Domingo passado eu fui ao cinema e dei naquela loucura: “vou ver dois filmes”. Eu estava decidida a ver somente "John Carter", mas alguma coisa em "Jogos Vorazes" me chamou atenção. Não sei como consegui ver os dois, pois ambos tinham durações longas, mas valeu muito sentir novamente a experiência de uma sessão dupla e ver um filme show de bola como foi "Jogos Vorazes"!
Dizem que não é bom você ir com muita expectativa para um filme. Pois bem, "Jogos Vorazes" estreou com a missão de ser a nova franquia “teen”, ou seja, ser um novo "Crepúsculo"! Quanto à estrutura, pode até ser parecido, mas quando se analisa o conteúdo de obras tão distintas, há que se dizer, e com toda a alegria, que a intenção passou muito longe! Me desculpem fãs da saga crepúsculo, mas jogos vorazes tem identidade própria, tem um roteiro mil vezes melhor e acima de tudo, não me decepcionou!
De todas essas grandes franquias recentes, a primeira adaptação da trilogia literária de Suzanne Collins é a que tem conteúdo mais contestador, com inspirações em grandes obras como "Admirável Mundo Novo", 1984 e, nos próximos livros, até Fahreinheit 451. Discussões sobre a autoridade, culto a celebridades, obediência, poder e controle estão em pauta na história que se passa nas ruínas futuristas da América do Norte, dividida em uma capital e 12 distritos.
Na trama, depois de uma tentativa de revolução, décadas antes, a Capital passou a exigir de cada distrito um tributo na forma de dois jovens, um garoto e uma garota, entre 12 e 18 anos, para competir no reality show de sobrevivência que dá nome ao filme. Eles devem enfrentar outros 22 concorrentes até a morte, em uma arena controlada pelo governo. O vencedor garante para seu distrito um bônus em suprimentos e regalias pelo próximo ano. A trama acompanha uma dessas jovens, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) adolescente de 16 anos que se oferece para lutar no lugar da irmã, sorteadapelo distrito.
A escolha pela maravilhosa Jennifer Lawrence não poderia ter sido melhor. A atriz que ficou conhecida no filme O Inverno da Alma e X Men Primeira Classe, no papel de mística; está a altura do desafio! A atriz traz Katniss à vida com o equilíbrio perfeito de fragilidade e determinação. E ela está cercada por ótimos nomes, como Stanley Tucci, Wes Bentley, Woody Harrelson, Toby Jones, Elizabeth Banks e Donald Sutherland.
O filme nos leva a questionar, tamanha a falta de escrúpulos por parte do governo, que aplica o método de coerção em seu povo, através de jogos, nos quais adolescentes e até mesmo crianças, tem que eliminar seus adversários, matando uns aos outros, a recebendo a falsa esperança de um vitorioso, um guerreiro, ou um vencedor.
O diretor Gary Ross opta até por um estilo de câmera e edição nas cenas de ação que se desvia elegantemente da barbárie, dando vislumbres dela, mas tirando das cenas o impacto gráfico que poderia torná-las fetichistas (e, obviamente, tornam o filme comercialmente viável em termos de classificação indicativa).
O filme tem momentos bem tensos, mas também tem muitos momentos românticos entre os atores principais, que dá margem para alguns questionamentos essenciais para se entender o filme. E convenhamos, é muito melhor ver uma personagem feminina forte com personalidade, protagonizando um filme do que ver outra, que nunca tem uma opinião formada sobre nada!
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