quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SÉRIE GRANDES OBRAS DA LITERATURA MUNDIAL: "MADAME BOVARY"


“Madame Bovary” é um romance escrito por Gustave Flaubert em 1857. Quando o livro foi lançado, houve na França um grande interesse pelo romance, pois levou seu autor a julgamento.


Desde o início do livro a descaracterização da idealizada mulher Romântica é evidente. Emma Bovary é uma mulher insaciável, inteligente e bela, mas é obrigada a casar com um apático e passivo médico de uma pequena cidade do interior da França. Ela vive em um constante estado de opressão, onde as sonhadas diversões urbanas que ela imaginava nunca são concretizadas. Sua vida vai ficando cada vez mais monótona e ela começa a se arriscar em aventuras muito mais sérias.


“Madame Bovary” é uma obra que pelo pendor realista que a caracteriza se torna por vezes enfadonha. Entre os acontecimentos importantes arrasta-se um vagar quotidiano um tanto cansativo e contrastante com a exacerbada componente sexual e emotiva que Emma empresta ao romance. As suas experiências extra-conjugais são narradas ironicamente, e não se encontra um personagem em toda a obra que não seja alvo de sátira.


Gustave Flaubert formulou uma crítica social muito contundente. Com seu estilo impessoal, ele soube fazer do adultério de Emma algo sórdido e ao mesmo tempo belo. Madame Bovary, vem meio que sem querer, traduzir o início da emancipação feminina e como essa liberdade, se usada sem idoneidade, pode se transformar em desastre.


O romance deixou os ânimos dos leitores europeus exasperados com suas doses de sexo, melancolia, ironia e emoção. Flaubert deixou claro que o livro é a retratação fiel da errônea sociedade burguesa com seus hábitos pouco louváveis e sua ostentação moral falsa.


"Madame Bovary" é a sua obra-prima. Baseado em fatos da vida real, o livro, que Flaubert levou cinco anos para escrever, causou forte impacto, a ponto de gerar o processo no qual o autor escapou de ser condenado à prisão, graças à habilidade da defesa, que transformou a acusação de imoralidade na proclamação das intenções morais e religiosas do autor. Nem moral, nem imoral, a narrativa é uma devastadora crítica das convenções burguesas do seu tempo.


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