quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CINEMA DINAMARQUÊS: “MELANCOLIA”


Estreou sexta-feira (5) no Brasil o mais recente filme do polêmico diretor dinamarquês Lars von Trier. “Melancolia” é um drama denso sobre o fim do mundo, filme-metáfora com a marca do cineasta, conhecido por trabalhos como “Dogville” (2003) e “Anticristo” (2009). No longa, um planeta azul entra em rota de colisão com a Terra. A ameaça serve de plano de fundo para a trama.

“Melancolia” é mais um de uma extensa lista de longas em que corpos celestes ameaçam a raça humana. Há décadas o tema vem sendo explorado pelos diretores e roteiristas, em alguns casos com orçamentos de blockbuster, como “Armageddon”, de Michael Bay, e “Impacto profundo”, de Mimi Leder, ambos de 1998.

A história conta relacionamento de duas irmãs e suas incertezas sobre o destinos delas com a ameaça do fim do mundo com a aproximação da colisão de um planeta com a Terra. “Melancolia” é, então, apresentado em dois momentos, nomeadas através das duas irmãs. O primeiro, com a noite de casamento de Justine (Dunst, perdida no infinito) e depois pelo olhar de Claire (Gainsburg em mais um papel marcante) às portas da tragédia, sem saber o que fazer diante da chegada desse planeta.

Talvez seja por meio dessas duas personagens que Von Trier tente pintar esse retrato cruel e exposto, que (como as imagens que Justine escolhe para ilustrar o escritório) parece ser impossível de desviar o olhar. “Melancolia” talvez seja isso então, aquele acidente automobilístico que não lhe deixa prestar atenção em mais nada e depois não se esvai de seus pensamentos.

O cineasta dinamarquês faz isso, principalmente, por se sentir confortável entre símbolos e significados, como se soubesse que nenhuma história consegue ser contada apenas com as imagens (pelo menos não as dele). É a partir desse princípio que “Melancolia” traça esses dois momentos, esses dois olhares, esses dois modos de encarar o que vem em seguida. Grande obra do grande diretor dinamarquês! Não perca!


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