sexta-feira, 9 de novembro de 2012

LICENÇA POÉTICA: JOEL NOBRE JR.



Joel Nobre Jr. Poeta marginal. Amante do bom e velho Rap, encontrou no projeto ''Boca a boca’’(Projeto que leva semanalmente cultura e arte através do Rap e poesia ás comunidades Capixaba),  a oportunidade de recitar e compartilhar seus poemas. Mantém ao lado de Janio Silva e Juplin Jones, uma página no facebook chamada literatura marginal ES (http://www.facebook.com/LiteraturaMarginalES), onde pode ser encontrados todos os seus poemas. Confira, abaixo, o poema “Só observando”:
Só observando

Tenho visto o mundo, me visto e saio pela rua, me vislumbro com o que é belo, tento sempre valorizar o que é eterno, vagueio pelas avenidas da vida, sinto o gosto crú da realidade, me deparo com a indiferença na esquina, a maquiagem do preconceito que esconde com cores vivas as rugas da humanidade.
Vejo pessoas tristes vendendo felicidade.

Cidade cheia, pessoas vazias.
Cidade cheia, pessoas sozinhas.

Hoje caminho só.
 
Em silêncio observo que muitos não têm o que merecem, e muitos não merecem o que têm.

Em silêncio, observo que alguns sorrisos não tem nada a ver com felicidade, servem apenas para esconder tristezas. Lágrimas no rosto não é fraqueza, é sinceridade.

Em silêncio, observo o inverso. Produtos tendo valor, pessoas tendo preço.

Acelero o passo, posso sentir o vento fresco batendo na cara, passo perto das vitrines com roupas novas, passo perto de pessoas com roupas rasgadas deitadas na calçada, apenas observadas por quem passa por ali, inclusive eu. Infelizmente, somos apenas observadores.

Quem pratica a maldade contra o próximo é uma pessoa má, certo?

Quem pratica a bondade ao próximo, sem esperar nada em troca é uma pessoa boa, certo?
E quem sabe o que é a maldade e a bondade e não pratica nenhuma das duas, apenas observa o sofrimento alheio, como deve ser chamado esse tipo de pessoa?
Então, nosso silêncio é foda, ele nos ensina muito mais do que as palavras. Ensina-nos a não usar desculpas.
 
Não ter grana não é desculpa para não ajudar quem precisa, pois parar um pouco para dar atenção e emprestar o ouvido para quem precisa desabafar sobre a vida, não tem preço.
Como mero observador, percebi que ao contrário do que imaginamos, dinheiro tem pouco a ver com felicidade, pelo menos na minha percepção no momento.
 
Vejo que o sorriso de quem tem pouco, ou nada, é mais sincero, mais profundo, mais falhado, mais amarelado...E, mais verdadeiro do que o sorriso de quem tem muita grana.
Dinheiro é importante, sucesso também, nos dão prazer, faz bem ao nosso ego, mas só ao nosso.

Felicidade é diferente.F elicidade que não é compartilhada não é felicidade.
Felicidade consiste em fazer o bem as pessoas que amamos.
Infelizmente, amamos poucas pessoas e apenas observamos muitas outras.

Apenas observar não muda nada.


Um comentário:

  1. Muito bom esse cara, sou fã dele, um poeta de primeira e um escitor de alma, recomendo uma dose de Juninho Nobre toda semana,suas poesias, crônicas são de utilidade pública, além de um talento que toca. Um salve

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