Discutindo teoria crítica, arquitetura, cinema, vídeo e economia, Fredric Jameson, o mais notável crítico marxista americano, expõe aqui as implicações culturais, políticas e sociais do pós-modernismo.
Na obra percebemos que poucos críticos contribuiram para a compreensão das várias manifestações da cultura contemporânea com a mesma relevãncia e abrangência de Fredric Jameson.
Crítico literário por formação, Jameson expandiu a capacidade de ligar o texto ao contexto sócio-histórico que forma e informa - característica definidora da melhor análise literária -, para incluir a interpretação crítica das diferentes teorias e práticas culturais que fazem a mediação entre o homem e o mundo.
O pós-modernismo é a contraparte cultural do que se chamou eufemisticamente de nova ordem mundial.O livro tem como propósito de mapear o presente e "nomear o sistema" que organiza nossas vidas, nossas manifestações culturais e o esforço de compreendê-lo.
Partindo da formulação de Ernest Mandel, que, em O capitalismo tardio , expõe os rumos dos atual estágio do sistema capitalista, batizado de globalização pelo discurso oficial, Jameson entende que sucedendo os estágios de capitalismo de mercado e do capitalismo monopolista, o capitalismo multinacional marca a apoteose do sistema e a expansão global da forma mercadoria. Deste modo, o capitalismo atingiu lugares antes não imaginados como a natureza (dada a destruição de formas antigas de produção agrícola) ou o Inconsciente constantemente bombardeado pela mídia e pela propaganda.
Nessas condições, a crítica da cultura adquire um grande valor cognitivo e um potencial de tansformação que não escapa ao olhar engajado de Jameson.
Jameson ambiciona fazer uma abordagem totalizante, que se eleve de nossa época do fragmentário, que leia no geral o específico e nas manifestações artísticas figurações da estrutura sócio-econômica que nos descentra, constituindo assim um ato radical de pensamento oposicionista.
Enquanto marxista, sua prática de crítico da cultura se evidencia na vocação histórica,(que nos remete a autores como Lukács, Adorno), em estudar o funcionamento do capital desmistificando seu movimento continuado de obscurecimento da consciência. Daí a necessidade do contínuo acerto de contas com as demais teorias em voga, mobilizando um gigantesco aparato teórico que em alguns momentos sobrecarrega o texto.
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