Epifania é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do afeto de alguém. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém encontrou finalmente a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa.
No romance “A Paixão Segundo G.H.”, de Clarice Lispector, ocorre na personagem G.H. o fenômeno epifânico quando ela come uma barata e começa enxergar o mundo de uma forma diferente. Como G.H., ocorreu em George Harrison o mesmo fenômeno quando ele se envolveu com a cultura indiana e o hinduísmo no meio dos anos 60. O ex-beatle ajudou a expandir e disseminar, pelo Ocidente, instrumentos como o cítara e o movimento Hare Krishna. A partir desse momento, Harrison passou a ser um compositor mais filosófico, com músicas cada vez mais inspiradas.
Harrison também se engajou em campanhas para chamar a atenção mundial para a Índia, como o “Concerto para Bangladesh” (1971). Nesse tipo de evento, George foi pioneiro. Aí está uma das virtudes mais memoráveis do músico. Harrison sempre foi uma pessoa comprometida com o amor, a harmonia, alguém que desejava e lutava para viver num mundo mais digno e igualitário. Ele não foi tão somente um músico brilhante, mas também um ser humano extraordinário, de ações admiráveis.
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