quinta-feira, 7 de junho de 2012

OUÇA SEM MODERAÇÃO

Livre e independente, não há quem aprisione o Sol na garganta do futuro.

“Meu povo e meu poema crescem juntos, como cresce no fruto a árvore nova” e como os versos de Ferreira Gullar, há 10 anos nasceu o “Sol na garganta do futuro”, grupo musical capixaba cujas raízes foram lançadas sob diversos terrenos artísticos. Formando um sincretismo sonoro que resultou no primeiro álbum “No Meio de Tudo: Espaço”, lançado no dia 18 de maio no Theatro Carlos Gomes. Seus integrantes são: Fabricio Noronha (voz e composições), Vinícius Fábio (contrabaixo, voz e ruídos), Hugo Reis / Gil Mello (guitarra, violão e viola caipira), Caio Nunes (bateria), Murilo Esteves (projeções), Alex Cepile (sampler e sintetizador) e Perez Lisboa (iPad), do Joe*Zee. Além de Amélia Barretto, Aline Hrasko e Tati Mancebo nos backing vocals.

Influenciados pelo Cinema, Poesia, artistas como Arnaldo Antunes e Glauber Rocha – roteirista e diretor do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (um ícone do Cinema Novo), seus shows são performáticos, marcados pela presença de elementos cênicos, projeções e artes plásticas. Justamente por isso o grande desafio do grupo foi transpor esse espetáculo cultural para o formato físico. "A gente é muito ligado à apresentação ao vivo e à produção de vídeo para internet. No começo foi uma crise, a gente não sabia como transpor a performance de um show para a gravação. Mas nós chegamos à conclusão de que seria um outro tipo de produto artístico e produzimos o álbum com muita calma", conta o poeta e vocalista Fabricio Noronha.


Produzido por Daniel Castanheira no estúdio Garimpo, no Rio de Janeiro, "No Meio de Tudo: Espaço" aborda as complexidades do dia-a-dia acelerado das metrópoles, levanta um debate e estimula a reflexão sobre o cotidiano contemporâneo da humanidade: até que ponto tudo isso nos humaniza ou desumaniza? Segundo Fabrício Noronha, poeta e voz principal do grupo "O álbum é um mergulho no ambiente urbano. É sobre toda essa confusão de virada de século: modo de vida, mundo mais compartilhado, mais horizontalizado". Composto por canções recentes e antigas, como a “Das Pulsações”, do poeta capixaba Marcos Tavares –
autor do livro No escuro, armados - o trabalho resulta em uma sonoridade que, através da mistura de instrumentos, como a flauta, bateria, os samples, com a poesia falada, transcende a música e alcança o limiar da Alma artística de Walter Benjamin.

Baixe o álbum "No meio de tudo: espaço" no link http://www.garganta.blog.br/download/sol_nomeiodetudo.zip

(Texto de Jocilane Rubert publicado no Portal Iuuk, na coluna Múltiplas Manifestações, no dia 28/05/2012)



Jocilane Rubert. Graduanda em Publicidade e Propaganda, colunista do Portal Iuuk, integrante da coletânea de poesias intitulada “8 vezes poeta” e autora do blog Grafia Cosmopolita.

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