Breno Silveira teve um alvo certo ao fazer “Gonzaga – De pai pra filho”: o coração do público. O diretor vem se especializando em histórias que se constroem a partir do desenvolvimento emocional de seus personagens, num trajeto que invariavelmente persegue a catarse (e peca justamente por isso). O movimento, no entanto, não é natural somente em sua cinematografia. A busca por um denominador comum é muleta de sustentação de diversas obras e, no caso específico de Breno, vale para dissipar qualquer tipo de restrição e/ou preconceito em relação a história que ele quer contar.
Da mesma forma que “Dois filhos de Francisco” conseguia ser mais do que um
filme sobre a dupla Zezé de Camargo e Luciano, o novo do diretor, apesar de
ancorado na difícil relação entre Gonzagão e Gonzaguinha, é simplesmente –
embora nada seja tão simples assim – uma história de amor e desamor entre pai e
filho. É uma troca de substantivos, mas que faz a diferença. Esse traço não
significa que a obra de ambos seja ignorada, mas o nicho musical não determina
o enredo, embora o filme inteligentemente esteja impregnado da vida de cada um deles
(o sertão do primeiro e a periferia do segundo são marcas importantes e
exploradas).
Decidido a mudar seu destino,
Gonzaga sai de casa jovem e segue para cidade grande em busca de novos
horizontes e para apagar uma tristeza amorosa. Lá, ele conhece uma bela mulher,
Odaléia (Nanda Costa), por quem se encanta. Após o nascimento do filho e complicações
de saúde da esposa, ele decide voltar para a estrada para garantir os estudos e
um futuro melhor para o herdeiro. Para isso, deixa o pequeno aos cuidados de
amigos no Rio de Janeiro e sai pelo Brasil afora. Só não imaginava que essa
distância entre eles faria crescer uma complicada relação, potencializada pelas
personalidades fortes de ambos. Baseada em conversas realizadas entre pai e
filho, essa é a história do cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, também conhecido
como O Rei do Baião ou Gonzagão, e de seu filho, popularmente chamado de
Gonzaguinha.
Fonte: AdoroCinema, Extra, Acervo
pessoal.
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