quarta-feira, 28 de março de 2012

CRÍTICA - BRASILEIRO LÊ QUATRO LIVROS POR ANO. PORQUÊ?

Cena da personagem Bella no filme Amanhecer parte 2
Crepusculo faz sucesso entre os jovens. Se o brasileiro lê pouco é necessário que hajam adequações às idades dos leitores e maior acesso gratuito a livros.

Reportagem:

O brasileiro lê em média quatro livros por ano e apenas metade da população pode ser considerada leitora. É o que aponta a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada hoje (28) pelo Instituto Pró-Livro. O estudo realizado entre junho e julho de 2011 entrevistou mais de 5 mil pessoas em 315 municípios.

Em 2008, o instituto divulgou pesquisa semelhante que apontava a leitura média de 4,7 livros por ano. Entretanto, a entidade não considera que houve uma queda no índice de leitura dos brasileiros, já que a metodologia da pesquisa sofreu pequenas alterações para torná-la mais precisa. De acordo com o levantamento, o Brasil tem hoje 50% de leitores ou 88,2 milhões de pessoas. Se encaixam nessa categoria aqueles que leram pelo menos um livro nos últimos três meses, inteiro ou em partes. Entre as mulheres, 53% são leitoras, índice maior do que o verificado entre os entrevistados do sexo masculino (43%).

Ao perguntar para os entrevistados quantos livros foram lidos nos últimos três meses, período considerado pelo estudo como de mais fácil para lembrança, a média de exemplares foi 1,85. Desse total, 1,05 exemplar foi escolhido por iniciativa própria e 0,81 indicados pela escola.
Entre os estudantes, a média de livros lidos passa para 3,41 exemplares nos últimos três meses. Os alunos leem 1,2 livro por iniciativa própria (com a saga Crepúsculo - foto acima - como maior expoente), divididos entre literatura (0,47), Bíblia (0,15), livros religiosos (0,11) e outros gêneros (0,47). De acordo com o estudo, a Bíblia aparece em primeiro lugar entre os gêneros preferidos, seguido de livros didáticos, romances, livros religiosos, contos, literatura infantil, entre outros. (Agência Brasil)

Crítica:

Alguns dados da reportagem são alarmantes. Apenas 50% da nossa população lê e, se julgarmos pelos títulos que tem feito mais sucesso, poucos são os que lêem uma literatura produtiva. A solução para mudar este panorama passa pela inserção do hábito da leitura em nossos jovens e crianças. A primeira incentivadora tem de ser a família, seguida pela escola. A população em geral ganhou grandes aliados na luta pela acessibilidade aos livros. Além das bibliotecas públicas, projetos como as bibliotecas do Transcol dão total oportunidade para o empréstimo de livro de forma 100% gratuita, ou seja, em tese, o acesso do povo aos livros passa simplesmente pela sua vontade de pegá-los. Já as escolas necessitam rever suas formas de apresentarem literatura a seus jovens. De inicio o que a garotada aprende é história da literatura e não a matéria em si. Sem se aprofundar no que é de fato literatura a garota não se sente nem um pouco incentivada a ler, ainda mais com concorrentes tão fortes e atraentes como a internet, por exemplo. Os títulos e autores apresentados também não ajudam. Livros complexos de autores como Machado de Assis são apresentados a garotos de 10/11 anos o que óbviamente não os atrairá. Livros como "O Estudante" de Adelaide Carraro e todos da série escrita pela autora Thalita Rebouças são mais adequados. Gradativamente, acredita-se, que os jovens irão locando outros livros e mais outros até se tornarem leitores ativos e assim, como numa bola de neve, incentivar seus irmãos, parentes, amigos a também lerem. Propagandear a arte também ajuda. Nós do Outros 300 estamos fazendo a nossa parte, e você?

Um comentário:

  1. Muitos usam a desculpa do alto preço, mas a internet facilita muito já que esta disponibilisa livros gratuitamente, além das bibliotecas nas escolas. Enfim, nao há desculpa para não ler.

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