Figura oriunda de um romance escrito por Aguinaldo Silva nos anos 70 e posteriormente personagem de novela do mesmo Aguinaldo em 2005, Giovanni Improtta, desde sua aparição em 'Senhora do Destino', dizia-se, merecia um filme. Pois ele está aí. E será que o filme é tão bom quanto o personagem da novela foi? Confira na crítica do Outros 300.
Efeito Zorra Total
Wilker peca ao desprezar capacidade crítica de espectadores
Aguinaldo Silva deu uma tremenda bola dentro ao pegar um de seus mais interessantes personagens literários e transporta-lo para uma de suas novelas. Com um roteiro bem escrito e direção bem afiada, Giovanni Improtta, na ocasião, foi uma das melhores coisas daquela trama.
Tamanho sucesso, estimava-se, tinha de fazer Improtta chegar ao cinema, afinal o personagem era rico demais para se manter somente na telinha. Tamanha expectativa fez até com que o produtor Cacá Diegues conseguisse convencer José Wilker a arriscar-se a estar de trás das câmeras como diretor. Wilker como protagonista e diretor, sua filha Mariana Vielmond como roteirista e Cacá Diegues como produtor. Tinha como dar errado? Sim, tinha! E deu! Aliás, perdoem-me, deu errado pra cacete.
A trama
A história acompanha Giovanni vivendo com Marilene (Andréa Beltrão),
com quem teve um filho. Bicheiro assumido, ele se esforça para
impressionar os integrantes da cúpula, uma espécie de reunião entre
bicheiros renomados para a qual acabou de entrar. Além disto, mantém o
firme propósito de ascender socialmente no Rio de Janeiro, fazendo o
possível para se filiar a um clube bastante seletivo. Tudo usando as
artimanhas típicas de quem está acostumado ao mundo da contravenção, na
qual uma boa quantia paga à pessoa certa tudo pode conquistar. Em meio a
este duplo esforço, Giovanni precisa ainda lidar com um complô
orquestrado entre algumas das pessoas que mais confia.
Os erros
Há muito tempo que não via um filme com tamanha sucessão de erros. A primeira dela acredito que seja notória: Improtta fez muito sucesso na novela, e era baseado neste sucesso que o filme foi feito. Só que esqueceu-se de lembrar que, dentre um e outro, ocorreu um hiato de 8 anos, tempo demais para a imagem do felomenal personagem mantivesse na memória do público.
Ainda assim um bom roteiro poderia salvar a coisa, mas aconteceu o efeito contrário. Vielmond criou uma trama previsivel e recheada de clichês que mais nos aproximavam da vergonha alheia do que do humor.
A direção de Wilker em nada ajudou para mudar esse panorama e mesmo a aparição de vários atores veteranos e consagrados conseguiram mudar tal perfil. A sucessão de palavras erradas ditas pelo personagem deveriam trazer algum humor, mas o filme é tão ruim que nem elas funcionaram. No mais, falar de bicheiros e pastores evangélicos soa como tudo, menos como original.
O filme é um dos mais sem graças que eu já vi na vida. E não consegue, sequer, manter uma linha. É um tempo perdido e foi uma pena que seja.
Poxa, depois dessa, nem vou no cinema. Vou assistir pela internet mesmo.
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