para os argelinos, a resistência aos franceses era tão justificável como a dos franceses aos nazistas na Segunda Guerra – e não estavam errados. Em uma das cenas, um dos líderes da FLN pede ao policial do aparelho repressor para que ele substitua nazistas por franceses e os homens da Resistência pelos argelinos, só para efeito de raciocínio. Então, lembra uma frase do discurso libertador de Charles De Gaulle, nos tempos da II Guerra, que se aplicaria com exatidão à Guerra da Argélia. Era resistência legítima ao repressor. Confira!
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