Alexandre Lima é cantor, compositor, músico, produtor e integrante do grupo Mahnimal. Confira, abaixo, a entrevista do cantor:
1 – Olá, Alexandre. Primeiramente, como surgiram as artes em sua vida?
Resposta: Vieram dos meus Pais. Meu pai foi DJ, radialista e produtor. Minha Mãe, por sua vez, era ligada a culinária e moda.
2 – Quando garoto quais eram suas influências musicais? Que cantor ou grupo fez você pensar “caramba, quero ser isso também”?
Resposta: Meu quarto era a discoteca do meu pai e tinha mais de 10.000 discos de vinil. Era meu ipod tamanho família, ouvia de tudo, ópera russa, Hendrix, Nara Leão, Iron Maiden, Caetano Veloso, Sepultura, Mamíferos, Aprigio Lirio, Sergio Sampaio, Roberto Carlos. Tive vários ídolos, mas, na realidade, o que me levou a seguir profissionalmente, além de gostar, é claro, foram o estilo de vida, a arte de tocar, compor e produzir. Essas coisas me fascinam e me dão vida!
3 – O Mahnimal surgiu da união de você, do Amaro Lima do Fabio Carvalho, do Queiroz e do Ronaldo Rosman e foi uma espécie de sonho de adolescente que se cumpriu. Queria que você falasse um pouco desses caras. Você acha que uma banda feita por amigos de longa data tende a conseguir ficar junta por mais tempo? Acha que esse foi/é o segredo de vocês?
Resposta: Na realidade, a vida é inexata, mas o Mahnimal e todas as pessoas que vocês citaram marcaram a minha vida, mais que um sonho, uma realidade gravada, filmada e vivida, uma banda feita de profissionais da arte, que fazem parte do cenário musical atual do ES. Não temos segredo, é transpiração e trabalho, como escrito na nossa bandeira: “Trabalha e Confia”.
4 – A junção do congo com o rock, reggae e pop surgiu com vocês e depois também com o Casaca. De quem foi a grande ideia? Qual foi o insight de unir tais ritmos? Como vocês o classificam? Como a “rockongo” conforme a música de 1996?
Resposta: A grande ideia foi fazer e mostrar um som com características regionais e mostrar isso aos interessados. Ela surgiu nas pedrinhas da Ufes onde o maestro Jaceguay Lins liderava a banda “Dois” e me convidou pra tocar uma guitarra no congo. A primeira apresentação foi o show “Rockongo” no Carlos Gomes - “Alexandre Lima e Banda Dois” em 1995, depois surgiu o Manimal e na sequencia o Casaca e, pra quem não sabe, estou fazendo a tour 2012 com o Casaca. Ou seja, não importa quem fez, o importante é continuar a idéia, nesse caso é compartilhada e o sonho é coletivo.
5 – Aliás, falando do Casaca, vocês, eles e o Rastaclone fizeram um grande sucesso no final dos anos 90 indo para 2000, inclusive com grandes vendagens. O que faltou para que esse estrondoso sucesso continuasse? Por que, atualmente, bandas capixabas não conseguem espaço nas mídias como a Mahnimal conseguiu nos anos 90?
Resposta: Estamos na estrada e continuamos a fazer hits, como a musica “Só tem jogador” (vídeo abaixo), do vídeogame mais vendido do mundo, Fifa soccer 2012, lançado mundialmente, e todos os músicos acima citados vivem da música, independente das bandas ,que já são um grande sucesso.
E quanto a vendagem de CDs, ninguém mais vende expressivamente os mesmos números dessa época, nem no Brasil nem no mundo. Hoje, é a internet uma das saídas da música e da divulgação, mas vale lembrar que sucesso é um ponto de vista e a vida não é filme. Cada um tem o seu momento e a musica do ES está se preparando para um novo momento.
O Mahnimal não esta na mídia porque não esta se apresentando desde 2008, mas tem muita gente na mídia sim, Bloco Bleque, Zé Maria, Dead Fish, dentre outros.
6 – Por causa desse grande sucesso, vocês conseguiram assinar com uma grande gravadora, saindo das produções independentes. Como foi esse processo? Como foi gravar por um grande selo? Vocês tiveram liberdade criativa ou a gravadora emitia suas “ordens”
Resposta: Devido a grande venda de CDs, tivemos propostas e fizemos boas parcerias com as gravadoras, que sempre nos deram liberdade total de criação.
7 – Em 1998, no auge, vocês foram a Europa. Como foi tal experiência? O Festival de Lisboa foi um grande marco, não é?
Resposta: Foi minha primeira tour internacional, diria que a Expo 98 foi um marco inicial e agora já estou na minha décima quarta tour. Foram muitos eventos marcantes, como o festival de Montreux na Suíça, dentre mais de 300 apresentações no exterior. É muita historia pra contar! (risos)
8 – Apesar do grande sucesso aqui no estado e no exterior vocês rompem com a gravadora. Por quê?
Resposta: Porque acabou a indústria do cd como era, hoje o mercado está buscando novas formas de negócio e se reciclando, e nós também!
9 – Tow Tow, seu segundo CD, foi lançado de forma independente, qual a grande diferença entre lançar um álbum por um grande selo e outro no “quintal de casa”?
Na realidade, tivemos uma grande exposição no cd Tow Tow, com clip de “Encontrei” no programa Fantástico, além da musica “Água de benzer. A diferença é que fica mais rápido o processo tendo parceiros para divulgar seu trabalho, aí entra a gravadora ou um investidor.
10 – Inclusive, diga-nos, quais as diferenças e semelhanças de Manimal, Tow Tow e Espirito Congo?
Resposta: “Tow tow” é mais mixado com a musica eletrônica e o pop, e “Espírito Congo” é mais roots, tem mais regionalismo, mais congo.
11 – Entrando numa estória triste... Como foi a perda do Queiróz? Como sua perda afetou o Mahnimal e mais especificamente o Alexandre Lima?
Resposta: Perdi um grande amigo de forma inesperada. Foi duro e difícil. Repensei minha vida profissional. Trago as lembranças de um grande ser humano. Queiróz estará sempre vivo no coração e na mente.
12 – No verão deste ano, você iniciou uma turnê ao lado do Renato Casanova. Como foi tal turnê? Teremos uma dupla permanente aparecendo ou foi só um projeto de verão?
Resposta: Juntamos-nos para fazer um show, mas a repercussão foi grande, daí, então, entramos em tour durante esse ano e pretendemos gravar um cd juntos, já estamos compondo e tem musica no sound cloud (http://soundcloud.com/marcio-xavier/vontade-alexandre-lima-e)
13 – O que podemos esperar de Alexandre Lima para 2012? Quais seus projetos para o futuro?
Resposta: Esse ano vou lançar um DVD solo no segundo semestre e fazer uma tour com a Radio Experienza. Mas muitos projetos estão em andamento, envolvendo Casaca, Bloco Bleque, e o mais novo é o projeto com o DJ DeepLick, o nome é Batida Nacional, que já esta com o site no ar!
"Negro Gato" é o primeiro video oficial do DVD solo:
Legal a entrevista.
ResponderExcluirGostamos do trabalho do Alexandre e do seu irmão, o Amaro.
Ambos são personagens consagrados e importantes no cenário musical capixaba.
Parabéns para todos!
Muito show, adorei!
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