sexta-feira, 23 de novembro de 2012

CRÍTICA - NICHOLAS SPARKS: O MAIS DO MESMO QUE RENDE MILHÕES


Não tem para Stephanie Meyer, nem para J.K.Rowling e muito menos para Dan Brown. O campeão de vendas de livros no mundo atende pelo nome de Nicholas Sparks. O norte-americano já vendeu cerca de 80 milhões de livros mundo afora, tendo sua obra já traduzida para mais de 70 países, além de 7 (indo para a oitava) adaptação - todas de grande sucesso - para o cinema. Mas porque Sparks faz tanto sucesso? Descubra agora alguns dos motivos na crítica do outros 300.

Rei do cinema

É quase certo que Nicholas seja mais visto do que lido. Estima-se que é quatro vezes maior o público que acompanha as obras de Sparks no cinema do que em seus livros. Já contando que, em estudo feito pela universidade de Nebrasca (onde o autor nasceu), acredita-se que 1 em cada 3 espectadores dos filmes leia o livro após assisti-lo primeiro no cinema.

Channing Tatum e Amanda Seyfried em cena de 'Querido John' sexto filme mais visto em 2010

Daí está o primeiro segredo de Sparks. Seus livros são dinâmicos e, ao mesmo tempo, extremamente detalhados quando a características dos locais onde se passam as histórias e, principalmente, de como são os personagens. Tal forma de escrever assemelha-se muito a roteiros cinematográficos. Não se sabe ainda se é coincidência ou se Nicholas já trabalha com a perspectiva dos milhões que os filmes arrecadarão.

Diário de uma Paixão
'Diário de uma Paixão'. Decorrer de histórias semelhantes nos livros de Sparks.

Os livros - "Mais do mesmo" mesmo!

Nicholas Sparks já escreveu 20 livros. Destes, incríveis 15 tem corpo muito semelhante. O estratagema é assim:

Local: Cidade do interior
Porque? Para que o foco seja tão somente a história do casal protagonista.

Mocinha: Rebelde ou desiludida do amor (ou os dois)
Porque? Para que o novo amor que ela nutrirá pelo mocinho seja difícil de acontecer e que leve tempo (ou muitas páginas) para rolar.

Mocinho: Inconsequente ou extremamente auto confiante
Porque? Por que ele precisa suar muito a camisa para conquistar a mocinha, mesmo que isso não pareça ser seu intuito inicial.

Cenário inicial: Mocinho e mocinha se detestam
Porque? A transformação do ódio ao amor leva tempo e rende bem humoradas e românticas situações.

Nativo (a): Ou o mocinho ou a mocinha é oriundo da cidade pequena em que ocorre a história
Porque? O (a) mocinho (a) tem de ser da cidade. Ingenuo e, por vezes, caipira, é de bom coração, porém sua ingenuidade é bucólica e atraente.

Forasteiro (a): Ou o mocinho ou a mocinha vem de uma cidade grande
Porque? Normalmente é, inicialmente, arrogante por isso. Contudo seu ar de cidadão do mundo é charmoso e sedutor.

Cenário medial: O casal se apaixona fulminantemente e depois se separa por uma situação ocasional
Porque? Pois é necessário que haja uma problemática para que o amor do casal seja posto a prova.

Inimigo: Sempre é uma situação e nunca um (a) antagonista (a)
Porque? Esse é um diferencial de Sparks! Nunca o inimigo é uma mulher, ou homem, e sim uma situação. Seja uma guerra, a distância por causa do trabalho ou a morte.

Cenário final: O casal junto, ou separado, mas com um amor inabalável
Porque? O final "não importa", afinal o público já leu ou viu a obra. Daí Sparks dá uma arriscada, deixando , em alguns casos, o casal separado, mas com um amor inabalado um pelo outro para deixar as fãs com vontade de ler o próximo livro na expectativa de, desta vez, o casal ficar junto.

Seja pela venda de livros ou pelas adaptações para cinema Nicholas Sparks é um dos escritores mais ricos do mundo.

Até onde irá o Midas dos livros de romance?

De tudo o mais fácil foi fazer o estratagema. Obviamente que não é tão simples assim escrever e sustentar obras do tamanho sucesso como Sparks faz. Requer talento, e o cara tem. Contudo, ao perceber que tinha achado o mapa da mina, Nicholas tem insistido nas mesmas fórmulas e elas continuam fazendo grande sucesso. Onde este cara irá parar?

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