sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES" A VERSÃO AMERICANA


Além de J Edgar (post acima) também estréia hoje nos cinemas capixabas o filme Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres baseado na trilogia de livros do sueco Stieg Larsson. O filme, já exibido na Suécia, ganha uma versão americana que, segundo críticos, é melhor do que a versão de país natal.

A começar por sua atriz principal, Lisbeth Salander (Rooney Mara, indicada ao Oscar de Melhor Atriz), pois quando está em cena no filme, é impossível desviar os olhos da tela. E, quando ela não está, é impossível não torcer para que ela volte logo.

A personagem, ou a atriz (a essa altura já nem é mais possível separar uma da outra), se tornou um ícone cultural e sexual pós-ciberpunk de nossa era, e, ao menos tempo, uma garota frágil. Seu visual, às vezes, andrógino, que abusa dos piercings e roupas de couro preto, é um convite à curiosidade - mas, ao cair esse verniz externo, encontra-se uma garota fragilizada, desesperada em busca de proteção e, uma vez que não encontra isso, precisa se defender sozinha.

O sucesso da personagem, que é a melhor coisa da trilogia de livros do sueco Stieg Larsson, é bastante justificado - não apenas porque ela mostra-se capaz de penetrar nos computadores mais remotos e protegidos, enquanto boa parte da humanidade encontra dificuldade em lidar com a senha do e-mail, mas porque ela representa a fragilidade e força que existem dentro de cada pessoa.

Na adaptação feita por David Fincher, Rooney Mara (A Rede Social), assim como a atriz sueca Noomi Rapace (que fez a personagem na trilogia original), encontra a dimensão humana exata dessa figura enigmática. É curioso como as duas intérpretes trilham caminhos um tanto diferentes para a mesma figura.

A trama estabelece um diálogo entre passado (nazismo) e presente (ciberespaço). O elo é um jornalista abelhudo que acaba de ser condenado por calúnia - mas esse veredicto, como ele tentará provar, é injusto.

Mikael Blomkvist é interpretado pelo atual James Bond, Daniel Craig. Por mais esforçado que seja, perto de Lisbeth/Rooney ele é uma figura pálida - mais por culpa do personagem do que do ator. No ostracismo depois de afastar-se da revista Millennium, Mikael aceita um trabalho de detetive, contratado por um ricaço (Christopher Plummer) que procura uma sobrinha desaparecida há quatro décadas.

Por mais talentoso e técnico que Fincher seja, há algumas limitações da narrativa de que ele não consegue se livrar, como os exageros dos livros de Larsson.Porém, a versão americana do filme é honesta ao material original. Sabe que, no fundo, está lidando com uma trama policialesca e rocambolesca de horror.

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