A edição 2012 do Festival de Jazz e Blues de Manguinhos, município serráqueo do eis-piro-to Santo, começou nessa sexta feira santa, 6 de março, feriadão e ponto facultativo nas assembléias e câmaras municipais desde quarta/quinta-feiras livres da vida.
Com a promessa de Festival requintado, voltado à turistas bem abastados e pouco numerosos que frequentam a pseudo-elitista praia de manguinhos e a universitários pobres ex-marxistas, professores do sistema público de ensino, solteiras amantes de jazz e duros em geral que não viajaram no feriadão, o festival surpreendeu em seu primeiro dia sobre vários aspectos:
Parecia que o festival era pra dar errado ou ser mais do mesmo, mas não sei se por méritos do pessoal de desenho industrial, marketing e coisa e tal que produziu a logo do festival fazendo uma menção estética ao festival de rio das ostras, fato de extrema inteligência diga-se de passagem, já que o festival se propunha a abarcar tal público; ou por méritos da ainda latente má distribuição de renda que não permitiu aos capixabas “fugirem” da grande vitória, como é de praxe em todo feriadão; ou ao senhor zack burowaskensi cover, criador do fake-booquetes, que nos deu uma ferramenta de divulgação de eventos abrangente, pelo menos aos 12% da população que tem acesso a rede mundial de computadores regularmente; ou pelo que julgo mais óbvio que é tudo isso e mais a excelente programação musical do festival, programação sóbria e sombria, cool-t e pouco pra-pular, onde de cara imaginamos “hum...mata papai!!”.
De certo é que o estranhamento quase coletivo fôra sobre o numeroso público interessado em jazz & blues & manguinhos numa sexta-feira...ou será um público sedento por políticas públicas de cultura, acessíveis e não meramente predatórias, eventuais, ocas e de rápida ejaculação?? Pegando o exemplo da estação porto, que está pra ser de-portada, onde a criatividade e eficiência de uns, atrelado ao interesse político de outros, trouxe com um frescor jovial uma curiosidade capixabesca adormecida já a algum tempo???
Confesso que foi dificil ouvir Afonso Abreu, não sei se porque em evento aberto, num lugar bem maquiado, cheio de gente bonita torna o maravilhoso jazz do trio pouco interessante, frente aos hormônios e desejo de consumo, coito, tédio, beer latente do público geral....mas isso é normal, bom, popular, abrangente também. Ontem me perguntavam qual a diferença do blues para o jazz, e o Big Bat Blues Band, com uma gaita demoníaca no maior estilo encruzilhada e um gênio preto nada eugênico, extremamente genial e erótico, remexendo-nos sem alcóol - doses médias somente de chuva, respondeu-nos que a diferença está na cintura. Espero...espero nada na verdade, talvez mais cachaça nesse sábado de segundo dia e mais sacanagem Eugenial do público, que se fique bêbado mais rápido, pois dizem as más línguas a cerveja vai acabar mais rápido assim e assim, assim não dá não dá, como diria o FH, porém, parabéns aos acertos turísticolóides dos eventuais, que com certeza levarão esse festival para mais tarde, bem mais tarde do fim.
Saravá, Saravoughan!!!
Emmanuel Sete Linhas é Poeta, Pseudo-intelectual, Agitador, Bêbado, boêmio, Sambista, Bailarino. Brigão, Chorão, Flamenguista, Rabugento. Mítico, Sensível, Narcisista, Ação do Tempo. Faz como o pianista que quer ser piano, quer ser sua Poesia. Permanecendo assim na árida e gelada montanha da realidade, ruminando poesias e definhando vontades. Parto por inteiro ao que der e vier.
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