São 11 anos de carreira e o carioca Jay Vaquer, de 36 anos, se encontra num limbo entre o alternativo e o mainstream. "Acho que eu fico flutuando no meio desses mercados. É duro", confessa o músico. Perdido entre dois mundos, o filho de músicos - sua mãe é a cantora paraense Jane Duboc -, ele sobrevive como pode, mantendo-se compondo e, sempre que possível, gravando.
"Umbigobunker!?" é o nome de seu quinto álbum de estúdio, sexto da carreira, lançado agora pelo selo carioca de música alternativa Lab 344 - é o primeiro artista nacional da empresa que trouxe para o Brasil, recentemente, os últimos trabalhos de Friendly Fires, Two Door Cinema Club, Anna Calvi e Warpaint. "Eles foram ótimos comigo e estão fazendo o possível", elogia Vaquer.
Contando com os discos de inéditas e o ao vivo, "Alive in Brazil" (2009), a média é de um disco em menos de dois anos. Mas, ainda assim, diz o músico, é pouco perto do fluxo natural de composições. "Existe uma defasagem muito grande entre a criação e o tempo que eu levo para colocar todo esse bloco na rua", explica.
"Num processo natural, sem forçar, sem parar e me dedicar só a isso, componho cinco músicas que me agradam em seis meses. Então, faça as contas, em dois anos, tenho 20 músicas prontas para gravar", diz. Para o "Umbigobunker!?" ele se viu diante de 40 canções, e reduziu esse número para 14. "Eu sinto necessidade de abrir essas comportas, mas nem sempre é possível", lamenta Vaquer.
O disco foi produzido pelo badalado Moogie Canazio, que já trabalhou com um leque de importantes artistas nacionais, como Maria Bethânia, Caetano Veloso e João Gilberto. O produtor e o músico se conheceram em 2007. "Ele falou que queria trabalhar comigo", conta Vaquer. Na ocasião, ele estava lançando o álbum "Formidável Mundo Cão", lançado pela EMI. A parceria emplacou no novo álbum. "Ele foi incrível! Passou o orçamento para que gravássemos na Califórnia (EUA). Era mais barato do que eu imaginava".
Na música "Do Nada, Me Jogaram aos Leões", Vaquer conta com a participação da cantora Maria Gadú. "Ela uma vez me disse que se amarrava no meu som e pensei nela nessa música. Ela tem uma veia pop rock também, que transparece nos shows", diz ele. No restante do disco, Jay Vaquer destila seu potencial vocal, indo de agudos a graves com constante eficiência. Canta seus versos incomuns e ácidos. "Meu Melhor Inimigo", canção que abre o disco, mostra esses dois estilos do cantor e compositor. Numa curva de crescimento, ele vai do quase sussurro até o ápice, numa interpretação vigorosa do refrão.
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